segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sentir-se limitado



Sempre me preocupei e sensibilizei para a causa dos deficientes físicos. Mas agora que ando com um carrinho de bebé é que vejo realmente a dificuldade que certas pessoas sofrem para fazer uma vida normal.
 
São os passeios inclinados, são os passeios altos, são as árvores que cortam os passeios ao meio e temos que ir para o meio da estrada, são escadarias intermináveis, etc. É difícil ir ao supermercado. É difícil entrar nos CTT ou na Junta com portas não automáticas que pesam meia tonelada e que vêm com uma elevação. É impossível ir a uma biblioteca sem fazer um esforço sobre-humano (a de a Póvoa). Vai-se a uma loja de roupa e há escadas no meio da loja (H&M do Chiado). Há lojas em que não há provadores maiores por isso é impossível experimentar roupa sozinha. Há lojas onde simplesmente não há lugar nos corredores para manobrar um carrinho de bebé. E depois há os condutores que estacionam no passeio.
 
Felizmente ainda tenho forças de braço. Apesar de ter que planear e escolher bem onde e por onde vou. Mas, e as pessoas que estão confinadas a uma cadeira de roda? É agora que vejo que o nosso mundo ainda está longe de ser justo. E se o Estado é muito culpado nisso, nós também. Temos que reclamar, temos que deixar de estacionar mal os carros. Acredito que pudemos fazer a diferença.

12 comentários:

lucia100 disse...

Tb me deparei com esse problema quando passeava o carrinho de bebé e tb muitas vezes pensei nas cadeiras de rodas como é que contornariam estes obstaculos, talvez por isso não se vejam muitas na rua. Na minha cidade há 2 pessoas que andam naquelas com motor e têm que andar sempre na estrada pq no passeio não conseguem.

Opinante disse...

Infelizmente ainda há muita coisa a mudar...

Francisca disse...

Eu deixei de ir às compras com o meu filhote!Pois para provar qualquer peça de roupa tinha de o deixar de fora.Mais vale ir sozinha.

Saltos Altos Vermelhos disse...

E restaurantes e espaços públicos que não estão adaptados para crianças? Perdi a conta. Aliás, assim como perderam uma cliente :)

Alminhas disse...

Não é fácil não. Mas as pessoas só se lembram quando passam pelas situações. Tipico. Beijinhos

Sofia disse...

Eu sempre passei por isso (o meu pai anda numa cadeira de rodas) e desde nova que me custa tentar manobrar a cadeira no meio dos passeios...e depois há a falta de acessos, os lugares de deficiente ocupados por pessoas ditas normais...enfim, falta de civismo!
O maior problema é que a grande maioria das pessoas só se lembram deste problema quando se deparam com ele...é urgente mudar mentalidades e isso passa por nós mães em educar os nossos filhos de forma cívica.
Beijinhos

B. disse...

Infelizmente é bem verdade. E a própria mentalidade das pessoas não está preparada para lidar com isso.

Laura Santos disse...

Uma sociedade demasiado egoista claro que não pode pensar nos que são diferentes e têm necessidades específicas.Basta olhar para os passeios das nossas cidades...

Cynthia disse...

Já n uso carrinho, pq o meu filhote já tem 4 aninhos, mas reconheço o problema! Senti o mesmo qd usava o carrinho de bebé. Recordo-me bem de uma vez andar por lisboa, metro e tudo, com o carrinho dele. Foi uma aventura q jurei para nunca mais.

Jo disse...

Sinto isto na pele todos os dias... e não é nem um pouco agradável... ;)

Débora disse...

Infelizmente os deficientes físicos não têm alternativa, mas tu podes colocar a cria num sling (ou noutro acessório do género) e fazeres-te ao caminho de mãos livres! :) Não dá para provares roupa na mesma, mas acredita que te facilita muito a vida em todas as outras situações!

Dina disse...

Débora: para percursos muito muito pequenos ainda dá. Agora ele já pesa cerca de 10 quilos e mais saco e companhia, torna-se impossível passear sem ser de carrinho.