sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Páginas de Outono


Ganhei num passatempo da SAV o livro Preciso de ti de Luísa Jeremias: que agradeço desde já publicamente! O livro é uma leitura leve e agradável. Nada de grande tramas, mas lê-se bem: conta a história de três amigas: amores, desamores, doenças, vidas profissionais, etc., com Lisboa em pano de fundo. É um livro de mulheres para mulheres. É do género telenovelas em romance. Só peca pelo tamanho. Nota: 2/5

Já muito tinha ouvido falar da genialidade de José Luís Peixoto. Por isso, finalmente peguei no Livro. Francamente os meus sentimentos quanto a este Livro são mistos e contraditórios. O início foi difícil: não gostei do tipo de narração, pontuada por passagens surreais. É daqueles que não captivam e que nos fazem folhear o livro para ver quantas páginas faltam. Estive quase para o deixar de lado, mas continuei. E encontrei magia no texto, começei a envolver-me. O meio do Livro é fantástico. Mas depois surge o final e, se alguns podem considerar aquilo de mestre, eu achei-o pobre e desconexo. Por isso a minha opinião sobre este Livro é de incredulidade. Não posso dizer que seja mau nem que seja bom. É um Livro que nos cria uma sensação estranha em nós. Mas li-o em dois dias! Vou tentar ler mais algum livro de José Luís Peixoto (aconselham algum?).  Leiam e tirem as vossas opiniões... Nota: 2,5/5

A Primeira Aldeia Global: Como os portugueses mudaram o mundo de Martin Page é um livro apaixonante acerca da nossa história colectiva. A escrita é envolvente e nada aborrecida. O livro desmitifica vários mitos da nossa História. Gostei imenso e aprendi muito com ele: desde a era romana até à entrada de Portugal na CE. Recomendo a toda a gente que goste de dados históricos... Nota: 4/5

Li finalmente os Pilares da Terra I de Ken Follett. Dizem que é a obra prima dele. É um bom livro mas tem outros que me captivaram muito mais. Tem partes giras, mas às vezes queria que ele acelerasse um pouco mais... pode ser que seja só para enquadrar melhor o segundo volume, que vou ler de seguida... Recomendo, apesar de para mim, não ser o melhor livro do autor. Nota: 3/5

Vive les vacances, vive l ´ insouciance...


Podia dizer-vos muita coisa. Mas só me apetece partilhar convosco que vou passar uma semana à Vila Flor. Depois de um casamento neste sábado, rumo ao Norte. Ai quantas saudades que eu sinto daquela terra e das pessoas. Quero descansar muito (apesar de haver sempre mil e quinhentas coisas para fazer), aproveitar este sol e as paisagens relaxantes. Quero ver se faço alguns passeios pedestres. Enfim, só quero ser feliz longe do trabalho e da azáfama da cidade. Pena é os meus queridos patrões no dia que antecede as minhas férias colocarem-me em cima da secretária a lista de tarefas da semana para eu fazer num dia. Mas hoje nem me quero chatear. Só quero pensar na vida que me espera durante a próxima semana...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Preciso de me confessar...


Há uma coisa que me chateia muito: que usem as minhas coisas sem me pedir autorização. Não sou invejosa, porque dificilmente recuso um pedido. Mas fazer uso sem um pedido formal é para mim uma falta de respeito.

No trabalho, cada um traz a sua comida e bebidas, e temos um frigorífico que serve 4 pessoas, sendo que só eu é que ponho lá água. Somos todos maiores de idade, e todos sabemos o que é nosso. Há dois dias os meus patrões beberam-me a água de forma descarada. Eu fiquei sem água para o resto do dia. Ontem trago mais uma garrafa: idem aspas (e já não foram as primeiras vezes, pois é comum beberem a água e pôr a garrafa no sítio com água da torneira). E quando eles têm um bidão de água no escritório deles. 

Ontem chateei-me à brava, encarei a patroa e disse-lhe que aquilo era meu, que não aprecio que me gastem as minhas coisas sem pedir, etc. E quem me conhece sabe que não dou recado com um sorisso nos lábios. Pûs outra garrafa no frigorífico e minutos depois volta a servir-se!

Desculpem mas uma pessoa só tem que se deixar pisar uma vez. Depois de lhe dizer aquilo, tocar na água outra vez foi gozar com a minha cara. E eu odeio que me façam de parva. Tentei resolver as coisas como adultos, mas esta gente não percebe. Por isso hoje voltei a pôr uma garrafa de água no frigorífico mas desta vez com muitas gotas de laxante. Eu acho que não estou a ser má. Ser má era meter o laxante nos iorgurtes dos patrões. Não, estou simplesmente a pôr naquilo que é meu. Pelo que só se arriscam os ladrões. Se ninguém usar o que é dos outros, ninguém sai prejudicado. Se for roubar, aí pode ter alguns problemas...

Cenas de um casamento


Chega-se à uma fase do casamento em que uma dúvida surge e nos martiriza dia e noite: será que o esgano lentamente ou lhe dou morte imediata?

Os homens conseguem ser criaturas bem fofas. Então no que diz respeito a moda, o meu é do mais carinhoso que há nas suas apreciações (e eu tenho gostos normais) Por exemplo quando quis comprar uma saia amarela, mal entrava na Zara começava a cantarolar a música da abelha maia. Por isso, tenho preferido ir às compras sozinhas.

Mas gosto de lhe mostrar as minhas aquisições. Quando lhe mostrei o meu casaso/capa vermelha (linda que só ela), fez-me uma cara atrofiada a dizer: «que giro vais passar a ser o meu chapelinho vermelho. Já compastes a cesta?». Bem. Fiz a minha cara 308 e fui vestir a minha camisola mostarda clara gira. Aí riu-se descaradamente e disse-me que «era cor coco de pombo!». Mas o que faço eu com este homem?

Mais giro foi onde em que entusiasmado me diz que sabe qual é a minha doença. Eu fico a olhar para ele à espera da misteriosa revelação que pode mudar a minha vida. «Sabes é porque tens as mamas inflamadas...» Aí o meu cérebro parou e olhou instintivamente para baixo 
«O que têm as minhas mamas?».
«Ah, não é mamas: é seios. Tens os seios nasais inflamados».
O que me ri com esta! Passei o serão a gozar e a massajar as minhas mamas (nasais) para aliviar os sintomas de rinite alérgica. Sim, porque ele precisou de ver o Goucha ontem para perceber que era rinite, quando o médico já anda a tratar-me há mais de 1 ano por causa da rinite alérgica...

Pelo menos, com os homens a vida é mais sorridente!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

É hoje que sou apedrejada


Quero fazer uma ressalva: adoro animais e defendo sempre os seus direitos. Sempre que posso participo nas campanhas de apoio à protecção dos animais e luto contra o abandono. Amo animais.

Mas, francamente há uma coisa que estranhei bastante quando cheguei a esta cidade: como é que as pessoas se podem ligar de tal forma aos seus animais domésticos. Conheço pessoas (e não são poucas) que são capazes de chorar compulsivamente pelo seu animal. Que são capazes de se endividar e comprometer o futuro da sua família para salvá-lo. Que o mimem como se fosse uma criança. Desculpem as almas sensíveis, mas por mais que se ama um animal, não deixa de ser um animal. 

O que mais me choca é que normalmente estas pessoas conseguem amar mais os bichos do que as pessoas. Pronto, agora a maioria vai-me dizer que é porque os animais por vezes são mais amigos do que muitos seres humanos, e eu concordo plenamente. Mas como é que é possível ver uma pessoa amar loucamente um animal e depois ser tão insensível ao sofrimento humano. Como é possível haver pessoas a gastar todas as economias num animal, privando os próprios filhos de coisas necessárias. Como é possível serem tão carinhosos para animais e depois menosprezar seres humanos. Não podem abandonar um animal, mas depois abandonam os seus idosos nos hospitais. Choram a doença do gato mas depois são insensíveis ao cancro de um familiar. Defendem os direitos dos cães mas depois vão caçar aos fim-de-semana, etc.

Todos devemos amar e respeitar os nossos aimais domésticos (e não são!). Mas acho que há pessoas que caem no exagero. Ou então são simplesmente contraditórias: só têm capacidade de amar muito os animais, e poucos os seus amigos...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sonhos


Não gosto de pessoas que vivem os seus sonhos através dos filhos. Os filhos são dos pais pelo simples facto de os pôr ao mundo, mas as crianças pertencem ao mundo. E devem fazer dele o que mais os faz felizes. Os adultos não podem concretizar os seus sonhos através de outros seres. É egoísta e demonstra falta de sensibilidade. Não é por termos querido em criança tocar piano ou pintar quadros dignos de Van Gogh, que os nossos filhos vão ser felizes assim...

É responsabilidade dos pais incentivar as crianças a potencializar as suas capacidades e a apoiá-los no desenvolvimento das Artes. Mas não os podemos obrigar a gostar daquilo que os adultos gostam. Só contribui para a infelicidade das crianças. Vejo tanta gente a obrigar os seus filhos a inscreverem-se em determinado desporto, ateliers de música,..., só porque é o seu sonho. Aborreço-me quando me dizem que inscreveram a filha no ballet, apesar de ela querer inscrever-se no futebol,  e que acrescentam «o meu sonho era ter sido bailarina». E depois há aquelas que obrigam os filhos a inscreverem-se em castings para serem modelos e actores à força. Que coibem meninas de comer para não serem gordas para poderem ser isto ou aquilo.

Considero isso tão doentio. Para a pessoa em si que não é capaz de lutar pelos seus sonhos. Pelas crianças que são obrigadas a viver uma vida que não é delas. É o repetir de um ciclo de frustração por não se poder viver as suas paixões. Cada um tem que viver a sua vida. E lembrarmo-nos que nem sempre podemos alcançar tudo na vida. Mas que podemos ser feliz nesta vida imperfeita. Porque felicidade não é um facto: é uma maneira de ser.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dina, a distraída, que queria ser toupeira


Sim, ando um pouco cabeça no ar devido ao cansaço e à pressão dos prazos no trabalho. E às vezes consigo ser tão distraída... Na quinta-feira passada regressou ao trabalho um colega que esteve de baixa. E ele estava a contar-me as suas peripécias médicas acerca das suas dores abdominais. Até que me confessa que, depois de diversos diagnósticos errados, lá tiveram que lhe fazer uma colonoscopia. E quem me conhece sabe que sempre me recusei a fazer este tipo de exame porque me deixa com suores frios só de pensar. E eu, portanto, estava tão solidária com ele e os seus tormentos. Coitado, imaginar aquele tubinho a subir pelo rabo acima, assim sem anestesia geral. «Mas não te doeu?», «não te meteu confusão?», repetia eu.

E lá estava outro colega a rir-se da nossa conversa. E depois ao olhar para ele a rir-se de mim, fez-se luz no meu humilde espírito. Afinal o ar do meu colega doente não era de medo ou por se sentir mal ao relembrar-se da sua experiência traumatizante. Afinal devia pensar que estava no gozo com ele mas é demasiado reservado para me mandar para certo sítio. 
Sim, esqueci-me que o meu tal colega é homosexual e que aquela sonda não é nada comparada com o que o seu rabinho está habituado. Hoje continuo a ser motivo de chacota no escritório, quando cheguei até tinha um cartão da Clínica do cólon na minha secretária... E nem consigo olhar para o meu colega...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Marcas do tempo


Estou cansada de ver mulheres a queixarem-se constantemente das marcas do tempo. Não estou a falar de desabafos espontâneos: isso todas nós temos. Estou a falar daquelas mulheres que vivem em depressão constante por uma nova ruga, um cabelo branco, e que fazem disso o centro da sua vida.

Não me preocupo muito com isso. Fico feliz por ter a oportunidade de ver passar os anos: afinal é porque estou VIVA! Não podemos lutar contra verdades absolutas como o passar do tempo: os anos passam irremediavelmente. E a idade pode ser a nossa aliada. Sinto-me uma mulher mais completa hoje do que quando tinha 18 anos. E espero sentir-me ainda melhor aos 30, 35, 40, ... E afinal, há problemas sem solução, mas para estes há tintas, cremes, cirurgias, etc. Lamentarem-se por ver passar os anos é um ataque às pessoas que não tiveram esta oportunidade. 

Conheço mulheres que estão sempre, sempre a queixarem-se (como a minha irmã mais velha) e é o que lhe respondo «o nosso irmão que morreu na flor da idade não se teria importado em viver em troca de uma dezena de rugas». Tem o dom de a calar logo. 

Porquê perder tempo em lamuriar-se quando podemos aproveitar e gozar a vida?! A vida passa tão rápido e pode ser tão cruel, por nos preocupar com coisas pequenas como estas. O passar dos anos assusta-me sim pelo medo de perder a saúde ou capacidades cognitivas. Senão prefiro festejar a vida. 
Tenho amigas que me dizem que a partir da nossa idade deixamos de contar os anos e festejá-los. Porra, há que festejar o dom mais precioso que é a vida. Este ano também quero festejar condignamente o meu aniversário, coisa que nunca fiz antes. Porquê? Porque me lembrei do último aniversário que passei com o meu pai, nos Hospitais de Coimbra, em que já estava lá há 3 meses e estava muito doente, e parecia um garoto a soprar velas com as enfermeiras. Se ele soube festejar a vida, eu quero sabê-lo fazer também, por mim, por ele!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mãe ou "Putain"


Há dias vi um pouco de um documentário de um canal francês onde se falava da vida sexual de alguns casais franceses. Além de ter ficado estupefacta com o facto de haver pessoas a exporem assim a sua intimidade, ainda me pôs a pensar para os meus botões...

Pelos vistos é recorrente os homens perderem o desejo pelas suas mulheres depois de terem um filho. Não tem nada a ver com possíveis alterações do seu corpo (quilos a mais, estrias, etc.), nem com visões do demo das suas zonas íntimas durante o parto. É só pelo facto de deixarem de ver aquela mulher como sua esposa/ amante/ parceira sexual, e considerarem-na agora como mãe dos seus filhos. E uma mãe tem uma aura sagrada: é intocável, é um ser quase mítico. E não conseguem simplesmente ter pensamentos pecaminosos para com ela. Muitos usavam esta expressão ou se é «mãe ou putain*»

Posso compreender que depois de um parto a vida sexual possa demorar a voltar a um ritmo normal, por causa do cansaço, das noites mal dormidas, de alterações fisiológicas, etc. Agora por causa desta visão da mulher e do acto sexual? É estranho para mim. Um dos casais tinha só 25 anos e já não tinham relações há quase 2 anos! O sexo pode não ser o facto primordial de uma relação, mas é muito importante: é uma ligação que aproxima o casal, uma das mais belas demonstrações de afecto. Não sei se as mulheres têm atitudes que ajudam nesse sentido, mas uma mulher é antes de mais uma mulher: com desejos carnais, que pode ser uma mãe exemplar e continuar a ser uma esposa dedicada...

Ainda para complicar mais as coisas, esse casal tinha a criança com quase dois anos a dormir junto da cama deles. Eu acho isso um anti-climax. Independência e intimidade deveriam ser a palavra-chave para casais com filhos.

Dizem ainda que a actividade sexual baixa 30% depois de três anos de casamento. É incrível como arranjamos tempo para mil e umas coisas, e muitas vezes menosprezamos um acto tão pleno, tão saudável e agradável para se viver a dois...

* Optei por usar o termo francês, porque considero-o menos forte do que a versão portuguesa....

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Somos iguais na diferença


Afinal os homens não são assim tão diferentes de nós mulheres: também têm medos, complexos (mais do que pensamos), precisam de mimos e reconforto, ... Mas socialmente os homens devem continuar a manter uma certa postura de cavaleiro que defende a sua donzela. Ainda não há muita margem de manobra para eles assumirem sentimentos publicamente e sensibilidades. Criam mecanismos de defesa, não deixando transparecer o que são e sentem...

Somos diferentes sim: uns mais racionais outros mais sentimentais. Geneticamente somos diferentes, socialmente também. E depois? Ser diferente não quer dizer que sejamos incompatíveis, porque as diferenças completam-se. Vejo isso um pouco como uma paleta de cores: para fazer cor-de-rosa, há que misturar duas cores totalmente opostas, o vermelho e o branco. Mas o resultado é tão agradável, não é?

As mulheres ficam frustradas com o sexo oposto porque nos esquecemos desta verdade. Esperamos que os homens se pareçam mais conosco. Mas eles têm a sua individualidade e a sua típica maneira de ser. Se reconhecermos e respeitarmos as diferenças, isso irá reduzir as confusões e possíveis discussões diárias. No início tudo é mágico e bonito, mas quando a magia dos primeiros tempos desaparece, a vida quotidiana assume o poder. E nesse momento, só respeitando as diferenças é que poderemos então dar e receber amor.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A cadência do amor


Cada relação tem o seu tempo e ritmo. Cada casal vive ao sabor da sua própria paixão e amor. Não há uma solução única de felicidade para todos os casais. O que funciona nuns é a causa do fracasso noutros. Uns vivem unicamente um pelo outro, enquanto que para outros a vida só faz sentido a três, ou mais... Ninguém está errado, ninguém tomou uma melhor ou pior opção de vida: cada um é feliz à sua maneira, o que requer bastante coragem nos dias de hoje, assumir-se como se é.

Há quem diga, por exemplo, que ninguém se deveria casar no auge da paixão. Explicam que estes casais com alguns meses de namoro ainda não tiveram tempo de conhecer os defeitos do outro, que tudo parece cor-de-rosa mas que depois estes casamentos relampagos estão destinados ao fracasso quando descobrem as verdadeiras facetas do outro. Mas já ouvi dizer que os namoros longos são os que menos probabilidades de sucesso têm. Sim, as pessoas conhecem-se mais e melhor. Já passaram a fase da paixão cega inicial. Mas também têm mais ressentimentos, já passaram por mais problemas e depois de casar já não têm tanta paciência ou força de desculpar certas coisas, visto que o fizeram vezes sem conta nos dez anos de namoro. A história em comum pode ser uma vantagem ou não...

Por isso não sei se são mais bem sucedidos casamentos que resultem de namoros longos ou de paixões curtas e arrebatadoras. Só sei que morar juntos é obrigatório para o sucesso de um casamento (claro que pode haver excepções). Por mais tempo que se namora, que se passem férias juntos, etc., só se conhece verdadeiramente o outro quando se partilha uma casa, e se descobre a sua rotina diária. Acreditem que o mais difícil por vezes (e falo por experiência própria) é conjugar dois estilos de vida diferentes entre quatro paredes. Isso sim pode estragar uma relação. Saber lidar com alguém oposto a nós, que é dessarumado, que em dias mais difíceis parece um fardo a estragar o nosso trabalho doméstico, etc.

Não há receita mágica para o sucesso de uma história de amor. Mas conhecer-se bem é primordial: uns fazem-nos mais rápido, uns exigem menos, outros têm mais paciência, etc. O amor é também um dom em que precisamos de investir diariamente...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dias difíceis


Estas últimas semanas têm sido repletas de trabalho. São sempre mais do que oito horas diárias e são sempre a bombar. Já perdi a conta aos almoços frente ao pc. E sinto-me cansada. Dois dias já não chegam para repor as energias a um nível aceitável. Preciso de um mês de férias seguidas. Entretanto sinto que a cabeça já não pensa a 100% e o que produzo já não tem a qualidade que me satisfaz. Só quem ganha a vida a escrever é que sabe qual a sensação de frustração que sentimos: a escrita não flui livremente, e sentimos que só somos capazes de produzir frases lineares, sem magia.

Na sexta queixava-me ao L. que estava sem inspiração para a escrita, ao que me perguntou: «no trabalho ou no blogue? Se for no blogue, tenho que te infernizar mais a vida, e isso passa num instante!». Este homem tem a mania de protagonismo! mas não deixei de sorrir. Sim, adoro a capacidade que ele tem de me fazer rir dos meus próprios males (isso quando estou de bom humor, porque exactamente a mesma frase num dia mau, pode pressupor chatices... pois, mulheres!). Agora já percebi porque dizem que a Internet é motivo de divórcio!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Destino livre


Há uma pergunta que atormenta a alma aos homens há milhões de anos. Será que o Destino existe? Ou será que o Homem é mesmo livre de traçar o seu caminho?

E como quase toda a gente tenho dúvidas. Há dias que penso que sim: o Destino existe mesmo. Que nascemos já com o nosso caminho traçado e que inevitavelmente iremos passar por certas dificuldades, alegrias, problemas etc. Parece que carregamos a nascença já o nosso futuro, como se fosse uma herança genética. Afinal, nascemos num meio especial que pode condicionar o nosso futuro. Mas esta visão é tão fatalista, como se o nosso esforço não valesse de nada, pois estamos já condenados ao fracasso...

Mas por outro lado, não acredito totalmente no livre-arbítrio do Homem. Penso que é ilusório. Tal como o conceito de liberdade, mas isto é outra história. Sim, parece que às vezes somos donos do nosso destino: somos nós que escolhemos o que iremos ser, fazer, sonhar e concretizar. Mas depois vê-se que algumas pessoas têm tudo facilitado: todas as portas se abrem facilmente, concretizam todos os seus projectos, mesmo quando não se empenham a fundo. E outras pessoas lutam a vida toda, trabalham como cães, mas nunca saem da cepa torta. Todos os caminhos os levam ao mesmo ponto, que parecia já traçado. A mínima meta é difícil de alcançar. E estas pessoas merecem tanto como as outras serem felizes.

Às vezes olho, e sinto que cada um de nós tem um destino a cumprir, uma vida pré-destinada a viver. Por mais luta, no fim, tudo acaba naquele ponto. Mas sei que devemos lutar sempre para melhorar, para ser feliz. Porque nós não escolhemos algumas circunstâncias da vida, mas somos capazes de escolher saber viver com elas e sermos felizes assim mesmo.

E vocês acreditam no Destino ou no Livre-arbítrio?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Os outros


Ninguém conhece ninguém. Não na sua mais pura essência. Só conhecemos aquilo que a pessoa nos transmite, nos deixa conhecer. Há pessoas que só abrem uma pequena brecha na sua alma, para os outros o descobrirem. Mas também, há pouca gente que perde tempo para tentar descobrir os outros. Nem a nós próprios nos conhecemos verdadeiramente: nunca sabemos como iremos reagir perante certas adversidades da vida, o que somos capazes de fazer, etc.

Dizia-me alguém que «conhecemos os outros à sombra da nossa própria vida». E é por isso que tantas vezes julgamos os outros por serem diferentes de nós. Para conhecer o outro temos que auto-anular os nossos preconceitos. Abrir a nossa mente aos outros. Saber apreciá-los pelo o que são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Temos que aprender a descobrir as pessoas à nossa volta. Mas também temos que deixar que os outros o façam: não ter medo de nos assumir, de mostrar as nossas fragilidades (que são muitas vezes as nossas maiores forças),etc. Este é um jogo recíproco: do dar e receber, que hoje em dia pouca gente conhece ou aplica as regras.

Por isso muita gente se sente magoada e traída quando descobre "segredos" de outras pessoas que pensavam conhecer tão bem: os seus filhos, o seu companheiro de vida, os seus pais, etc. Porque põe em causa toda a imagem e a vida que criamos em volta desta pessoa. Que muitas vezes só existe em nós. A imagem dessa pessoa é uma realidade que só existe na nossa mente, porque nós criamos toda a gente à nossa volta, moldámo-los à nossa imagem. Seria tão mais simples e bonito vê-los sem «a sombra da nossa vida», mas é uma verdadeira utopia...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Momento doce do dia


Uma história de amor composta por: 
4 maçãs. Uma embalagem de massa folhada. Margarina. Açúcar. Canela. Passas de uvas.

Descascar quatro maçãs e retirar bem o caraço (as maçãs são para ficar inteiras). Estender a massa para que dê quatro «quadrados» para embrulhar as maçãs. A massa não pode ficar muito fina. Recortar os quatro quadrados. Em cada um colocar uma maçã previamente descascada e descaroçada.
Encher sensivelmente metade do «buraco» da maçã com pedaços pequenos de margarina, acalcando-os. Encher o resto com açúcar (pode povilhar também a maçã com açúcar). Colocar à volta da maçã passas de uvas. Polvilhar a maçã e a massa com canela. Embrulhar a maçã com a massa. Colocar no forno a temperatura média, num tabuleiro untado com margarina. Quando a maçã estiver cozida está pronto.

Equação familiar


Ontem à hora de almoço, comentávamos eu e a M., que há tantos famosos que passado pouco tempo de serem pais se divorciam. O que também acontece à nossa volta em casais que pareciam ter relações muito felizes.

Eu penso que, em parte, isso acontece porque têm filhos sem alcançar primeiro a solidez do casal. Sim, no amor, também existem patamares, que têm uma sequência lógica e que não podem ser saltados. Primeiro, há que criar laços fortes de amor (totalmente diferente da paixão), há que tornar o sentimento forte e quase inabalável, onde poderemos ir buscar forças para enfrentar todos os problemas da vida. Eu não digo que um filho é um problema, mas que tudo muda com a sua chegada lá isso é verdade. 

Têm filhos pouco depois de casar. Quase ainda não criaram uma rotina a dois (tão difícil de alcançar) que já se têm que habituar a um novo ser com hábitos muito difíceis! Um filho não salva um casamento. Tem antes todas as potencialidades para minar uma relação. Só um casal coeso terá força e determinação para criar um filho, enfrentando todas as mudanças.

Por isso é que esperei tanto tempo antes de pensar em engravidar. Porque precisei de sentir primeiro a nossa relação amadurecer e criar fundações sólidas para pensar num filho. Há quem diga que não se deveria esperar tanto (foram cerca de 4 anos de vida em comum) e que se tivesse engravidado logo, que possivelmente não teria tido estes problemas. Claro que penso nisso, mas penso que tudo tem a sua razão de ser. Que sem este tempo de amor a dois, nunca teríamos ter tido as condições para pensar mais além...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Na vida não há marcha-atrás


As férias de família em Agosto foram difíceis em termos familiares. Há pessoas que conseguem desiludirem-nos cada vez mais. Penso que a minha relação com a minha irmã (fomos sempre hiper-chegadas) não voltará mesmo a ser o que era. Foram mágoas atrás de mágoas. Gestos que nos fazem sangrar. Que nos fazem sentir vazios e sozinhos, mesmo quando estamos rodeados de gente. Uma pequena amostra do que foi esta semana: convidar toda a família presente para jantar, menos eu e o meu marido. E depois ainda se queixar que não falei com ela quando cheguei a casa. Fez tudo para que eu não ajudasse a escolher a campa do meu pai (o que nunca lhe irei perdoar, mas ela disse logo à minha mãe que o cimento era o meu marido que o faria). Nunca nos convidou a sair com eles a tarde (quando iam para a piscina, tomar café, etc.), entre outros.

Chorei banha e ranho. Sim, porque posso fazer-me de forte mas custa sempre. Aprendi que se custa fazer o luto por quem partiu, é mais difícil fazê-lo por quem está bem vivo. Ali ao nosso lado. E o pior é que a minha mãe se deixa manipular e se virou contra mim, porque eu não estou a ser simpática, que não falo, que estou a estragar o que resta da nossa família. Eu que estou sempre ali para ela. Que me devia conhecer melhor. Fiz-lhe ver a minha parte e diz que percebe mas que alguém tem que calar. Pois. Isto tudo faz-me sentir cada vez mais falta do meu pai, aquele que foi sempre o meu maior companheiro. O Luís sempre me disse que os pais são mais ingratos para os filhos que estão próximos: como os outros só estão uma vez por ano, são mais benévolos para com estes... É a parábola do filho pródigo.

Morreu-me uma parte de mim. E eu não gosto de fingir o que não sou ou o que não sinto. Hoje deveria ligar para ela, mas não me apetece fazê-lo. Sei que cada (não) gesto nos afasta cada vez mais. Hoje posso escolher entre abrandar a pressão da corda ou deixá-la partir. O mais certo é que a deixe soltar-se...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Manias


O meu marido queixa-se que tenho traços de maníaco-obsessiva. Só porque tenho ideias muito fixas e concretas e porque sei exactamente o que não gosto em casa. Por exemplo, basta um olhar rápido para perceber que certas peças decorativas não estão no seu lugar (nem que seja só um mero centímetro de diferença), e não descanso enquanto eu não as puser no sítio. Odeio ver coisas alinhadas ou centradas.

O meu marido tem-se queixado que se sente oprimido pelos livros que invadiram a nossa casa. E quer comprar uma estante daquelas normais. Mas eu recuso-me porque livros em estantes é demasiado estático. Não consigo fazer-lhe perceber que um livro é mais do que um objecto: é algo com vida, que encerra vidas e sentimentos, algo dinâmico que não pode estar ali parado, encastrado, segundo ordens alfabéticas. É retirar a essência dos livros. Gosto dos meus livros a enquadrarem-se na vida diária do lar. Gosto que eles façam parte de diversos locais da casa. Tenho alguns na mesa de apoio do sofá, tenho alguns no quarto, etc., segundo a sua importância, ordenado de acordo com a personalidade de cada livro.

Ele só me diz que já internaram pessoas por bem menos (e sendo que ele tem poder para interná-las compulsivamente), acho que tenho que controlar as minhas manias. Mas dizem que os artistas têm todos uma veia de loucura... Será que alguém me compreende e também sente assim algo semelhante para os seus livros?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Entre femmes


Há meses que ando a adiar o regresso do exercício físico por pura preguiça. Quero apostar mais no exercício por uma questão de saúde: baixar o colesterol e manutenção em termos cardio-vasculares...

Gosto de ginásios. Mas ginásios para mulheres é que não. Não foram feitos para mim, e acho o conceito despropositado, ou, pronto, o eixo de comunicação totalmente errado. Há quem diga que os ginásios só para mulheres são óptimos porque se sentem mais à vontade, porque não há homens à volta a olhar, etc. 

Eu prefiro mil vezes treinar com homens. Duma, são menos mesquinhos. Na maioria dos casos, nenhum homem dá importância à vestimenta que levar para treinar. As mulheres vão para o ginásio como se fossem para a passarelle: combinam ganchos de cabelo com sapatilhas, riscas da tee-shirt com o Ipod, exibem roupas de marca, a toalha xpto, e algumas chegam ao cúmulo de irem maquilhadas e com brincos de um quilómetro de comprimento. Se forem com uma amiga é ouvi-las as duas a cochichar na passadeira sobre esta ou aquela mulher. Os homens são mais concentrados no treino. São mais acessíveis para ajudar num exercício novo. Estão ali para malhar. Ponto.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Assim é que é falar...

Há muita gente que deveria ler este post da Sorriso e reflectir sobre ele. 
Redefinir prioridades. 
Acredito que a felicidade se tornaria facilmente alcançável.

Erros do passado


Gosto de ouvir casais que dizem «quando for pai/mãe, não cometerei os mesmos erros que os meus pais». Gosto muito de ouvir essas filosofias, porque na maioria dos casos nunca se chegam a concretizar. Critica-se muito, mas na hora da verdade os erros são semelhantes ou por vezes mais graves. É engraçado como casais novos se esquecem rapidamente que há meia dúzia de meses ainda eram jovens. Que passaram por um rol de problemas na adolescência, que tiveram alguns problemas de relacionamento com os pais, etc. É o que digo: o início da maternidade/ paternidade deve levar consigo uma parte das nossas memórias.

Vejo pais com crianças ou jovens pré-adolescentes a cometer os mesmos erros do passado, sem conseguirem entender o que aquele jovem sente ou pensa. Quando eles próprios tiveram os mesmos receios, as mesmas preocupações, etc. Estas férias pude falar com a minha afilhada de 11 anos que se tornou a típica pré-adolescente que frente dos pais é uma flor intocada, mas que por detrás parte a loiça toda. Entendo isto, depois de falar com ela e a minha irmã. Tudo o que a minha sobrinha dizia, a mãe rematava com argumentos de pais, completamente estúpidos para a filha, que se sente imcompreendida, etc. Eu compreendi-a na perfeição e tentei explicar tudo a minha irmã, mas não. Era umas das tais que não iria cometer os mesmos erros dos pais, quando consegue ainda ser mais conservadora. 
Há que manter o espírito jovem. Não nos esquecer do que já passamos. Tudo seria mais fácil. Ah mais tu não és mãe, e as mãe preocupam-se, etc. Sim, mas há pormenores que não põem em causa a segurança e educação das crianças, mas que as deixa voar, crescer e assumir-se. Há que alargar as amarras. Há que manter num recanto da memória o que já fomos. E como em tudo na vida, há que tentar colocar-nos na pele das crianças e tentar percebê-las em vez de se julgar o único detentor da verdade absoluta.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Impasse

Se fizermos a pergunta «se souberes de uma relação extraconjugal num casal amigo, revelarias tudo ao traído?», ouviremos respostas contrárias: uns dirão que sim, sem dúvidas, outros que entre marido e mulher não se mete a colher

A verdade é que muitas vezes o único que vê a sua relação deteriorada com este tipo de revelação é aquele que revela o caso. Mais do que uma vez, o traído, em vez de se virar contra o marido traidor, ofende-se e vira às costas à amiga que lhe revelou o caso (poderia ser o contrário, apesar de, nestes casos, os homens serem mais solidários). Nunca ninguém gostou de anjos reveladores de más notícias, mas chegam a tratá-las como invejosas, etc., acabando a sua amizade aí mesmo... Não sei se os homens e a sua capacidade manipuladora têm algum poder decisório nisso ou se é mesmo só estupidez feminina...

Se fosse comigo não iria admitir que alguém minha amiga soubesse e não me revelasse a verdade. Guardar segredo seria imperdoável: seria mais uma traição a acrescentar à outra. Não gostaria de fazer figura de parva, toda feliz quando toda a gente, menos eu, soubesse da verdade. E por isso, eu era incapaz de guardar segredo. Primeiro poderia confrontar o traidor e pedir-lhe para ser ele a revelar a traição: senão seria incapaz de ficar calada. Poderia perder uma amiga, certo. Mas continuaria a viver com a consciência tranquila e segundo os meus princípios. 

E vocês? Revelariam uma traição mesmo sabendo que poderiam perder uma grande amiga?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Acordar novelesco


Afinal não são só as mulheres que sofrem desilusões amorosas por causa dos filmes românticos: eles fazem-nos sonhar com um príncipe educado, culto, romântico e sempre cuidado e depois o que vemos em casa não é sempre assim...

Mas afinal os homens também poderiam processar estes filmes por publicidade enganosa. As mulheres nos filmes são sempre lindíssimas, com o cabelo nutrido a esvoaçar ao vento, maquilhagem discreta mas perfeita. Mulheres sempre atentas aos desejos dos homens, que vêem o futebol com eles na televisão, que lhes trazem cerveja ao sofá,..., enfim mulheres perfeitas.

Eu sei que tive uma má noite quando o meu homem me pergunta logo pela manhã, com uma cara meia estranha, meia assustada: «mas porque é que não acordas com as das novelas?». Sim estava completamente desgrenhada, estava com olheiras, enfim, tinha acabado de sair da cama. Só faltava a marca do fio de baba para o quadro de horror ficar completo. Mas podia ter sido mais fofinho... Acho que vou ter que controlar melhor o que o macho vê na televisão, para tentar minimizar as suas desilusões ou sustos. Mulheres normais são assim: imperfeitas e com um acordar difícil!! Ele não espera pela demora...

[muito trabalho. muito cansaço. muitas insónias. muita sinusite. estou completamente off]

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nunca deixe um homem ir sozinho às compras


Eu nem vou falar dos múltiplos episódios em que ele vai às compras ao supermercado sozinho. É preciso explicar-lhe exactamente o nome do produto e características, fazer uma lista precisa e mesmo assim consegue enganar-se e trazer para casa produtos que nunca viu lá em casa! 

Pior, é ele ter ido na sexta à tarde com um amigo ao Dolce Vita. Chego a casa e ele disse-me que comprou roupa, quando para ele comprar uma peça de roupa, eu tenho que o ameaçar violentamente!! Todo contente mostra-me a tee-shirt que comprou numa naquelas lojas de estampagens, que dizia algo como «Homem que é homem não bebe leite, come a vaca», frase que até conhecia de outras andanças. Ele achou piada (ao ponto de comprar roupa), e eu até sorri com a piada.

Já ele estava à porta do quarto quando me lembrei: «Olha lá tu não vais vestir isso pois não?! É que eu saiba a única mulher que comes sou eu, e portanto aqui a vaca sou eu! O que vão pensar as pessoas quando passarem por nós na rua?». Era ver a cara triste dele (parecia um menino a quem tinham tirado o brinquedo novo), porque não tinha pensado nisso. Os homens são tão dependentes que nem roupa podem comprar sozinhos (precisam sempre de uma mãe por perto), ou então era uma mensagem subliminar que ainda não entendi...

Só isso...


Acabei de ler o livro Preciso de ti de Luísa Jeremias, e uma das frases que mais me marcou foi que hoje em dia não temos tempo para o mais importante, que é amar. Simplesmente amar. Vivemos numa correria doida, entre trabalho, compras, lidas domésticas, escolas, preocupações, futilidades, mas raramente paramos para fazer o que há de mais belo e simples na vida: amar e aproveitar a companhia dos outros. Às vezes, basta estar ali conversando ou em silêncio, com o nosso companheiro, os nossos pais, irmãos, amigas, sobrinhos, etc. 

Ter tempo para amar é um privilégio dos que conseguem dar valor à vida e ao que é realmente importante. A custo aprendi que tudo o resto é acessório. Se pensarmos que amanhã ou daqui a minutos, aquela pessoa que tanto amamos pode não fazer mais parte do nosso mundo, então que se dane aquela camada de pó, aquelas preocupações que parecem intransponíveis mas que se resolvem num piscar de olho, e aproveitemos os outros.

Este fim-de-semana foi para os amigos e para o marido. Passeios, conversas, petiscos. Amar é um luxo, mas que está ao alcance de cada um!

Boa semana!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Luta de titãs contra olheiras

Sempre fui dada a olheiras, mas ultimamente parecem mais negras e maiores. E claro, odeio o efeito! Quero investir num óptimo corrector de olheiras (o que estou a usar da Oriflame é uma desilusão): que corrija bem as imperfeições, que aguente horas a fio e que não seja muito caro...

Estou indecisa entre estes dois: o Erase Paste da Benefit (já ouvi maravilhas mas dizem que o preço é salgado) e o Healthy Mix da Bourjois, que também tem muitas fãs. Qual deles o melhor?
Entretanto este fim-de-semana vou aplicar saquinhos de chá gelado de camomila. Dizem que ajuda. Sou sempre céptica em relação a dicas caseiras, mas não custa nada tentar. Também queria finalmente comprar o anti-olheiras da Garnier com Roll-on, mas este mês tenho as despesas condicionadas...

A beleza da diferença


Somos seres sociais: e, mesmo que inconscientemente, moldamos os nossos pensamentos e maneira de ser, pela sociedade na qual nos inserimos. O que nos leva muitas vezes a fazer uma separação das coisas desta forma: o que é normal aqui é o certo, as outras maneiras de viver estão erradas. Quando isso existe no nosso mundo diário, quando extrapolamos para outras culturas, as coisas tornam-se ainda mais radicais.

Julgamos culturas totalmente diferentes com os nossos olhos ocidentais. Como se fôssemos os donos da razão. Mas para poder "julgar" os outros temos que tirar a nossa capa de preconceitos. Olhamos para os países orientais e pensamos: «que monstros eles têm trabalho infantil. Em vez das crianças brincarem eles vão trabalhar com 12 anos». Mas temos que pensar que a realidade destes países é totalmente diferente da nossa. Cuidado, eu sou contra a exploração infantil. Mas percebo que naquelas condições é o único meio que aquelas famílias têm para se alimentar. É a única realiade que existe. E se pensarmos bem há 50 anos atrás, acontecia exactamente o mesmo no nosso país: os meus pais começaram a trabalhar aos 10 anos. E ainda hoje, em França por exemplo, apontam-nos o dedo pela nossa exploração infantil!

Antes de julgar e criticar, temos que tentar ir mais longe e perceber as outras culturas. Na China comem cão e gato? E depois? Estes animais são considerados lá alimentos e não animais domésticos! Na Índia a vaca é sagrada, e isso faz de nós portugueses umas bestas por comer bitoques? Em África e no Médio Oriente, as mulheres não têm os mesmos direitos que os homens, mas já pensaram que são elas próprias que incentivam esse papel social. Que a grande maioria não vê mal nenhum nisso? Porque é simplesmente a sua cultura?

Não devemos julgar a nossa cultura superior às outras. Somos simplesmente diferentes. E isso é que faz a beleza do mundo. Há injustiças no mundo, claro. Claro que temos que lutar contra elas. Mas em vez de julgar, temos que aprender a conviver com a diferença...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Contradição feminina


As mulheres conseguem ser seres de grande contradição. Quando são solteiras, gostam de ter inúmeros conjuntos de lingerie. Investem em conjuntos sexys e coloridos. Gostam de variar nos modelos, tecidos e cores. Tudo para agradar as suas conquistas amorosas, sejam elas aventuras de uma noite, relações esporádicas ou namorados. Acho que fazem muito bem. Mas, se fomos sinceras, com este tipo de relacionamento, quase que podíamos ter só 2/3 conjuntos de lingerie mais sexys, e repeti-los visto que só raramente estamos com alguém...

Porque depois estas mulheres casem. E deve haver algo na missa do grande dia que as fazem entender que agora já se podem desleixar. Agradar ao marido e ser sexy para ele passou a ser acessório. Sim, porque conheço muitas mulheres destas que mal casam, menosprezam completamente a lingerie. O que é contraditório, já que casadas se despem diariamente perante um homem. E não estou somente a falar na variante sexual da coisa. Convivemos diariamente com uma pessoa que devemos agradar (os homens são seres visuais!), e não é bonito ver uma mulher com lingerie coçada, velha, larga e deslavada. 

Há quem me diga que com o casamento, se cria uma cumplicidade diferente e que o homem entende que a mulher se queira sentir confortável. Primeiro, conforto não quer dizer desmazelo. Segundo,  a lingerie não é só para o homem, mas também para nós. Quando nos despimos e olhamos ao espelho e gostamos do que vemos, a nossa auto-estima cresce dois palmos. Eu faço-o por mim, porque gosto de me sentir confiante e bonita. Ninguém, casada ou solteira, gosta de se despir e ver lingerie em péssimo estado, pêlos por todo o lado, etc. Quanto mais estando alguém a ver. Rio-me muito quando há mulheres que me dizem «ai tenho mesmo que ir depilar as virilhas, tenho consulta no ginecologista e não quero que ele me veja assim, um verdadeiro macaco». Respondo sempre «e não te importas que o teu marido te veja assim?».

Não é preciso (todos os dias) lingerie refinadíssima, corpetes, ligas, babydolls, etc. Basta algo bonito, em bom estado e confortável. Um pormenor que faz muita diferença, é ou não é verdade?!