Vejo muitas mulheres que foram mães na mesma altura do que eu a voltar a engravidar. E sinto um nó no estômago. Não consigo deixar de pensar "porque não eu"...
Tenho imensas saudades de estar grávida (apesar da gravidez de risco e todas as maleitas pelas quais passei), quero tanto voltar a sentir todas estas sensações maravilhosas. Queria tanto passar pela experiência de um parto natural. E sei que viveria estes momentos com mais serenidade. Gostava muito de dar um irmão ao Simão, um companheiro de brincadeiras. De ter uma casa cheia.
As condições económicas tem um peso na decisão de não avançar. Mas um peso mais pequeno do que se poderia imaginar. Não é como quem me diz que o segundo fica sempre mais barato. É tudo a multiplicar, como pode ficar mais barato? Mais fraldas, mais comidas, mais consultas de pediatria, mais vacinas, duas mensalidades de creche, casa maior, etc.
O que me assusta é a minha disponibilidade emocional. Ter tempo de amar convenientemente dois filhos. Ter tempo para me sentar e brincar com eles. Ir às festas dos dois na escolinha. Embalar e dar carinho aos dois, sem o fazer a correr porque tenho tanto que fazer. Sem me sentir engolida pelo ritmo quotidiano.
Afinal quero ter uma carreira sólida e sabe Deus o que pressupõe e os sacrifícios que devemos fazer para o conseguir. E não tenho família que me apoie. É assim por amor ao Simão e a outro possível filho que não avanço. Porque quero ser mãe a 100%. Porque ser mãe é dar carinho, é ser um suporte incondicional e constante.