O "presente" é um conceito demasiado efémero. O minuto que passou já é passado e o final do dia de hoje já é futuro. A verdade é que viver desligado do passado e do futuro pode ser uma benção, um alívio para a alma. Por vezes, precisamos mesmo de um corte com passado e futuro a bem da nossa sanidade mental. Poder viver sem recordar as mágoas do passado e poder gozar o presente sem ter medo do que o futuro nos reserva, seria tão bom. Para mim seria o presente ideal.
Mas por outro lado, sem passado não somos nada. Somos fruto das pessoas que conhecemos, das experiências que vivemos, das perdas que ultrapassamos, das doenças, dos momentos felizes. Construímo-nos em cima de tudo isso: são as nossas fundações, o nosso passado individual e colectivo. E sem perspectivas do futuro, o que seríamos? Viver sem rumos nem objectivos pode não ser assim tão saudável.
Mas admito que neste último ano, tenho recorrido a um estado de amnésia para não me afundar no poço fundo do passado e da escuridão do futuro. Sempre o disse: o meu passado é a minha maior riqueza: tenho grande orgulho das minhas origens humildes, da minha gente, da minha vida. Mas para aguentar de pé todos os dias tive que por vezes provocar um eclipse do passado. Nunca esquecerei (e nem quero), mas preciso de este alívio para não endoidecer.
Sim, se o homem vivesse o eterno presente, seria eternamente feliz. Mas como isso é impossível, tentamos ao menos ser feliz por fases...
6 comentários:
O passado faz de nós a pessoa que somos hoje, mas não podemos viver agarrados ao passado...senão o presente passa sem ser aproveitado!
Nem mais... E a felicidade não é uma fase contínua...
Se o fosse não lhe daríamos valor.
O nosso passado diz e explica-nos porque e como estamos aqui e o futuro é a nossa arma para podermos mudar aquilo que não gostamos ou queremos fazer de outra maneira.
Mas por vezes é preciso desligar o interruptor para não darmos em loucos, atormentados por memórias do passado e angustiados com o futuro.
É viver um dia de cada vez e dar um valor maior às coisas boas que às más... Se bem que falar é fácil.
xoxo
Lux
Ah como eu gostava de me esquecer do futuro e não estar sempre a imaginar como vai ou não ser... era tudo bem mais fácil. Vivermos sem estarmos constantemente presos no passado e a pensar no futuro permitiria-nos viver o presente de forma plena. Mas tal como dizes, só somos o que somos porque temos passado e, espero eu, futuro.
Nunca seria feliz só a viver o presente. Sou muito feliz porque me recordo do passado e tenho expectativas para o futuro.
Viver assim para mim também seria o ideal. Soltar as amarras do passado e deixar de tentar adivinhar o futuro são a chave para eu alcançar a minha paz de espírito.
Não é nada fácil.
Beiju grande
Tenho um mimo para ti no flutuações da mente!
Beijinho
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