quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Educação maternal



Ontem ao jantar, tive direito a uma lição de educação. 

Eu - "Simão, já te disse que à mesa não se brinca. Não voltes a mexer no boneco, senão tiro-o daí"
S - ouvidos moucos e eu a repetir a lengalenga, porque até fiquei na dúvida se ele tinha ouvido. Até que me chateei:
Eu- "Simão, já chega. Larga por favor o brinquedo"
S - "Vês mamã, é assim que se pede. Por favor. Não custa nada." E afastou tranquilamente o brinquedo para a outra ponta da mesa.

Este miúdo, em termos de argumento, tem-me dado 100 a 0. 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Romances históricos



"Até nos vermos lá em cima", Prémio Goncourt 2013, conta a história de dois soldados franceses que se encontram no campo de batalha no dia 2 de novembro de 1918, a poucos dias do Armistício. Os acontecimentos trágicos dessa batalha vão uni-los. Existem muitos livros que abordam os dias da 1ª Grande Guerra, ou até os acontecimentos que levaram ao início do conflito. Mas poucos nos falam da vida depois da Guerra. Quando a França não estava preparada para receber os soldados de volta. Não é um livro arrebatador, mas mantém-nos presos, na expectativa de descobrir o que vai acontecer aos dois soldados.... Recomendo, foi uma óptima companhia.



Este livro retrata a vivência no campo de extermínio de Auschwitz. É uma visão diferente do habitual, pois os acontecimentos são retratados por diferentes personagens: SS, nazis, prisioneiros, etc. É um livro interessante, mas não é o livro mais marcante que li sobre este período da História. Dizem que este livro é "um dos mais polémicos dos últimos anos". Mas não achei de todo. Se quiserem comprar um livro sobre este tema, procurem outro. 


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Bikini Body Guide e outras considerações





Já há muito que não tinha um fim-de-semana tão agradável. Cada vez mais noto que o meu estado de espírito afecta a minha percepção dos factos e o humor das pessoas que lidam comigo e por isso tenho mantido a serenidade. Gosto de ter tempo assim com o meu filho: com a mente liberta e em paz para aproveitá-lo ao máximo, e ter tempo de qualidade com ele, em que estou apenas focado nele.

Este fim-de-semana conseguimos aproveitar o sol no Parque da Serafina e do Alvito, fomos passear pela baixa e ver o Pai Natal chegar aos Armazéns do Chiado, que este ano tem uma árvore do abraço que apoia a Associação Make a Wish, seguido de um belo jantar no sushi. Domingo, houve tempo para dormir até às 9h00 (um milagre!!), muita brincadeira e um serão em casa de amigos.


Mas o fim-de-semana também foi marcado pelo início do programa da Kayla Itsines, Bikini Body Guide, que está a fazer furor nas redes sociais. São exercícios que trabalham pernas, braços, abdominais e o corpo todo. Já não conseguia aguentar a pressão de ir ao ginásio, com os meus horários de trabalho. Estes exercícios fazem-se em casa com recurso a pouquíssimo equipamento. Eu tinha que fazer algo, afinal a minha barriga depois de duas "cesarianas" está ressentida e mais flácida. Vamos ver se corre bem e se não perco o foco e a motivação.



sábado, 14 de novembro de 2015


Para mim é este o símbolo dos trágicos acontecimentos que ocorreram ontem em França. Foram momentos difíceis, porque vivi e ainda tenho uma irmã em Saint-Denis e tenho amigas a viver uma rua atrás dos trágicos acontecimentos do 10º arrondissement. E também é difícil porque seres radicais querem colocar em causa os pilares de toda uma pátria e de um povo guiado por três palavras: Liberté, fraternité, igualité. 

Pode-se pensar que são meras palavras e conceitos vagos, mas não. Eu fui criada a acreditar e a lutar por estes ideais. A defender as minhas crenças com todas as minhas forças. Defender o bem maior: o da liberdade individual e das massas, a fraternidade e a igualdade. A França sempre acolheu povos, dando-lhes uma nova oportunidade de viver em paz e condignamente. Independentemente da sua origem ou do seu credo, deu as mesmas oportunidades a todos. O meu pai sempre se considerou mais em casa lá do que na sua terra natal. Cresci e vivi num mundo em que me senti igual e livre. Livre para aproveitar as oportunidades que me eram dadas e de assumir as minhas origens, e simultaneamente  sentir-me igual a todos. Num Estado verdadeiramente laico. O Islão não é o culpado. Fui criada com muçulmanos e respeito-os mas infelizmente algumas minorias atacam valores sagrados (e não sei se serão minorias - podem dizer o que quiserem mas são na origem mais belicosos, e a vida humana não tem o mesmo valor do que no Ocidente) . Nunca se inseriram, nunca respeitaram as crenças alheias. E nunca admitiram que outros, Franceses em França, assumissem que fossem cristão, que assumissem a sua feminilidade fora de um véu. Podem dizer que é descriminação. Mas não: há que viver a realidade. É no seio de França, que islâmicos radicais, criados pelo Estado Francês, com identidade francesa se revoltam contra a pátria que lhes deu a mão. O povo francês aprendeu a lutar para defender os seus ideais, em seu solo e fora dele. Em nome da liberdade de todos, contra radicais, sejam eles fascistas ou radicais islâmicos. É verdadeiramente uma guerra, que já se encontrava latente há muito tempo, mas que não se pode admitir mais. É horrível ver que há quem queira destruir os valores da democracia, mas os franceses sempre foram uns combatentes. E vão sabê-lo ser a partir de agora. Não são meros problemas terroristas, são problemas sociais. Medidas drásticas vão ser necessárias mas nunca irão ser tomadas, porque a França se tornaria ela própria radical.

Lamento tanto as mortes e os feridos de ontem. Que mundo cruel.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sim, sou egoísta


Agora que fui operada, muitos amigos perguntam-me quando vou ter o meu próximo filho. Adoraria ficar grávida outra vez e que o Simão tivesse um irmão. Mas quando tais sentimentos me invadem, a minha parte mais racional assume rapidamente o domínio e sei que o mais provável é que não terei outro filho. Porquê? Há quem diga que sou uma egoísta. Que seja. Não ganhamos bem mal nem bem. Sim, teria condições para dar de comer, vestir, dar educação a dois filhos, com esforço mas conseguiria. Mas começo a pensar que não conseguiria manter um estilo de vida que eu aprecio. Não iria conseguir levar quatro pessoas a restaurantes, ir de férias a quatro, ir a cinemas, etc. Isto é ser egoísta? então sim, sou egoísta, mas recuso a que me chamem fútil. Afinal eu só tenho uma vida, que quero aproveitá-la da melhor forma. Não quero ser uma máquina que trabalha tantos dias e tantas horas apenas para pagar contas. E porque quero facultar experiências ao meu filho: quero fazê-lo conhecer lugares novos, novas culturas, novas experiências, etc. 

E depois há quem remate com um "então porque é que sofreste para te fazer operar". E isso vindo de mulheres ainda me irrita mais. Nós não somos um útero ambulante com o único intuito de procriação. Quis salvaguardar o meu úturo sim, por mim, para não fechar hipóteses e mais uma vez para o Simão ter uma mãe a 100%. E francamente ao pensar numa gravidez, que seria ainda mais arriscada que a primeira, penso se valerá a pena arriscar a vida da mãe do Simão, que está cá, presente e a precisar de mim, por outro ser ainda hipotético...

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

La vérité sort de la bouche des enfants?


Aviso: este post não tem qualquer teor ideológico. Apenas pretende retratar um acontecimento doméstico real


Ontem, o Simão veio buscar-me ao trabalho. E teve assim oportunidade de ver muitos senhores da CGTP-IN. Já no carro, ouviu atentamente a conversa dos pais acerca da situação política do país, sem tecer qualquer comentários...

À noite, já em casa, o pequeno vem a correr do quarto, a esbracejar, e exclama: "eu sou comunista!, eu sou comunista". Onde reside a piada? É que até ontem naquelas circunstâncias, aquilo que ele gritava era "eu sou um monstro! eu sou um monstro!". 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Momentos felizes


O que mais prezo na minha vida são momentos em família, em paz e serenidade. São esses pequenos momentos, que podem parecer banais a muita gente, que me fazem tão feliz...

Por isso é que gosto tanto dos fins-de-semana quando o marido não trabalha. Este domingo, conseguimos passar o dia a três, com muita brincadeira e descanso da praia (estava fantástico), um bom almoço e muito mimo à mistura.

Conseguimos finalmente experimentar o Selfish: e saímos rendidos. Provámos o Braseado de salmão com sésamo e molho de sésamo, o hambúrguer de atum e as batatas assadas com alecrim. Estava tudo fantástico!

Nada como um fim-de-semana revigorante para enfrentar mais uma semana... e sonhar já com o próximo fim-de-semana!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Alimentar uma criança


Toda a gente fica surpreendida quando vê o Simão comer: delicia-se com pratos que as crianças normalmente não apreciam. Devora brócolos, ervilhas, grão, feijão e couve de bruxelas. Adora peixe cozido e salmão grelhado. Come a sopa sem reclamar. E come qualquer prato mais elaborado: caril, comida picante, sushi, etc. Há apenas uma coisa de que não gosta mesmo: pizza.

E perguntam-me muitas vezes qual é o segredo. Francamente não sei, cada criança é diferente. Mas desde que ele começou a diversificar a alimentação, sempre fiz questão de ele comer como nós. Coloquei sempre todas as verduras no prato. No início ele recusava-se a comer. Eu sabia, mas colocava sempre tudo no prato, para ele perceber que as verduras faziam parte da comida. Mas nunca, nem uma vez sequer, o forcei a comer algo. Incentivo-o a provar tudo, até pratos que não aprecio (como a morcela que ele come satisfeito), mas nunca stressei para ele comer nada. E ao ritmo dele, começou a provar os legumes e hoje é a parte do prato da qual mais gosta. Se os forçarmos acredito que começa a ser um desafio para eles, e passam a recusar para contrariar os pais.

Mas atenção, lá em casa (e isso já me vem desde a casa dos meus pais), as regras são iguais para todos. Ou seja, não o vou fazer comer peixe cozido, se eu estiver a comer bacalhau com natas. Não o faço comer uma sandes de fiambre de peru, se eu estiver a lambuzar-me com um bolo. O que vai para a mesa é para todos e acredito que a educação das crianças se faça (em todos os sentidos) por imitação: pelo que acredito que se for normal e satisfatório os pais comerem verdes, para ele também o será. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Fúria será o meu nome do meio?



Sempre que o Simão vê este boneco numa loja, aponta e diz "olha a mamã"

Será que tenho assim tão mau feitio?

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Leituras para dias de lareira

Apesar de adorar ler na praia (mas tenho lido menos desde que vou à praia com uma criança), sabe-me ainda melhor dedicar-me às leituras naqueles dias de chuva, em que me instalo confortavelmente no sofá com uma manta e um café.


Este livro prende-nos desde a primeira página. A escrita de Khaled Hosseini é genial: cativante, rica e envolvente. Para mim, trata-se sem dúvidas de um escritor talentoso. Através da história de vida de duas mulheres, o livro passa em revista os últimos 30 anos do Afeganistão. É um livro incontornável. Se não levam nada do autor, corram já para a livraria mais próxima!

Este livro foi-me recomendado por imensos amigos. E as críticas são muito boas. Finalmente peguei no livro e começou por ser uma desilusão: um ritmo demasiado parado para um policial é um ingrediente que odeio. Cerca de 100 páginas para que aconteça o primeiro homicídio foi demais. Mas mal comecem a morrer, as coisas animem!! E torna-se altamente viciante!! É um livro muito bom para quem gosta do género.


Um jovem desaparece e é encontrado morto e mutilado. A polícia local pede ajuda a Sebastian Bergman, um ex-psicólogo forense... Este policial é escrito com mestria e é uma leitura envolvente.Não é um livro excepcional e único, mas é uma óptima leitura para amantes de policiais.