Ao longo da nossa vida, cruzamo-nos com milhares de pessoas. Algumas entram na nossa vida de forma supreendente, e aí permanecem para sempre. Com algumas construímos projectos de futuro, com outras partilhamos bons e maus momentos. As condicionantes da vida podem até nos afastar de algumas, mas depois, os nossos destinos voltam-se a cruzar e parece que as nossas vidas nunca se dispersaram.
E depois há outras que deveriam fazer parte daquele círculo especial. Aquela irmandade com quem somos felizes, e em quem nos apoiamos quando tudo corre mal. Quando o selo se quebra, temos o hábito de lutar constantemente para reparar os laços que nos uniam, porque sabemos que precisamos destas pessoas para viver. Acontece, por exemplo, com mulheres que lutam, mesmo sabendo na profundeza do seu ser que o casamento acabou, para permanecer com o seu esposo.
Precisamos de perceber que afinal há pessoas que nos fazem mais mal do que bem, para deixar que os laços que quebram definitivamente. Para que cada um siga o seu caminho, em separado. Dói muito. Mas é o melhor.
E nas últimas semanas senti que chegou a altura para me afastar fisicamente de certas pessoas (porque mentalmente, já estamos separadas). Magoou-me muito ser afastada de algumas pessoas da minha família. A minha irmã soube que estava doente e, trabalhando no ramo médico, disse para fazer um TAC urgentemente porque eu tinha sintomas graves. Será que ela ligou a ver se estava melhor? Se calhar só queria que lhe ligasse quando moresse, como aconteceu com o meu pai. E ela que ficou tão chateada com a minha outra irmã, porque esta se esqueceu do seu aniversário... E a minha sobrinha, que me pediu para vir passar férias a Lisboa, sendo que estava tudo combinado... recebi uma mensagem de facebook a dizer «já não vou». Assim sem um «obrigada na mesma, vemo-nos em Vila Flor,...». E tantas outras...
Estou cansada de estar para esta gente quando é preciso que eu trate de burocracias ou quando dou jeito. Se não fosse pela minha mãe, nem iria passar as férias lá cima. Esta gente faz-me mal. Não sei o que lhes fiz. Mas com o tempo, deixei de querer ser diplomática ou fazer fretes. A vida afastou-nos e não vou ser eu a segurar as amaras. Já não.
19 comentários:
É muito ingrato sentirmo-nos assim! É como se fossemos objectos dos quais só precisam quando lhes dá jeito. Acho que em parte fazes bem afastares-te, mas tens que ter em mente q talvez seja por muito tempo, porque depois é dificil voltar ao que era.
Mas nessas situações acho q é melhor, porque senao andam sempre a gozar connosco.
Bjokas grandes
A familia é mesmo assim... é capaz de contruir laços e amarras inquebraveis e, ao mesmo tempo, rebentar com todos esses mesmos laços e amarras com uma tempestade.
As familias são assim... são capazes de criar e contribuir para a nossa felicidade e, ao mesmo tempo... têm o poder de nos conduzir ao inferno...
É estranho... e a reacção é tão ou mais intensa, porque nunca estamos à espera que aqueles de quem gostamos, sejam os mesmos que nos conduzam à destruição emocional!
Obviamente a separação será sempre uma solução... mas todos sabemos que ha laços inquebraveis. Podemos estar separados, sem falar, ter motivos imensos para não pensar ou preocupar com aquele ou aqueloutra pessoa... no entanto, ha um laço familiar que sempre perdura, e que no fim, continua ainda a respirar... mesmo quando os intervenientes já não respiram!
A vida é feita destas coisas...
Acontece em muitas familias, não é só na tua.
O metodo que eu arranjei foi um "meio termo" não me envolvo muito na vida deles, nem lhes dou oportunidade de se envolverem na minha, falamos em ocasiões especiais ou quando há alguma novidade importante que deve mesmo ser comunicada à familia, tipo nascimentos, mortes, batizados, casamentos, ou outras coisas realmente importantes, doenças graves, curas de doença, etc.
Não é visão ideal de familia claro está, mas entre uma rotura com discussões e afins, mais vale este meio termo.
Só consegui este meio termo de uma forma gradual, fui-me afastando aos poucos até chegar a este ponto.
Claro que para isto é preciso ter estofo para ignorar certas atitudes que as pessoas têm por vezes, mas é a vida...
Bjks***
Olá Dina
Não leve a mal o que lhe vou dizer, mas não seja tão amarga. Ultimamente o seus post´s têm sempre conotações negativistas e não lhe faz bem nem melhora em nada a sua vida. Já sei que vai dizer como todas as outras bloggers, o blog é meu, escrevo o que quero, claro que sim, mas a ideia é ter leitores também certo! pode parecer que a vida não lhe corre de feição mas existe sempre alguém pior que nós, vamos lá ter pensamento positivo e voltar a escrever opiniões que tinha de determinados assuntos e que nos enriqueciam as ideias e os dias!
Beijinhos e que tudo lhe corra bem
Por vezes é necessário cortar raízes...para o nosso próprio bem! Podem parecer palavras duras, mas é a realidade. Família são aqueles que estão presentes, para o bem e para o mal...e não apenas ligados por laços de sangue!
Compreendo o que queres dizer... tambem tenho pessoas na minha família (mais concretamente pai e irmã) que só me ligam quando precisam de algum favor... antigamente chateava-me muito por isso e prometia a mim mesma que não voltava a acontecer porque eu não ia deixar, mas acabava sempre por fazer o que me pediam e por me desiludir novamente. Agora tenho outra atitude: não me importar com isso. Precisam de um favor? Se puder faço. Se não puder também não faço nenhum sacrifício maior. Faço a eles como faria a qualquer outra pessoa.
Família não é de sangue, é de coração :)
Mulher Actual: Como diz tão bem: este blogue é meu. É um diário, um escape para mim. Escrevo nele o que me dá prazer e vontade. Claro que gosto de ter leitores e comentários. Dizer o contrário seria mentira! Mas não quero sentar-me ao pc e escrever sobre o que «vende». Para isso basta o meu trabalho, em que me dizem «quero 2500 caracteres sobre o tema X». Percebe?
Desculpa se este canto tem sido aborrecido. Mas sou eu que estou aqui retratada. Se há pessoas piores do que eu? Claro que sim. Mas com o mal dos outros estou eu bem. Tenho problemas que cheguem, e se lhe parecem poucos, é porventura porque não está a passar por eles...
Prometo voltar aos temas interessantes quando me apetecer e sentir inspiração para tal...
Por muito que nos custe, às vezes o melhore é afastarmo-nos. Nem sempre é fácil, mas com o tempo vais ver qu foi a melhor decisão.
Estou contigo no que diz respeito ao que escreves o blog. Fartas de blogs que só vivem de falsas aparencias estamos nós... os verdadeiros retratam o lado bom e o mau... e não tenho duvidas que daqui a uns tempos estarás aqui a escrever coisas boas :)))
Bjs
Pois por mim podes continuar a ser como és porque é isso que se quer.Eu prefiro ler histórias reais e não mundos ficticios de realidades peudo perfeitas.
Dina sei bem do que falas e realmente é como tu dizes, chega uma altura que o melhor é deixar de fazer fretes.Eu já os deixei.Se magoa?magoa porque por nós nunca seria assim mas o importante é estarmos rodeadas de gente que se interessa.
Beijinho grande e manda essa gente dar uma real volta ou então senta-te um pouco com elas e diz isso mesmo.confrontação.
*
Aqui há tempos escrevi sobre isso também. Relatei uma situação um pouco parecida, em que o cerne da questão era o facto de a vida me estar a afastar de uma pessoa e de eu me sentir a única a tentar que os laços não se desamarrassem. É ingrato sentir-mo-nos assim mas o melhor será, talvez, afasta-mo-nos mesmo de pessoas que não nos fazem sorrir.
Fica aqui o post se te apetecer ler: http://com-sorriso-s.blogspot.com/2011/06/nao-sei-se-estou-prestes-desistir-ou-se.html.
Beijinho :)
Dina
É exactamente por achar o seu blog melhor que o de muitas que escrevem a partir de livros de contos de fadas com certeza tal a irrealidade do que escrevem, que eu fiz esta observação. Não queria minimizar nem desvalorizar os seus problemas, nem sequer vou aqui trocar galhardetes e comparar os meus problemas com os seus. Eu não vivo bem com o "mal" dos outros sinceramente, se calhar foi por isso que lhe escrevi. Também eu tenho uma família muito pouco coerente, a minha mãe apanhava do meu pai e por conseguinte nós (somos três) apanhava-mos dela, and so on, and so on. Até o pé parti numa dessas discussões. Mas enfim não foi para falar de mim que escrevi, só lhe queria dizer que desejo do fundo do coração que esta nuvem negra desapareça rapidamente e que volte a dar as suas opiniões sobre determinados assuntos e com as quais eu me identificava tanto.
Obrigada pelo tempo dispensado e tudo de bom.
Mulher moderna: Obrigada pelos seus comentários. E se é isso que sente, só tem que o dizer. Não fiquei chateada. E peço desculpa, acho que a expressão «com o mal dos outros vivo bem» foi um pouco infeliz. Sofro com os problemas dos outros, e sinto-os como se fossem meus. O que quis dizer é que quando nos toca a nós, tudo tem outro sabor...
Pistaxa: Não sou capaz de seguir pela confrontação. Há demasiadas coisas acumuladas desde as doenças do meu pai. Sei que se começar a falar, tudo vai sair. E vai haver consequências irremediáveis. Por isso, pela estabilidade da minha mãe, não quero problemas. Prefiro fingir, afastar-me. Para poupar a minha mãe a discussões e escolhas difíceis.
Fico tão triste quando leio ou ouço coisas assim, a família devia ser tudo de bom. Mesmo longe devia de estar sempre lá, e fico mesmo triste quando vejo que alguem não tem isso!
a minha relação com a minha irmã mais velha tb é do género...por mais que tente acabo sempre a pensar que é um frete e nada mais...
Infelizmente compreendo o que dizes. Não sou eu directamente que sofro do mesmo problema, mas o meu marido. Eu até tenho uma família bastante unida. Eu acho que não vale a pensa confrontar. O que se tem que fazer, é seguir em frente e vivermos só para as pessoas que nos dão realmente valor. Em relação ao blogue, cada um escreve o que quer.:) Fica bem rapidamente e não te deixes ir abaixo por causas de pessoas que não merecem. Beijinhos
Infelizmente em muitas alturas na vida deparamos com essa realidade, quer seja porque as pessoas não corresponderem ao que estamos à espera, quer seja por não estarem "presentes" quando precisamos.
Por muito que custe muitas vezes o melhor a fazer é afastarmo-nos.
Qualquer relação (amorosa, de amizade, etc) não se constrói só com uma pessoa, é um processo a dois e se apenas uma está empenhada nessa construção não vale a pena.
Claro percebo, eu qd falo em confrontação nunca é num tom negativo é as pessoas sentarem-se e falarem, é soltar sentimentos de ambas as partes.Se funciona sempre?não, ás vezes começa-se bem que é como dizes, soltamo nos um bocadinho demais e a coisa corre mal.
Compreendo que queiras poupar a tua mãe disso.
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Pois nem sempre é fácil a muitas vezes as pessoas que mais amamos são as que mais nos magoam:(
Um beijinho Dina do tamannho do mundo:)
Kina
eu também tenho hábito de não deixar ir facilmente o que devo deixar ir. penso sempre que tudo tem remédio.........
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