quarta-feira, 3 de julho de 2013

Doar medula

Quanto ao evento em questão, quando convido algum amigo/ conhecido para participar, recebo muitas vezes a resposta "eu seria dador se eu conhecesse o doente. Asssim não". A sério, agradecem aos deuses por vivermos em pleno século XXI senão seria eu a atirá-los directamente aos leões.
 
Mas consigo respirar e dizer muito friamente. "Quando olhas nos olhos do teu filho, imaginas a cor dos seus olhos se estivesse a morrer. A morte por cancro é tão degradante e dolorosa, sabes. Já te imaginastes na cabeceira de uma cama de hospital a vê-lo morrer, impotente. Se fosse o teu filho, não gostavas que os desconhecidos deste mundo salvassem a vida do teu filho?"
 
Porque é só isso que significa. Ser dador de medula é dar vida. Não interessa a quem. Porque hoje não imagino a dor de um pai a lutar contra esta doença. E quando lutamos pela vida do nosso pai, mãe, irmão, amigo, filho, sobrinho, queremos que todos ajudem. Temos que hoje dar pelos outros para um dia, amanhã, os outros darem por nós. Porque há coisas que nos batem à porta quando menos se espera...
 
CENSURADO - Almas sensíveis abster-se por favor: Tenho uma amiga que responde de forma particularmente fofinha a quem diz que não dá porque doar medula dói. É algo do tipo "Poupa-me pá: sofres para caralh* para arrancar os pelos todos os meses, sofres todos os meses com a menstruação e por teres tido os putos, tens dores nos pés horríveis todos os dias com os sapatos de salto alto e se for preciso até levas no c*, e vais-me dizer que tens medo da dor de uma picada?". Foi a risota geral. E este slogan ficou marcado para a posteridade

4 comentários:

CS disse...

Há coisas que me ultrapassam em termos de entendimento do outro. Esta atitude de desprezo para com a vida humana é uma delas...

O Diário de Pi disse...

puro egoísmo...

Fernanda disse...

Eu cá acho que é só gente burra, mesmo!Pelo menos pelo tipo de argumentos que apresentam!

Pólo Norte disse...

Obrigada!