quinta-feira, 4 de julho de 2013

Dia negro

Há dias em que me sinto a cair num poço sem fundo. Olho para cima e não vejo luz ou possibilidades de mudanças positivas.

Hoje saí de casa a desejar rumar para um destino incógnito. Fugir a tudo e todos. Sair sem destino e não mais voltar. Não voltar para aquelas paredes que me sufocam, para as pessoas que me esgotam. Sinto-me sem forças. Sinto-me esgotada física e psicologicamente. Gostaria de passar o dia frente ao mar. A olhar para o horizonte e as oportunidades perdidas. Escutar o eco do mar como vozes quase esquecidas.

Não há motivo uno para estar assim. É tudo e nada. É a saudade de um tempo perdido que não volta mais. É o pouco desejo do futuro continuar ligado a certas pessoas e a certas circunstâncias. É a vontade de ter um resguardo. É uma sede de felicidade, de sorrisos, de paz. Muita paz e tranquilidade.

Ontem depois do carro não querer pegar (sinal do destino?) tive o meu primeiro acidente em plena auto-estrada: levei com uma peça enorme de um camião a 120km/h. Carro marcado, responsabilidades por apurar. O comum. O povo que passava só sabia era apitar para aquela moça parada na berma de vestido esvoaçante. Ajudar, não obrigado. E depois é ligar a avisar que vamos demorar e a voz do outro lado só se preocupar com o tempo que vamos chegar atrasada. E depois é chegar finalmente a casa e o drama do dia não ser a conjuntivite que voltou, o acidente acabado de acontecer, a chapa marcada para sempre, mas sim a mãe dele que decidiu gastar o dinheiro em obras de remodelações à casa (que está óptima) porque tem medo da instabilidade económica, e a avisar que como vão gastar as suas economias, se depois precisares para comer ou medicamentos se algum deles se achar doente, depois é o filho a ajudar. Só lhe faltou passar o cheque na hora. E nem vou falar do estado actual das nossas finanças porque não vale a pena. E depois só oiço recriminações. Já disse que estou farta de recriminações?


Quero paz. Muita paz. Seja ela qual for. De que modo for. E ao preço que ela me custar. Mas quero paz.

15 comentários:

anf disse...

Oh Dina, um mau dia mesmo,
beiijinhos

Maria disse...

Há alturas em que o universo parece congeminar contra nós...acredita sei do que falo...mas ajuda-me acreditar que embora eu não entenda tudo tem uma razão...e mais tarde ou mais cedo vamos precisar da aprendizagem que os momentos menos bons nos trazem...nem que seja para saber aproveitar melhor os bons...eu acredito!
Bjs
Maria

Mel disse...

Oh Dina desejo que tudo melhore bem rápido. espero que estejas bem do acidente e recuperes do susto... mta força e animo, sei que é fácil falar mas não deixes de lutar por aquilo que mais PRecisas! BJINHOS

Anónimo disse...

Ó Dina, nem sei que te diga. Há alturas muito difíceis, não é? raio da mulher, pá! Muita coragem para os tempos que se avizinham.

Jo disse...

Foi um dia negro, mesmo. Bom, quanto ao acidente ainda bem que não foi nada de mais grave e que estás bem! Acho que tens mesmo que falar com as pessoas em questão... expores o teu ponto de vista, aquilo que sentes, essa paz que tanto anseias...! Não deve ser nada fácil estar na tua situação... mas espero que a consigas resolver da melhor forma!

Leni disse...

Oh Dina :( não está fácil! Beijo grande e força!

Opinante disse...

Forcinha querida!

Cláudia disse...

Sê mais egoísta. Pensa em ti. No melhor para ti (que será, sem dúvida. o melhor para o homem da tua vida: o teu filho).

Ás vezes dar murros em pontas de faca acaba por nos cortar não só as mãos como o coração, definitivamente.

Soneca disse...

A tua sogra é um must. O vínculo entre alguns pais e filhos é tão intenso e o sentimento de obrigação é tão vincado que dificilmente essas pessoas mudam.
A família pode ser o nosso maior alicerce mas também pode ser o inverso.
Até podias viver no Japão que ela iria continuar a exigir a "presença" do filho.
Dificilmente essas pessoas reconhecem que haja alguém tão ou mais importantes que elas na vida dos filhos. Nunca conseguirão cortar o cordão umbilical.
É preciso muita paciência e muito amor para saber lidar com situações destas.
Tu és inteligente. Não te deixes levar por impulsos. Tu hás-de conseguir dar a volta, vais ver. Beijinho. :)

Anónimo disse...

Olá, por vezes sinto o mesmo...vontade de sair daqui para um sítio onde ninguém me conheça e onde possa estar em paz! É essencial que resolvas esses conflitos com o teu companheiro e a mãe e quem sabe,depois passares um fim de semana sozinha! Precisas ganhar forças porque pelo que te tenho lido, elas estão a abandonar-te e isso não pode acontecer. NÃO TE PODES IR ABAIXO! LUTA e acima de tudo, ACREDITA que melhores dias virão! Um beijo

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda disse...

Dina: 1,2,3,4,inspire, expire, inspire, expire... Pense no seu filho, pense nele! Faça, tudo por ele, mesmo que tenha de engolir alguns sapos. Como já lhe disse antes, o depois é pior (partilhar filhos e lutar pela posse deles pode ser terrível, sobretudo com uma sogra assim obsessiva)! Lute, fale com ela e ponha os pontos nos ii. Explique-lhe que não pretende roubar-lhe o filho, pois agora que é mãe, percebe que não gostaria que, um dia mais tarde, lhe acontecesse o mesmo. Mas que ele constituiu família, que é a essa família que deve, agora, mais apoio em todos os sentidos. Não "se passe", tente ficar calma. Diga-lhe que mais tarde se ela precisar e vocês puderem ajudarão, mas só se essa ajuda não puser em risco a vossa estabilidade e, sobretudo o bem estar do vosso filho que será sempre a prioridade das prioridades. Seja firme neste último ponto: o seu filho estará sempre em primeiro lugar (faça alguma chantagem psicológica, diga-lhe: precisa entender, também a senhora adora o seu filho e faria tudo por ele (mesmo que tal não seja verdade))! Eu sei, eu sei que está furiosa porque ela gastou dinheiro que lhe pode fazer falta e depois pensa que os outros têm obrigações....mas para quê entrar em conflito com uma coisa que ainda não aconteceu, não se sabe quando acontecerá e se acontecerá....Deixe andar. Desde que deixe claro que não prejudicará o bem estar da sua família por isso (dado que ela foi irresponsável. As pessoas com alguma idade devem pensar em guardar, se possível, o dinheirito para casos desses. E, eu também tenho alguma idade!). Olhe diga-lhe: "quem sabe, daqui até lá pode-me sair o euromilhões e aí não haverá problemas. Não stress, as crianças sentem isso, principalmente quando são as mães que não estão bem. Se ela entender, entendeu; se não entender, ficou avisada e a Dina não precisa mais incomodar-se com isso. De seguida relate ao seu marido esta conversa e frise bem que será assim que se passará.
Tudo de bom. Quanto ao acidente, são situações que ninguém quer, nem espera. É o raio da Vida que na mais das vezes nos maltrata, mas foi só chapa, graças a Deus, não lhe aconteceu nada e melhores dias virão. Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela... A Dina conseguiu, nesta situação económica grave, arranjar emprego. Aí está a janela! Ânimo, muita força... inspire, expire....

Liliana Pereira disse...

Não está fácil não... mas força. tens de mostrar a tua força!

Beijinhos grandes

Dina disse...

fernanda: nem sabe o quanto as suas palavras me fizeram pensar. Obrigada, mesmo.

Guinhas disse...

Oi Dina...estava a reler o que andei a perder.
Tem calma, foi um dia mau...todos temos dias maus. Sei que falar é fácil, mas tenta ver as coisas boas que tens. Tem calma..tens força, mta força!!