A maternidade muda-nos. Esta começa
logo quando idealizamos um filho. Porque é neste momento que começamos a
amá-lo, a ser nosso e através dele amamo-nos mais a nós. Cuidamos mais de nós.
Fazemos todos os sacrifícios para que aquele ser possa nascer e que nasça com
saúde.
Dizer que quando nasce uma
criança nasce uma mãe, não é lugar comum. Há uma nova mulher que nasce naquele
dia. Não anula a outra, mas complementa-a. Deixamos de nos preocupar com
ninharias, damos mais valor à vida nos mais ínfimos pormenores: um sorriso encerra
toda a nossa felicidade (tal como um coco, vá). Aquele amor traz-nos amor, paz.
Apesar de vivermos sempre em sobressalto porque queremos protegê-lo de tudo e
todos. Para o resto da vida.
E depois há mudanças engraçadas
que se operam em nós: nunca mais consegui beber coca-cola nem abarrotar-me de
chocolate. O meu gelado preferido passou a ser o cornetto de morango (o único
que conseguia comer durante a gravidez). Mas também nunca mais a minha pele foi
a mesma (ainda mais seca do que o habitual) e tenho frio e/ou calor nas mais
estranhas situações. E mais estranho ainda: passei a gostar de passar a ferro,
para a felicidade do homem lá de casa.