sábado, 14 de novembro de 2015


Para mim é este o símbolo dos trágicos acontecimentos que ocorreram ontem em França. Foram momentos difíceis, porque vivi e ainda tenho uma irmã em Saint-Denis e tenho amigas a viver uma rua atrás dos trágicos acontecimentos do 10º arrondissement. E também é difícil porque seres radicais querem colocar em causa os pilares de toda uma pátria e de um povo guiado por três palavras: Liberté, fraternité, igualité. 

Pode-se pensar que são meras palavras e conceitos vagos, mas não. Eu fui criada a acreditar e a lutar por estes ideais. A defender as minhas crenças com todas as minhas forças. Defender o bem maior: o da liberdade individual e das massas, a fraternidade e a igualdade. A França sempre acolheu povos, dando-lhes uma nova oportunidade de viver em paz e condignamente. Independentemente da sua origem ou do seu credo, deu as mesmas oportunidades a todos. O meu pai sempre se considerou mais em casa lá do que na sua terra natal. Cresci e vivi num mundo em que me senti igual e livre. Livre para aproveitar as oportunidades que me eram dadas e de assumir as minhas origens, e simultaneamente  sentir-me igual a todos. Num Estado verdadeiramente laico. O Islão não é o culpado. Fui criada com muçulmanos e respeito-os mas infelizmente algumas minorias atacam valores sagrados (e não sei se serão minorias - podem dizer o que quiserem mas são na origem mais belicosos, e a vida humana não tem o mesmo valor do que no Ocidente) . Nunca se inseriram, nunca respeitaram as crenças alheias. E nunca admitiram que outros, Franceses em França, assumissem que fossem cristão, que assumissem a sua feminilidade fora de um véu. Podem dizer que é descriminação. Mas não: há que viver a realidade. É no seio de França, que islâmicos radicais, criados pelo Estado Francês, com identidade francesa se revoltam contra a pátria que lhes deu a mão. O povo francês aprendeu a lutar para defender os seus ideais, em seu solo e fora dele. Em nome da liberdade de todos, contra radicais, sejam eles fascistas ou radicais islâmicos. É verdadeiramente uma guerra, que já se encontrava latente há muito tempo, mas que não se pode admitir mais. É horrível ver que há quem queira destruir os valores da democracia, mas os franceses sempre foram uns combatentes. E vão sabê-lo ser a partir de agora. Não são meros problemas terroristas, são problemas sociais. Medidas drásticas vão ser necessárias mas nunca irão ser tomadas, porque a França se tornaria ela própria radical.

Lamento tanto as mortes e os feridos de ontem. Que mundo cruel.

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