segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Da vida


A Kitty Fane escreve e não posso deixar de sentir exactamente o mesmo:

Por vezes sinto que a nossa vida caminha de uma forma mais rápida e mais intensa do que a das restantes pessoas. Falo por comparação com as outras vidas que conheço, obviamente. Pode ser impressão minha, mas é verdade que acontece tudo a uma velocidade estonteante. Não dá sequer para baixarmos a cabeça e descansarmos um pouco. A nossa vida está repleta de acontecimentos muito bons, é verdade, mas também de (imensos) acontecimentos muito dolorosos. Não há semanas normais,o que é o mais inacreditável. Por vezes, já dou por mim com medo de me sentir feliz, porque sei que de seguida vai vir alguma coisa que me vai atirar para a fossa. Porque é isso que acontece sempre. É verdade que possivelmente será por passarmos por tudo isso que nos une um amor incondicional e que valorizamos tanto as coisas simples da vida ou o facto de estarmos os três vivos e juntos. É verdade que, de certa forma, já nos habituámos a isso. É verdade que a isso se chama viver. Viver intensamente. Mas, caramba, há alturas em que cansa não ter descanso.

Medo de ser feliz.  Quem nunca sentiu isto? Só quem ainda não viveu muitas peripécias na vida. Uma pessoa rir-se e pensar «que má notícia hei-de receber logo a tarde?». Pensar que a vida está calma de mais para não vir por perto uma tempestade.

Há quem pense que isto é pessimismo. Eu acho que é simplesmente uma maneira de viver perante os factos da vida. Não retira a felicidade do momento. Mas vivemos-a com menos ebriedade, mais racioalmente. Menos loucura...

Um dos motivos de ausência


Ligo diariamente à minha mãe. É uma rotina antiga. E não abdico daqueles minutos. Prefiro poupar noutros sítios. Mas houve um dia na semana passada em que me apanhou numa situação complicada e lhe disse para ligar para a minha irmã porque ela é que tratava desses assuntos. Mais tarde voltei a ligar-lhe porque sentia a consciência pesada e encontrei a minha mãe em lágrimas. Fortes. Sentidas. Doridas.

Os meus pais tiveram quatro filhos. Todos em ocasiões da vida diferente. Uma logo no início de vida antes de emigrarem, o meu irmão já na fase da emigração, a minha irmã em 74 já em França depois de estabilizados e eu em 1983. Deram tudo a cada um, de acordo com a altura da vida. Admito que tive mais regalias porque nasci numa época mais serena em termos sociais e económicos. Mas sempre nos financiaram os estudos que quisemos, o tempo que quisemos. Nunca nos aceitaram uma moeda de contribuição em casa mesmo estando nós a trabalhar. Ajudaram sempre na compra de casa e de carro. Pagaram o casamento a todos. Pagaram sempre as despesas correntes a todos. Sempre ajudaram os netos. Com um ordenado de trolha e de horas de limpeza. Quando às vezes éramos mais de 15 em casa.

Sempre fizeram tudo por nós. E é consensual entre todos os filhos.

Mas agora o meu pai não está. A minha mãe está mais frágil e desamparada do que nunca. Nunca tratou de burocracia. Ela precisa de ajuda. A mim também me custa perder férias para ir às Finanças, gastar dinheiro em telefonemas para Conservatórias, em controlar facturas e contratos, etc. Mas faço-o porque ela merece. É um retribuir simples numa relação mútua de amor mãe-filha.

Agora pôr a minha mãe a chorar daquela forma por causa da merda de um papel e de um erro que o Serviço de Finanças francês fez. Nunca o hei-de admitir. Falar-lhe daquela forma. Foi a gota. A facada final. A minha pulsação parou uns segundos como se me tivessem anunciado a morte efectiva de uma pessoa. Mas fazer um funeral sem corpo presente dificulta sempre o luto, porque sabemos que poderemos encontrá-lo numa esquina a qualquer ocasião. Isso leva tempo a digerir.

Podem magoar-me mil vezes que eu posso estancar os golpes. Agora aos que amo, não. E se for injusto ainda menos. Uma mãe perdoa sempre. Mas um irmão não. A última gota de amor fraterno secou. Custa, mas já mais nada importa...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

...


Vou-me ausentar do blogue por uns dias. Posso andar por aí a ler e comentar os vossos mas vou ter que me afastar daqui. Sinto-me ultrapassada pelos acontecimentos e estou numa fase em que preciso de ficar calada à espera do que vem a seguir. São problemas diversos. Múltiplas chapadas de uma vez só. Este blogue serve de local de desabafo para mim. Mas agora não quero escrever sobre o que preciso, sobre o que me atormenta. E também não quero estar aqui a escrever sobre outras coisas, quando a minha alma está em caminhos distintos.

Preciso de um novo começo. De repartir. E de me afastar do que é meu. Da realidade. E se este blogue é a minha realidade então também me irei afastar dele. Tenho a certeza que será por poucos dias: o tempo necessário para fazer restart.

Um abraço grande e um até já!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Divorciar-se de si


Com um casamento ganhamos mais do que um parceiro. Ganhamos uma nova família, novas rotinas, novos amigos. Criamos uma nova vida em que o outro faz parte integrante dela. E às vezes, ganhamos filhos. Mas infelizmente, algo pode correr mal, o sonho torna-se pesadelo e o divórcio é a única saída.

Eu compreendo que quando passamos por um divórcio, precisamos de nos afastar de tudo o que nos lembra aquele amor ou as mágoas recentes. Mas será que somos obrigados a divorciar-nos também da vida que criamos com o nosso ex-companheiro? 

Vejo tanta gente que sempre se deu lindamente com cunhados e sogros e depois do divórcio nunca mais os vêem (a situação inversa também acontece infelizmente). O pior é quando usam os filhos neste jogo de poder pós-divórcio. Mulheres que proibem os filhos de ver a família do ex-companheiro quando a família nada contribuiu para o divórcio. Será que não percebem que só estão a prejudicar os seus próprios filhos? Que estão a ser pessoas imaturas e egoístas? Exigem aos amigos comuns que escolhem entre um ou outro sem opção de escolha. Será que não percebem que as pessoas podem ser amigos na mesma, um e de outro?

Há adultos que infelizmente agem como crianças birrentas. Sei e compreendo que um divórcio é uma situação complicada e que mexe com a nossa estabilidade emocional. Mas devemos pensar, respirar fundo e agir de forma razoável, e não com base em jogo sujo. Não é porque saímos magoadas de uma relação que devemos ferir mais inocentes, só para não sermos as únicas a sofrer. E principalmente quando se trata dos filhos. Porque aquele homem estará sempre ligado a nós através dos filhos. Sempre, quer queiramos, quer não.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eu sou aquilo que perdi...


O tempo e a dor fizeram-me perceber que temos sempre que sorrir perante o que nos acontece. Pode parecer mau, mas há sempre um lado positivo naquilo que nos acontece. Pode demorar a revelar-se e no momento parecer impossível mas é verdade. Alguém dizia «ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas». É algo difícil mas não impossível.

Continuo a ter imensas saudades do grande homem da minha vida. E sei que terei sempre. Mas agora consigo sorrir para com ele. Senti-lo aqui junto de mim, sempre. Os meus olhos continuam a verter lágrimas, mas sei que ele está em paz. Já consigo falar para com ele. Porque sei que ele é o meu anjo, o que me protege e acompanha diariamente. Ele sempre o fez em vida, e sei que continua para além da morte. Pode parecer estranho, mas é uma força invisível que me faz seguir em frente e aguentar os remos. Sei que ele estará nas piores turbulências da vida. As vezes tenho muita pena de ele não estar para partilhar comigo as minhas felicidades, mas depois lembro-me que não é verdade. Só está de uma maneira diferente. Por vezes apanham-me a rir sozinha, porque  estou a vê-lo a rir-se comigo de uma determinada situação, em que só eu e ele percebemos o motivo da risota.

A vida pode ser uma merda, mas temos que encontrar um modo de a viver de forma mais sorridente. Há sempre uma maneira de escapar à loucura, à depressão. Tudo está nas nossas mãos, sempre. Só e única e exlusivamente nas nossas mãos. Tem um problema? Pense: poderia ser pior? Sim. Então sorria da sua sorte. Posso parecer maluca, mas ajuda muito a levantar a cabeça e ir à luta!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Hoje, não dá para mais


Podia escrever muita coisa: que um mosquito chato me infernizou a vida e que acordei com a cara toda picada incluindo o olho direito. Que acordei constipada, sem saber bem como, visto já ter dormido enroscada ao edredon. Que estou cheia de sono e vai ser difícil aguentar todo o dia. Que há obras no prédio do escritório e que está um barulho ensurdecedor que vai durar o dia todo. Mas também vos poderia dizer que estou feliz por ontem ter recebido uma óptima notícia da L., ter falado ao telefone com a minha tia que celebrou ontem os seus 96 anos, ...

Mas só vos vou dizer que quero muito que chegue o fim-de-semana. Para logo a noite me aninhar no colo do meu amor, enrolada na minha manta polar. Que quero muito dormir e acordar sem o toque do despertador. Quero muito que ele vá buscar o pão fresco e tomar o pequeno-almoço a dois. Quero muito namorar e ler na cama. Fazer pipocas e passar a tarde a ver filmes a dois. Quero muito descansar e aproveitar todos os momentos. E quero muito que esta constipação passe sem precisar de ir ao médico!

Um bom fim-de-semana para todos! Aproveitem bem antes que o Governo nos tire também este direito!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ser mulher


Há coisas que damos tanto por adquiridas que deixamos de lhes dar o devido valor. Sim, só quando sabemos o que é viver sem elas é que sabemos o quanto é bom viver com elas. E nós mulheres, temos várias coisas da nossa vida tão banais, que já nem percebemos o quanto é importante tê-las. Estou a falar da liberdade de poder sair de casa com a roupa que se quer: calções, saias curtas ou compridas, camisola de gola ou decotada, etc. Sim, não há padrões sociais ou religiosos que nos impõem um código de vestimenta estricto. E ainda nos queixamos de não saber o que vestir. Pois, um dos problemas da nossa sociedade é ter demasiado por onde escolher. Mais escolha = mais stress = menos felicidade.

Mas há mais. Somos livres de estudar e o que bem queremos. Já podemos ser médicas, advogadas, engenheiras, astronautas, etc. Já podemos escolher quando queremos ser mães: já não estamos presas a métodos arcaicos como o coito interompido, em que uma mulher podia ter 12 ou mais filhos ao longo da vida. Hoje, podemos escolher o nosso parceiro, sem nos ser imposto por padrões e convenções sociais.

Hoje podemos viver a nossa sexualidade em pleno sem ter medo de assumir o nosso prazer. Deixamos de ser objectos ao serviço do homem. Podemos gozar o momento. Eu sei que ser mulher nem sempre é fácil, mas vamos deixar de nos queixar por ninharias, coisas facilmente ultrapassáveis. Vamos gozar a nossa essência de mulher e tudo o que isso nos traz! Porque as mulheres são únicas e devemos ter orgulho nisso.

Esta foto é de um cinto de castidade. Sempre ouvi muito falar dele nas histórias de príncipes e princesas mas nunca tinha visto um ao vivo. É assustador o que obrigavam as mulheres a usar! Já viram do que nos livramos?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cenas de um casamento


Acho que ninguém se pode gabar de ter tido tantos convidados como eu no seu casamento. Desafio quem quiser contradizer-me. Oficialmente éramos cerca de 90 pessoas reunidas numa igreja no cimo de um monte, com vistas de cortar a respiração. Acontece é que tive um bando de convidados surpresa: uma infectação de bichas-cadelas (quem não conhecer este bicho amoroso que ponha no Google). Eu não exagero eram aos milhares! A Igreja tem as paredes brancas e a que ficava ao sol estava preta de tantos bichos.

E quem me conhece sabe que odeio profundamente insectos. Eu berro e recuso-me a ficar próxima deles. Estão a imaginar o problema? Primeiro, na sacristia o Padre estava a confessar-me quando me sacode uma bicha-cadela do peito. Quando se apercebeu de onde tinha acabado de passar a mão, coitado ficou tão envergonhado. Eu achei amoroso! Depois a múscia de entrada era para deixar tocar e só entrar num momento preciso da música, mas o meu pai disse-me logo para esquecer, que não ficava ali aos bichos. E depois era ver toda a gente a confraternizar durante a missa às pancadinhas uns aos outros. Serviu para quebrar o gelo entre famílias. O pior era quando estava sentada e senti algo nas coxas. Eu bem que tentei sacudir-me mas foi impossível, com o saiote e o vestido. Só se levantasse tudo em frente ao altar...
Foi uma risota geral. O casamento ficou marcado por este episódio fora do normal. Não estragou o momento, felizmente. O mais giro é que no dia a seguir já não havia uma única bicha-cadela na igreja. Ontem revi o meu álbum de casamento e é giro reviver esses momentos. Há quem diga que foi a minha maior prova de amor, casar-me com tantos insectos à minha volta. Eu aceno positivamente. O que não digo é que se fossem aranhas, aí era mesmo capaz de cancelar o casamento ou obrigar o padre a fazer o casamento na escadaria.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Expor-se


Há muita gente que não entende, mas o ser humano tem necessidade de se expor. É uma característica intrínseca. Somos um ser social que precisa de viver em comunidade. Só vivemos se nos relacionarmos com seres da nossa espécie, se formos conhecidos. Precisamos de nos expor. Sempre foi assim, e parece que a tendência é crescente. 

E cada um encontra a sua maneira de se "expor" aos outros: alguns fazem-no através do seu trabalho e êxito profissional, outros pela família, outros ainda pela beleza e o corpo de sonho, etc. A tecnologia só veio potenciar isso. Antes as pessoas expunham-se cara-a-cara, mostravam as suas competências de viva voz, vangloriavam-se directamente. Agora é mais fácil: mostram-no através das redes sociais: as fotos falam para nós: «olha o sítio lindo onde fui de férias», «repara o carro de alta cilindrada que eu comprei», «vê o corpo de sereia que tenho», «inveja a minha mala nova tão cara», «olha o borracho do meu novo namorado», etc.

As pessoas por mais que o neguem gostam de comparar vidas e de avaliar a sua através da dos outros. Todos precisamos de reconhecimento e aprovação social. Precisamos de um «gosto», de um elogio, de criar um sentimento de inveja...

Expor-se pode não ser negativo. O mau é que se caiu no exagero. O facebook parece um Big Brother electrónico onde se segue a vida dos outros em directo com pormenores demasiados íntimos. Há quem diga que as pessoas que criticam tal maneira de estar socialmente é porque têm vidas medíocres. Se calhar têm razão: eu tenho uma vida banal. Partilho momentos mas não tenho necessidade de me expor em demasia por questões de privacidade e de segurança... Como tudo na vida não há certo ou errado: há maneiras diferentes de estar na vida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Eu sou mesmo assim...


Ontem foi um dia complicado para mim. Um dia cinzento, pautado por dúvidas e incertezas. Eu sei que pode ser irracional, claro que sim. Mas por mais que tente controlar este receio infundado não consigo controlá-lo. Ele torna-se cada vez mais real, mais palpável, mais sentido. Como um monstro que se esconde dentro de um armário, só que este armário não é de madeira: somos nós próprios.

Há dias assim em que precisamos de certezas absolutas que ninguém nos pode dar. Mas há pessoas que se encontram a quilómetros de distância que podem fazer tanto por nós e nem o sabem...

Ontem, estava eu no meu sofá com as minhas preocupações, quando o meu olhar pousou num livro: Le Petit Prince. Este livro foi-me oferecido por uma pessoa especial que este blogue me deu a conhecer: a Karina Silva. E este livro cativou a alma de criança que habita em mim. E não o poderia ter lido em melhor altura... Todos nós temos uma flor especial na nossa vida que precisamos de cuidar. Todos nós precisamos de cativar os outros que nos rodeiam, todos precisamos um dia de ter uma conversa com uma raposa assim. Le Petit Prince lembra-nos valores esquecidos e lembra-nos o quanto é bom ser criança, quando não temos medo. Fez-me sorrir quando mais precisei. Obrigada Karina.

E não podia terminar este post (que é meio estranho, confesso) de outra forma: "O essencial é invisível para os olhos". 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Imprévisible


A magia da vida está na sua imprevisibilidade. Para o melhor e para o pior. Antigramente tinha medo do futuro, do que poderia acontecer. Continuo a ter receio das más surpresas que a vida me pode reservar mas de outra forma, mais sensata, mais segura. Aprendi que só conseguimos ser felizes porque justamente não sabemos o que a vida nos reserva e quando. Mas também aprendi que os Homens só dão valor à preciosidade da vida quando se confrontam com a sua perda, com a doença, etc. É triste mas é verdade. Acontece a todos.

Temos que ter consciência que acordar todos os dias é um dom. Acordamos e parece que é tudo igual: a luz que entra pelas persianas é a mesma, encontramos as mesmas caras, etc. Mas um dia pode ser o último. Hoje até ao final do dia podemos já não fazer parte deste mundo, podemos perder a pessoa que mais amamos, podemos descobri que temos cancro, podemos ficar desempregado, ... Tudo o que damos por certo pode mudar.

Mas também hoje pode ser o dia de nos apaixonarmos loucamente, de reencontrar aquele grande amigo que não víamos há anos, de conseguir uma promoção há tanto desejada, de concretizar sonhos, de ganhar o euromilhões, ... De ser feliz.

Eu acredito que é como se cada um de nós vivéssemos várias vidas numa só. E temos que viver cada fase sempre com fé e esperança. E dar sempre valor e ser feliz. Porque por pior que estejamos, continuamos a ter o nosso bem mais precioso: a vida!

E somos o protagonista da nossa história. E mesmo que houver alguém superior, tal escritor, que empurra a pena, nós conseguimos traçar um guião para nós. Estou prestes a começar algo que queria há muito concretizar. Estou feliz e apreensiva. Pode tudo correr mal, claro que pode. Mas tenho que tentar. Quero todas estas boas energias a confluir em mim, por favor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um pouco mais de mim...

A Estrela desafiou-me há dias e aqui estão as minhas respostas:

O que eu mais gosto em mim?
Gosto da minha personalidade. Tenho perfeita noção que tenho defeitos, mas sei que tenho qualidades que admiro muito. Fisicamente, adoro os meus olhos.

O que eu não gosto em mim?
Os meus defeitos... Sou extremamente impulsiva (apesar de já me conseguir controlar mais). Fisicamente, não gosto das minhas coxas e gostaria de ter o peito mais pequeno...

Se eu ganhasse o Euro Milhões , eu...?
Eu desempregava-me na hora. Rumava ao Norte e iria construir a minha quinta. Criaria o meu negócio. Iria conhecer aqueles países que me fascinam tanto. Levaria o meu sogro a Angola. Pagaria o crédito de habitação a algumas pessoas queridas. E  teria que criar algo para apoio a idosos e crianças carenciadas. Ah, e teria uma enorme biblioteca!!!

Cite 10 coisas sem as quais não viveria...
O meu amor
A minha família e amigos
Os meus sonhos, pois são eles que me fazem seguir em frente
Livros
O meu carro: adoro conduzir!!
Comida boa: sou uma gulosa
Um bom banho
Água
Idas à minha aldeia
E acho que é tudo...
 
Qual o significado de BLOG para mim?
É um local onde venho escrever, desabafar e ganhar forças.

O que é beleza pra mim?
É atitude. É estar bem consigo própria. É assumir-se como somos, o que gostamos, o que queremos.

Frase que marcou minha vida:
Há algumas. Mas há uma que tem estado presente na minha mente. «És a minha força», pronunciada pelo meu pai na cama de Hospital...

Meio termo


No amor, não gosto de pessoas controladoras. Em quase todos os casos, essas pessoas revelam uma dose mínima de confiança e para colmatar esta insuficiência, controlam os outros como se fossem objectos. Para que haja um controlador, é preciso que o outro se deixe controlar, o que também revela pouco respeito por si próprio. Uma relação é mútua e baseia-se em respeito. O controlo excessivo só prejudica um casal e na minha opinião, só leva a que o controlado pise os limites. Mais se diz a alguém não faças isto, não faças aquilo, mais uma pessoa terá tendência a fazê-lo. E o mais engraçado é que normalmente os homens mais controlados são os que são mais dignos de confiança...

É tão degradante e desagradável estar com amigos em que temos que ter o cuidado de não falar para um dos homens porque está acompanhado pela namorada, porque mal se fale para ele a sorrir, ela vai colocar a sua tromba característica e o serão fica logo estragado. Eu não suportaria isso. Liberdade é um mote para mim. Porque também liberdade significa responsabilidade. Deixa-me triste ver um amigo que não pode vir almoçar lá a casa sozinho, sem primeiro ter a certeza que não estará nenhuma mulher (mesmo estando ela casada com um dos seus amigos!)...

Isso não é amor, é asfixia. É matar a pessoa que está connosco. Se desconfiamos dela a tal ponto de não a deixar viver, porque não acabar logo a relação? Em tempos, ouvi uma máxima que dizia mais ou menos assim: Se pegares num punhado de areia e abrires a mão ao vento, a areia irá levantar voo. Mas se fechares a mão com muita força, também a areia desaparecerá por entre os dedos. É preciso meias medidas, abrir a mão a meio, fazendo uma concha, protegendo a areia mas deixando-a livre, e assim ela permanecerá connosco...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Em dia e hora marcada...


Voltei ontem a ver o programa Les Français, L´amour et le Sexe, e digo-vos que há por aí muita gente com uma maneira estranha de viver a sua sexualidade. Ontem entrevistaram um casal em que o marido planeava um calendário para o sexo. Previamente define os dias da semana em que vai haver sexo e o cenário desenrola-se sempre da mesma forma: ele faz uma sesta, chama-a ao quarto e em dez minutos despacha o assunto. E ela queixava-se que queria mais espontaneidade e preliminares. Mas ele dizia que só tinha prazer assim e que ela não precisava de preliminares porque na expectativa que chegasse o dia/hora marcada, o desejo dela sobia o suficiente...

Francamente era incapaz de manter uma relação assim. Nunca. Primeiro, aprendi a respeitar-me a mim mesma e a não fazer o que não quero/ apetece só para agradar ao outro. O amor e o sexo são antes de mais um momento de partilha e demonstração de carinho mútuo. E, para mim, vive da intensidade de um momento incerto: quando menos se espera, um olhar, um gesto, uma palavra pode acender a chama da paixão. Em todos os sectores da minha vida, odeio fazer coisas por obrigação. Relegar o sexo a um planeamento como se planeia uma semana de trabalho? Não obrigada. Perde-se a magia, o encanto da espontaneidade. Não faz sentido. Uma mulher (e penso que também os homens) precisa de sedução, de surpresas, de apimentar a sua relação, de novidade, de fugir à rotina. É tão pouco saudável fazer sempre tudo igual, à mesma hora, da mesma forma. Há quem diga que se deve fazer amor mesmo quando não se apetece. Eu prefiro qualidade. E recusaria-me a alinhar num esquema destes nem que isso ditasse o fim de uma relação. Sentiria-me um objecto que se pega quando se quer e pronto.

É incrível pensar que actualmente ainda haja casais com uma visão do sexo tão retrógrada... Francamente não sabem o que perdem em não se deixarem envolver pelo momento e pelo prazer espontâneo...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Falamos línguas diferentes


Quem nunca olhou para um homem e pensou «parece que falamos línguas diferentes»? A comunicação entre um homem e uma mulher revela-se um desafio. As mesmas palavras podem ter significados totalmente diferentes. Os homens são mais racionais: comunicam factos e informações. Usam palavras com significados literais. Enquanto que nós mulheres temos uma alma poética, em que expressamos sentimentos, em que cada palavra tem uma conotação emocional. As nossas palavras têm muitas vezes segundos significados e a nossa linguagem abunda de generalizações, metáforas e comparações. Que deixam os homens baralhados e loucos... Acredito que muitas discussões advêm da nossa incapacidade de perceber que comunicamos de maneira diferente.

Tente dizer a um homem: «Sinto que não me ouves», e ele revirará os olhos e irá repetir literalmente, palavra a palavra, tudo o que acabou de dizer. Mas nós queríamos apenas dizer com aquelas cinco palavras, que sentimos que ele não tem percebido aos nossos sentimentos e que sentimos que a nossa relação está a resfriar, blablabla. Ou melhor diga-lhe que a casa está sempre desarrumada. E ele irá responder com calma que não está nada sempre desarrumada, só alguns dias. E que nesse dia até fez a cama. A mim, estas respostas-tipo tiram-me do sério, e acreditem, são recorrentes...

Outro problema comum é lidar com o silêncio masculino. Felizmente já ultrapassei (na maioria das vezes) este problema de comunicação. Nós mulheres falamos, falamos, falamos. Pensamos em voz alta, debitamos palavras para tomar decisões, para falar de coisas banais, para transmitir ordens, para dizer o que sentimos, o que não sentimos, etc. Pensamos falando. Os homens simplesmente pensam calados. Eles não exteriorizam as coisas da mesma forma. Mas quando uma mulher se depara com o silêncio masculino pensa logo nos piores cenários: «já não gosta de mim», «quer dar me uma má notícia», etc. Eles só estão a pensar, mentalmente. Se os confrontarmos e tentarmos perceber à força os seus silêncios só gera confusões e discussões.

Francamente, deveríamos ser preparados desde jovens a lidar com o sexo oposto. Afinal aprendemos línguas estrangeiras, e até latim, que por vezes nem iremos usar. Enquanto que diariamente teremos que comunicar com homens. E que tal alguém lançar um dicionário de Mulherguês-Homemgualês?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Boltei ;)


Estou de volta! Que bem que me souberam estes dias de descanso no Norte [por isso é que estive afastada da net Estrela]. Gozei uma enorme tranquilidade, como há muito tempo não sentia. Aquela sensação de paz que aquele lugar me transmite é único. Os montes verdejantes, o silêncio apaziguador, as pessoas genuínas, ... Matei saudades de petiscos únicos, como maçaroca de milho grelhada, requeijão, feijoada à transmontana, milhos, alcaparras, etc. Houve tempo para gozar esplanadas e o Rio, mas também o Outono que já se fez sentir. Nem imaginam como me soube bem enrolar-me nas mantas de manhã, gozar o ar frio da manhã na varanda com uma caneca de café, e aquela manta à noite no sofá... E claro, adoro passar uns dias com a minha mãe. Aqueles momentos a duas fazem-nos tão bem...

Sinto-me feliz, com força e esperança. Espero manter-me assim durante algum tempo...