Uma coisa que aprendi com o tempo é que não se mudam os homens. A fase de adaptação é sempre difícil. Lá em casa, houve grandes crises até que conseguimos finalmente fazer cohabitar os nossos dois feitios e estilos de vida. A solução é mais simples do que parece: paciência, cedência e adaptação. Os dois tiveram que mudar um pouco para tornar a cohabitação pacífica. O meu marido teve que aprender que o lugar de macho latino que a mãe reservava para o filho não tinha lugar entre aquelas 4 paredes, e eu tive que aprender que tinha de partilhar o meu espaço, que não podia ser tão exigente com ele. É um trabalho muito difícil. É por isso que acredito que toda a gente devia viver juntos antes de casar. Uma pessoa só conhece a outra depois de partilhar 60m2.
Podemos alterar pormenores, mas não podemos mudar a essência de um homem. E é aqui que muitas mulheres falham. Querem fazer daquele homem alguém perfeito, o que é impossível. E por isso vivem frustradas, o que dá asas a discussões entre o casal. Se ele nunca foi romântico, porque insistir em que nos faça surpresas hollywoodescas? Isso é abdicar na sua genuinidade, espontaneidade, fazendo com que tudo seja forçado. Porquê insistir em que ele deixe de gostar de ir ver a bola com os amigos? Porque obrigá-lo a gostar de coisas diferentes? Porque fazer dele um homem que ele não gosta? E quando, por exemplo, nos chateiamos quando ele nos deixa escolher sempre o filme ou o restaurante. Já pensaram que pode não ser falta de personalidade, mas somente uma vontade tremenda de nos agradar e ver-nos felizes?
Eu acho que isso torna a vida de um homem um inferno. Francamente. Às vezes é bom parar e pensar na perspectiva deles. A minha máxima é garantir que ele queira voltar (e sentir-se feliz por isso) todos os dias para casa. Porque aí encontra paz e pode ser ele próprio. Claro que só é possível fazendo cedências mútuas. Quando um homem se sentir melhor no café com os amigos ou com uma amante porque esta não o chateia, a coisa é preocupante.
Temos que aceitar as pessoas como elas são. Aceitar as imperfeições, e minimizá-las. Aprender a viver com outra pessoa que não é moldável. Não podemos dispor dela como bem entendemos. Que não tem sempre as mesmas opiniões, maneiras de ser, etc. É que, se nem a um animal podemos exigir tal coisa, então porque pedir isto à pessoa que supostamente amamos?
22 comentários:
Como eu estava a precisar de um post desses...!
Bjokas
Mais um texto bastante sensato!!!
Gosto da forma como escreves e expões as coisas sem palmadinhas nas costas.
Abraço muito doce
Sairaf
Gosto muito da forma como escreves e nos mostras as tuas ideias e a verdade é que tens razão!
Beijinhos
Este post inspirou-me para um meu. Não és só tu que te inspiras em mim!! Bj
E com um post assim abres os olhos a muito boa gente... parabéns pela tua escrita, simples, frontal e verdadeira!
Susie: hehehe :) Ficou contente por saber ;)
Foi por pensar dessa forma que conseguimos tornar a adaptação menos bruta. Foi gradual, claro, mas pacífica. E julgo que focaste este assunto numa óptima altura:)
beijinhos
Temos que aumentar o nosso poder de encaixe :)
Dina, subscrevo na integra. Não sei à quantos anos és casada, mas pela idade não devem ser muitos, mas entendeste na perfeição a essencia do casamento. Digo eu que já levo 15 anos disto ... beijinhos e continua
Querida, concordo com tudo...
É o mesmo que ter um homem a obrigar-nos a mudar os nossos gostos em função dele... Também não iríamos gostar, pois não?
O que existe sim é a capacidade de adaptação... De nos moldarmos um ao outro.
Mas nunca de mudar a verdadeira essência do outro. Porque as pessoas não mudam e é esse o grande erro das relações. Acreditar que a pessoa vai mudar.
xoxo
Lux
Pensativa: Já lá vão 4 anos de casamento propriamente dito. Não foi fácil perceber esta tal essência. Mas desde que começamos a pô-la em prática, temos sido bem mais felizes!
Eu concordo e adorei ler este post.Deixa-nos a pensar e adoro a forma como escreves, pronto =D
Sabes, podia escrever muita coisa a este respeito, mas para mim o essencial é mesmo conhecermo-nos bem e conhecer-mos bem o outro, e acima de tudo importarmo-nos com isso.
Beijinhosssssss
Querida comprei o Couscous no Lidl mas não sei se era produto de época ou se há sempre. Fui lá numa altura em que havia produtos do Brasil, México, EUA, etc…
O que eu comprei já vem com temperos e bocadinhos de tomate seco. Traz duas embalagens (cada uma será para duas pessoas) e aquilo é super simples. Colocas uma panela com 250 ml de água, qd estiver a ferver tiras do lume e viras a embalagem lá para dentro :) tapas e deixas 10 minutos e já está ;) passas com um garfo para soltar o couscous e está pronto a comer.
Depois tinha lá uma salada de milho da Bounduelle (milho, ervilhas e pimento), cozi e misturei com o preparado anterior ;) ficou muito bom!
Penso que o Couscous se faz normalmente assim, no outro dia vi uma embalagem no Continente e era mais ou menos isto (para mim aquele tinha a vantagem de já vir com uns temperos bem saborosos, penso que cominhos era um deles).
Beijocas
Este coment não fica muito bem neste post! loll
Amar os defeitos dos outros é uma qualidade para a qual muito poucos estão preparados.
Palavras mais do que sábias. Concordo com tudo, Dina querida nem imaginas o que temos em comum na forma de pensar...Eu também acho que se devem limar arestas e não criar o homem que idealizámos, porque não existem homens ideias mas sim reais e é com esses que podemos/teremos de contar se não quisermos morrer sozinhas à espera do príncipe encantado. E sabes o que temos tb em comum neste aspecto. O meu namorado tb é transmontano criado pela mãe e sabes como é... educado como se fosse um pequeno rei que mandava e desmandava. Aí deu luta mas teve que ser posto no lugar, ai teve que ser! Que eu não nasci para ser empregada de ng e de preferência que tb ninguém tenha nascido para ser meu empregado como me ensinou a minha mãe e o meu saudoso pai...
Bjo grande
Muito bom post!
Para se conseguir esse tal equilibrio é preciso ter muita paciência e valorizar apenas o que é importante. Não vale a pena discussões por coisinhas de nada, mais vale fazer um pequeno reparo e depois assobiar para o lado.
As pessoas são como são, podem fazer cedencias, mas na essencia não mudam, como tal é saber viver o melhor possivel!
É o que eu digo lá em casa, é preciso é o equilibrio das coisas!
Tens toda a razão!
Nunca podemos mudar a nossa essência por causa de outra pessoa, acabamos por nos mentir a nos próprios. O mesmo se passa em relação aos homens. Podemos moldar-nos enquanto casal, mas nunca se deve alterar a maneira de ser.
Beijinhos*
Aplaudido. Vou recomendar o M a passar por cá :-) pode ser que ajude ihihihih
beijinhos
Mais uma boa lição! Nada que não soubesse, mas parece que ás vezes nos esquecemos! Nos primeiros tempos de vivermos juntos, fartámo-nos de discutir, precisamente porque eu queria que ele me fizesse surpresas! Mas ele não é assim, deixa tudo para eu planear. Mas agora não me queixo, e até prefiro assim!
Palavras sábias, minha querida! :)
Obrigada Dina por falares sobre este assunto.
Muito bom Post
Eu hoje vou lançar um desafio no meu blog ^
" Qualidades e Defeitos" dos nossos homens
Concordo em pleno com que dizes, que tem que haver cedencia de ambas as partes, e claro casamento é uma carta fechada.
bj
Muito bom!!! Gostei do post!
Inteiramente de acordo, sempre muito bem escrito!!
Enviar um comentário