quarta-feira, 26 de junho de 2019

Cópias ou personalidades únicas?


Por motivos profissionais e porque se tornou a minha rede social preferida, passo mais tempo no instagram... Todos os seres humanos procuram aprovação e inclusão, mas ultimamente vejo que todos se tornam cópias uns dos outros. O conteúdo espontâneo é raro: as poses são idênticas, os lugares, as frases feitas, etc. Ultimamente só me deparo com mulheres de costas voltadas (e quase sempre de chapéu). São fotos lindíssimas sem dúvidas, mas todos os feeds se tornam cópias uns dos outros. E a mim cansa-me. Gosto de pessoas genuínas, que podem ter fotos mais desenquadradas, menos pensadas, mas mais espontâneas e sentidas.

E sim, começo a ter alergia ao "turista smartphone". Esta espécie que chega a um lugar cheio de história, que mal olha para as paredes, que mal prende o tempo de contemplar o ambiente, de viver o momento, mas está logo com o telefone na mão. Só vive os destinos pela objectiva do teu telemóvel. E é capaz de demorar imenso tempo para tirar a fotografia à namorada referida mais acima. O que não deixa espaço nem tempo a quem quer aproveitar o local. No Palácio Dolmabahce vi pessoas a não parar nas diferentes salas, apenas apontavam o telemóvel para cada uma delas, sempre a andar. Gostava de ouvir o relato destas viagens: podem ter fotos maravilhosas mas, para mim, não viveram o local. E depois há aqueles que conseguem fazer sessões fotográficas cheias de poses e sorrisos em cima de monumentos e em locais de culto com grande carga emotiva, como Auschwitz. Chega a ser uma verdadeira falta de respeito!

Somos a geração com mais possibilidades de ver o mundo. Podemos tudo (em relação aos nossos pais, avós, etc.) mas parece que, por sabermos que não há fronteiras/ limites, tudo nos é permitido, tudo nos é devido. Francamente não é assim que quero ensinar o mundo ao meu filho...


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