terça-feira, 19 de julho de 2011

Somos o que somos


Uma coisa que aprendi com o tempo é que não se mudam os homens. A fase de adaptação é sempre difícil. Lá em casa, houve grandes crises até que conseguimos finalmente fazer cohabitar os nossos dois feitios e estilos de vida. A solução é mais simples do que parece: paciência, cedência e adaptação. Os dois tiveram que mudar um pouco para tornar a cohabitação pacífica. O meu marido teve que aprender que o lugar de macho latino que a mãe reservava para o filho não tinha lugar entre aquelas 4 paredes, e eu tive que aprender que tinha de partilhar o meu espaço, que não podia ser tão exigente com ele. É um trabalho muito difícil. É por isso que acredito que toda a gente devia viver juntos antes de casar. Uma pessoa só conhece a outra depois de partilhar 60m2.

Podemos alterar pormenores, mas não podemos mudar a essência de um homem. E é aqui que muitas mulheres falham. Querem fazer daquele homem alguém perfeito, o que é impossível. E por isso vivem frustradas, o que dá asas a discussões entre o casal. Se ele nunca foi romântico, porque insistir em que nos faça surpresas hollywoodescas? Isso é abdicar na sua genuinidade, espontaneidade, fazendo com que tudo seja forçado. Porquê insistir em que ele deixe de gostar de ir ver a bola com os amigos? Porque obrigá-lo a gostar de coisas diferentes? Porque fazer dele um homem que ele não gosta? E quando, por exemplo, nos chateiamos quando ele nos deixa escolher sempre o filme ou o restaurante. Já pensaram que pode não ser falta de personalidade, mas somente uma vontade tremenda de nos agradar e ver-nos felizes?

Eu acho que isso torna a vida de um homem um inferno. Francamente. Às vezes é bom parar e pensar na perspectiva deles. A minha máxima é garantir que ele queira voltar (e sentir-se feliz por isso) todos os dias para casa. Porque aí encontra paz e pode ser ele próprio. Claro que só é possível fazendo cedências mútuas. Quando um homem se sentir melhor no café com os amigos ou com uma amante porque esta não o chateia, a coisa é preocupante. 

Temos que aceitar as pessoas como elas são. Aceitar as imperfeições, e minimizá-las. Aprender a viver com outra pessoa que não é moldável. Não podemos dispor dela como bem entendemos. Que não tem sempre as mesmas opiniões, maneiras de ser, etc. É que, se nem a um animal podemos exigir tal coisa, então porque pedir isto à pessoa que supostamente amamos?

22 comentários:

Miss L. disse...

Como eu estava a precisar de um post desses...!

Bjokas

Sairaf disse...

Mais um texto bastante sensato!!!
Gosto da forma como escreves e expões as coisas sem palmadinhas nas costas.
Abraço muito doce
Sairaf

Anónimo disse...

Gosto muito da forma como escreves e nos mostras as tuas ideias e a verdade é que tens razão!

Beijinhos

Anónimo disse...

Este post inspirou-me para um meu. Não és só tu que te inspiras em mim!! Bj

dicuca disse...

E com um post assim abres os olhos a muito boa gente... parabéns pela tua escrita, simples, frontal e verdadeira!

Dina disse...

Susie: hehehe :) Ficou contente por saber ;)

Tsuri disse...

Foi por pensar dessa forma que conseguimos tornar a adaptação menos bruta. Foi gradual, claro, mas pacífica. E julgo que focaste este assunto numa óptima altura:)
beijinhos

Nokas disse...

Temos que aumentar o nosso poder de encaixe :)

pensativa disse...

Dina, subscrevo na integra. Não sei à quantos anos és casada, mas pela idade não devem ser muitos, mas entendeste na perfeição a essencia do casamento. Digo eu que já levo 15 anos disto ... beijinhos e continua

Lux disse...

Querida, concordo com tudo...
É o mesmo que ter um homem a obrigar-nos a mudar os nossos gostos em função dele... Também não iríamos gostar, pois não?
O que existe sim é a capacidade de adaptação... De nos moldarmos um ao outro.
Mas nunca de mudar a verdadeira essência do outro. Porque as pessoas não mudam e é esse o grande erro das relações. Acreditar que a pessoa vai mudar.

xoxo
Lux

Dina disse...

Pensativa: Já lá vão 4 anos de casamento propriamente dito. Não foi fácil perceber esta tal essência. Mas desde que começamos a pô-la em prática, temos sido bem mais felizes!

Pistaxa disse...

Eu concordo e adorei ler este post.Deixa-nos a pensar e adoro a forma como escreves, pronto =D
Sabes, podia escrever muita coisa a este respeito, mas para mim o essencial é mesmo conhecermo-nos bem e conhecer-mos bem o outro, e acima de tudo importarmo-nos com isso.

Beijinhosssssss

Verita disse...

Querida comprei o Couscous no Lidl mas não sei se era produto de época ou se há sempre. Fui lá numa altura em que havia produtos do Brasil, México, EUA, etc…
O que eu comprei já vem com temperos e bocadinhos de tomate seco. Traz duas embalagens (cada uma será para duas pessoas) e aquilo é super simples. Colocas uma panela com 250 ml de água, qd estiver a ferver tiras do lume e viras a embalagem lá para dentro :) tapas e deixas 10 minutos e já está ;) passas com um garfo para soltar o couscous e está pronto a comer.
Depois tinha lá uma salada de milho da Bounduelle (milho, ervilhas e pimento), cozi e misturei com o preparado anterior ;) ficou muito bom!
Penso que o Couscous se faz normalmente assim, no outro dia vi uma embalagem no Continente e era mais ou menos isto (para mim aquele tinha a vantagem de já vir com uns temperos bem saborosos, penso que cominhos era um deles).
Beijocas

Este coment não fica muito bem neste post! loll

Dé Carvalho disse...

Amar os defeitos dos outros é uma qualidade para a qual muito poucos estão preparados.

La Boheme disse...

Palavras mais do que sábias. Concordo com tudo, Dina querida nem imaginas o que temos em comum na forma de pensar...Eu também acho que se devem limar arestas e não criar o homem que idealizámos, porque não existem homens ideias mas sim reais e é com esses que podemos/teremos de contar se não quisermos morrer sozinhas à espera do príncipe encantado. E sabes o que temos tb em comum neste aspecto. O meu namorado tb é transmontano criado pela mãe e sabes como é... educado como se fosse um pequeno rei que mandava e desmandava. Aí deu luta mas teve que ser posto no lugar, ai teve que ser! Que eu não nasci para ser empregada de ng e de preferência que tb ninguém tenha nascido para ser meu empregado como me ensinou a minha mãe e o meu saudoso pai...
Bjo grande

Verinha disse...

Muito bom post!
Para se conseguir esse tal equilibrio é preciso ter muita paciência e valorizar apenas o que é importante. Não vale a pena discussões por coisinhas de nada, mais vale fazer um pequeno reparo e depois assobiar para o lado.
As pessoas são como são, podem fazer cedencias, mas na essencia não mudam, como tal é saber viver o melhor possivel!
É o que eu digo lá em casa, é preciso é o equilibrio das coisas!

Marta Inês disse...

Tens toda a razão!
Nunca podemos mudar a nossa essência por causa de outra pessoa, acabamos por nos mentir a nos próprios. O mesmo se passa em relação aos homens. Podemos moldar-nos enquanto casal, mas nunca se deve alterar a maneira de ser.

Beijinhos*

Flutuações da mente disse...

Aplaudido. Vou recomendar o M a passar por cá :-) pode ser que ajude ihihihih
beijinhos

Cacau disse...

Mais uma boa lição! Nada que não soubesse, mas parece que ás vezes nos esquecemos! Nos primeiros tempos de vivermos juntos, fartámo-nos de discutir, precisamente porque eu queria que ele me fizesse surpresas! Mas ele não é assim, deixa tudo para eu planear. Mas agora não me queixo, e até prefiro assim!

Palavras sábias, minha querida! :)

Unknown disse...

Obrigada Dina por falares sobre este assunto.
Muito bom Post
Eu hoje vou lançar um desafio no meu blog ^
" Qualidades e Defeitos" dos nossos homens
Concordo em pleno com que dizes, que tem que haver cedencia de ambas as partes, e claro casamento é uma carta fechada.

bj

Ana disse...

Muito bom!!! Gostei do post!

Girl in the Clouds disse...

Inteiramente de acordo, sempre muito bem escrito!!