sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Desabafo

Sempre soube que um filho não salva casamento nenhum. Mas não tinha noção como pode abalar tanto os pilares de um relacionamento.
 
Considero ter um casamento sólido que já ultrapassou muitos problemas. Claro que temos os nossos altos e baixos, mas qual relação que não os tem? A criança foi muito desejada, tanto por um como pelo outro (sendo que ele desde sempre quis ser pai, coisa que não aconteceu comigo). E o dia do parto foi um abalo tremendo para nós.
 
É difícil lidar com as mudanças. E, por mais que um pai goste de um filho, parece-me que a mãe tem uma capacidade de abnegação única. Coloca o filho em primeiro lugar, frente ao seu próprio bem-estar. Tentei desde o início não pôr de lado o marido, porque tinha ouvido falar vezes de mais de homens que se sentem afastados aquando do nascimento dos filhos. Mas infelizmente ele é que se barricou numa posição com a qual é cada vez mais difícil lidar. Culpa-me quando o pequeno chora, fica chateado com o pequeno quando tem noites mais difíceis, e afins.

Há dias em que tenho dúvidas sobre o nosso futuro. Mas quero crer que tudo voltará ao normal com o tempo. Só que entretanto há mágoas que se criam, distanciamentos que se pronunciam, palavras que nunca deveriam ser ditas...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Pechincha que vale a pena


Comprei as bandas depilatórias faciais da MyLabel e valem mesmo a pena: muito mais baratas do que as da Veet (1.39€ contra  cerca de 4€) e são tão boas ou melhores do que as da Veet. Não têm é aquele cheirinho agradável das da Veet, mas como não é isso que se espera de umas bandas de cera, não me interessa. Arrancam muito bem o pêlo. Tenho pele sensível e seca e não senti nenhuma reacção adversa.  Aconselho vivamente.

Entretanto recebi as amostras de creme da Garnier Intensive de Manga para peles secas e muito secas. Só usei alguns dias mas o creme parece realmente muito bom. Textura fluída, de absorção rápida e cheira muito bem. Sei que é bastante acessível. Por isso acho uma óptima opção. Agora uso mais cremes reafirmantes mas irei sem dúvida comprar mais vezes.

* As fotos são retiradas da net

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Hilariante

A semana passada recebemos a visita de uns amigos do Norte. Vieram conhecer o S., sendo que já não nos víamos desde Outubro do ano passado (antes de engravidar). Já foram fazer o relatório na aldeia do marido, que chegou aos ouvidos da sogra:
«Não é parecida nem com o pai nem com a mãe. E aquilo não é gordura de quem esteve grávida. É dos tchuculates
 
Ainda bem que tenho uma cicatriz na barriga para mostrar um dia ao meu filho que ele saiu mesmo daqui. Mas não posso provar que não foi trocado na maternidade (até posso, porque o feitio é totalmente nosso). Quero ver daqui há um mês quando for a aldeia, os comentários que vou ouvir. E apetece-me tanto ser mazinha. Adoro esta gente tão pequena. Adoro. Fazem-me rir.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Coisas que não interessam a ninguém

Sou uma pessoa (meia) bipolar. Reconheço-o bem. Sei que não é fácil lidar comigo por vezes. Passo da alegria estonteante à lágrima com grande facilidade. Enfim, cada maluco tem a sua pancada...
 
Por exemplo, odeio chá. Há duas coisas que adoraria apreciar: vinho tinto e chá. Mas é impossível. Simplesmente não passa e dá-me vómitos. Mas por outro lado sou louca por serviços de chá (muito mais do que de café, que adoro). Apaixono-me loucamente por serviços de chás e tenho alguns em casa. São peças que adoro! E estas férias quero finalmente convencer a minha mãe a ceder-me um dos seus serviços de chá chineses do qual gosto tanto...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Companhia diária

Estava com muitas expectativas quando peguei no livro Um dia de David Nicholls. Muita gente adorou e falou muito bem do livro, e se calhar por isso desiludiu-me um pouco. Só começei a gostar da história quase no final e o livro acaba de uma forma que me desapontou. É uma leitura leve. Sem nada de mais. Nota: 2/5


Em contrapartida adorei Marina de Carlos Ruiz Zafón. Ele é sem dúvidas um dos meus escritores preferidos. A escrita é magnífica e arrepiante. Houve partes que não consegui ler sozinha em casa. Recomendo mesmo. Nota: 5/5

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Altos e baixos amorosos

"era a vida real e se não era tão curiosa ou apaixonada como fora outrora, era apenas por ser inevitável. Aos trinta e oito anos seria desapropriado, indigno, conduzir amizades ou amores com o ardor e a intensidade de alguém com vinte e dois. Apaixonar-se assim? Escrever poesia, chorar com canções pop? Arrastar pessoas para dentro de cabines de fotografia, passar um dia inteiro a fazer uma cassete de compilação, perguntar às pessoas se queriam ficar na nossa cama, só para fazer companhia? [...] Ridículo, aos trinta e oito anos, esperar que uma canção ou um livro ou um filme nos mudasse a vida. Não, tudo se nivelara e assentara e a vida era vivida sobre um pano de fundo geral de conforto, satisfação e familiaridade. Não haveria mais daqueles altos e baixos de arradar os nervos. Os amigos que tinham agora seriam os amigos que teriam dentro de cinco, dez, vinte anos. Não esperavam tornar-se dramaticamente ricos nem pobres; esperavam manter-se com saúde ainda durante muito tempo."                                 Um Dia |  David Nicholls


E eu pergunto-me: será que há várias maneiras de amar consoante a idade? Claramente que sim. Quem, como eu, está prestes a chegar aos trinta apercebe-se que a paixão dos vinte quase se perdeu. Deixamos de beijar a pessoa amada da mesma forma em público. É um amor mais recatado. Não significa que é menos forte. É apenas vivido de forma diferente. Não sei se as pessoas não seriam mais felizes se se soltassem mais, se vivessem sem pensar tanto no que os outros pensam. Mas a verdade é que de forma inconsciente as pessoas vão adequando-se à idade.

O conforto, a familaridade e a rotina passam a ser coisas boas, agradáveis. Um porto de abrigo. E imagino que quando chegar aos 60 anos esta sensação será ainda maior. Já não existem altos e baixos, aquelas preocupações diárias que vivem os apaixonados com 15/ 20anos. O pior é quando as pessoas procuram constantemente a sensação do amor adolescente numa relação madura. Ou então quando os parceiros se deixam comer pela rotina.

A vida é feita de equilíbrio e é na procura deste equilíbrio que reside o segredo da felicidade a dois...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

STOP

Estou cansada da imagem que o espelho reflecte. Não, não estou com uma crise de baixa auto-estima ou assim. Simplesmente olho para mim e esta pessoa já não me diz nada. Já não me revejo ali. Preciso de mudança em mim. Se calhar para acompanhar as grandes mudanças da minha vida.

Depois de estar desde Novembro do ano passado em casa (entretanto só trabalhei dois meses), já tive de revirar a casa. Eu, que nunca fui de muitas mudanças, já alterei a disposição de móveis, de objectos de decoração, já renovei alguns, já mudei tapetes e afins. Agora chegou a minha vez.

Segunda-feira inscrição no ginásio. Apesar de as finanças estarem pelos rios da amargura, sinto mesmo necessidade de ir para lá: para o corpo, mas principalmente para a mente. E tenho que ver se a minha cabeleireira está aberta (ainda não me habituei a este marasmo de agosto em Lisboa, quando na terrinha é quando há mais vida nas ruas): apetece-me ser radical. Muito. Posso arrepender-me, mas vou arriscar. Um corte mesmo curto, daqueles que não dêem para apanhar os cabelos com elástico. E estou com uma vontade tremenda de os pintar daquela cor que sempre quis mas nunca tive coragem. Apetece-me mudança. Só não mudo o guarda-roupa porque ainda estou na esperança de perder alguns quilos...

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Boazinhas e vilãs

Tenho ficado intrigada com um facto. Não sei se mais alguém reparou mas nas telenovelas (nacionais pelo menos) a vilã costuma ser uma mulher bem vestida, sempre bem penteada e maquilhada, bem sucedida profissionalmente, enquanto que a "boazinha" é sempre mais simplória, com outfits menos elaborados, etc.

É quase um estigma social: se te cuidas, não prestas. És má ou falando sem rodeios: és uma cabra. E também isso se nota na vida real. Muitas mulheres, quando se cuidam e se vestem com elegância, são olhadas com desconfiança. Muitas são acusadas de serem vaidosas (de forma pejorativa) e más mães. Como se uma coisa impedisse ou anulasse as outras.

É necessário ir além das aparências. E os meios de comunicação social deveriam ser os primeiros a apostar, nem que fosse de forma indirecta, na divulgação da importância das mulheres se cuidarem e que isso não faz delas piores pessoas. Antes pelo contrário.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quando as lágrimas teimam em correr...

"Então, eu perguntei:
— De que cor é a saudade?
Ela me respondeu:
— A saudade tem a cor da pele de quem nos faz falta.."

A saudade tem a cor da tua pele torrada pelo sol, tem a melodia do teu riso, o calor do teu corpo, a magia das tuas histórias, o sabor do nosso amor. Tenho tantas mas tantas saudades tuas pai. Sem ti sinto-me muitas vezes perdida. Sinto-me órfã de uma parte de mim. Queria tanto voltar a estar contigo. Passado dois anos ainda não aceitei que nunca mais voltaremos a estar juntos. Eu sei que estás comigo mas sinto falta da tua presença. Dói tanto. E olho para este rapaz e penso que nunca o conhecerás e imagino como terias gostado dele. Nunca te conheceu mas é engraçado como tem tanto de ti. Sinal que continuas a viver entre nós. Amo-te tanto e essa dor é horrível, sufocante. E esta gente que não percebe que por mais apaixonada e feliz que esteja pelo teu neto, nada apaga esta dor. Porque não se esquece o que se perdeu, apesar de se estar feliz por se ter vivido momentos maravilhosos ao teu lado. Nada nem ninguém ocupará o lugar que te reservo no meu coração. Estas saudades matam-me.Adoro-te pai.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Adoçar a segunda-feira

Não sei se já partilhei aqui está receita divinal. Mas aqui vai: nada melhor do que uma Tarte de Pêra e chocolate para tornar a segunda-feira mais doce e agradável.

Para tal é preciso:
  • 1 rolo de massa quebrada
  • Pêras qb para rechear bem a tarte
  • 100 gr de chocolate preto para culinária
  • 50 gr de Açúcar
  • 1 pacote de natas
  • 1 ovo
Como eu fiz:

Desenrolar a massa sobre a forma de tarte [simultaneamente abanar com insistência a espreguiçadeira com o pé] e picar o fundo com um garfo. Derreter o chocolate em banho-maria e barrar o fundo da tarte [voltar a abanar a espreguiçadeira e cantarolar músicas bizarras], espalhando bem.

Descascar e cortar às pêras às metades (ou em 4, quando não estão muito maduras) e pô-las sobre o chocolate [fazer isso com um miúdo ao colo deveria valer-me uma medalha olímpica pelo menos].

À parte bater o ovo, o açúcar e as natas [sempre com o miúdo ao colo, a cantar e dançar tudo ao mesmo tempo]. Verter a mistura sobre as pêras.

Levar ao forno pré-aquecido durante 30 min a 180ºC (ou até o creme ficar dourado).
 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O último segredo


Gostei muito deste livro e recomendo a quem gostar assim muito de temáticas relacionadas com a desmitificação das religiões, com muitas citações à mistura. Este livro fala da verdadeira identidade de Jesus. É engraçado com passagens da Bíblia tão bem conhecidas por todos, podem revelar outros significados depois de nos explicarem a verdade. E acho que os factos revelados no livro fazem todo o sentido. Não posso revelar muito, senão perde o interesse para quem ainda não leu. Nota: 5/5

Alguns lapsos na história é que não são tão admissíveis para um autor deste calibre. Uma vez o autor esquece-se que uma personagem já tinha saído de cena e enquadra-a num diálogo e outra vez esquece-se que as personagens estão vestidas de escanfandro...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Maré de sorte

4 da manhã. Depois de uma hora de leves gemidos, o ser mais pequeno de casa acorda. A mãe, com a mania que é inteligente, já tem o cenário todo preparado para alimentar a cria num ambiente serenoe  sem estímulos de modo a que a cria não acorde e volte a dormir rapidinho.

Sentados na cama, o pequeno come. Sem nunca abrir os olhos. E a mãe, feliz, pensa ter conseguido os seus propósitos e já se está a imaginar voltar para os lençóis macios dentro de breves minutos. Coloca sua cria a arrotar, quando sente algo quente na sua perna desnuda.

Há quem diga que pisar em coco dá sorte. Eu que fui banhada nele, devo amanhã ganhar o euromilhões. Estava literalmente toda borrada. Eu, a colcha, os lençóis, o meu pijama. Mas era coco em quantidades astronómicas. Tive que mudar a cria que abriu aqueles grandes olhos e se manteve acordada até às seis da manhã. Eu ainda tive que mudar a cama e tomar banho. Para quem queria uma noite sossegada, tive uma madrugada muito movimentada. Mas a sorte, senhores, a sorte está comigo!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

momento piroso do dia

Há momentos únicos na vida de uma mulher. Momentos extremamente felizes. No meu caso, o percurso na nave da igreja até ao meu futuro esposo, os pontapés na barriga, o primeiro olhar com o meu filho. Mas o que me enche o peito de uma forma totalmente indescritível é o sorriso e gargalhada do meu filho. É uma sensação de plenitude inexplicável. É fantástico. É felicidade pura. E aqueles barulhinhos que já "fala"? Amorosos!

*Os pézinhos do meu menino com cerca de quinze dias de vida

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mulheres no activo

Há poucos dias foram divulgadas notícias acerca da repartição de horas de trabalho entre homens e mulheres, tanto fora como dentro de casa. Nas entrevistas de rua muitas pessoas dizem que ainda se fala demasiado em "ajuda" por parte do homem em vez de "partilha". É verdade que ainda hoje a principal carga de trabalho cabe à mulher. E há ainda muitas que não podem contar com os homens para nada!

Mas tenho a dizer que nestes últimos anos, creio que surgiu uma tendência nova. Cada vez mais há pais conscientes que educam os seus filhos homens desde tenra idade para as tarefas domésticas. Mas por outro lado há muitas jovens mulheres que não sabem fazer nada de nada em casa. São verdadeiras dondocas. Não sabem limpar nada nem cozinhar nada. Ou porque os pais têm empregada ou porque os pais nunca quiseram que a sua rica filha fizesse certas coisas. E vejo tantos casais novos em que a mulher não sabe fazer nada e em que o homem até faz mais do que a mulher, até tratar dos filhos. Sim, podem chamar-me retrógrada, mas isso choca-me. Acho que temos todos que saber fazer um pouco de tudo. Aprender a ser auto-suficiente. Tenho casos desses bem próximos e quando pergunto às jovens como vão fazer quando saírem de casa, apenas respondem-me que também terão empregadas. E não estou a falar de gente com muito dinheiro. Enfim...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vencer o preconceito

Sempre o disse e agora sinto-o ainda com mais convicção: o mais importante para mim é a felicidade e bem-estar do meu filho. E para isso terei que apoiar as suas decisões de vida, seja a nível pessoal, profissional ou afectivo. E sendo assim, sempre disse que se ele fosse homosexual sempre o apoiaria incondicionalmente.

Mas mesmo assim fiquei impressionada (pela positiva) com uma conhecida. É recorrente perguntar-se às crianças pequenas se já têm namorado (o amor nestas idades é tão bonito). A pergunta foi feita à miúda mas a mãe corrigiu logo dizendo: «namorado ou namorada, não é filha?». Considero-me uma pessoa liberal mas não sei se seria capaz de eu própria levantar a questão assim ao meu filho: «tens namorada ou namorado?». Mas admiro quem o faça com esta naturalidade. Pode ser que assim se vença o preconceito.