quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Do amor


Há uns tempos o Ricardo Pereira disse numa entrevista que amava mais a sua mulher do que o seu filho, declarações que chocaram muita gente....

Primeiro eu acho estranho o conceito de «amar mais este do que aquele». Só acho que há amores diferentes. Diferem de intensidade, de maneira de ser, mas são amores ambos fortes e com os quais não conseguiríamos viver. Amo o meu marido acima de tudo, mas amo os meus pais com um amor tão grande e incondicional. Não há comparações possíveis. Cada um tem o seu lugar especial no coração sem substituir ninguém.

Mas eu não fico chocada por ouvir dizer que se ama mais um companheiro do que um filho (agora é que sou apedrejada). Repito para mim a questão não está no mais mas no diferente. Há mulheres que se esquecem que dos companheiros com a chegada de um filho. Já não se dedicam tanto ao seu marido, em seduzi-lo, em estar bonitas para eles, em passar algum tempo a sós. Mas os filhos crescem e seguem a sua vida. Normalmente, quem fica é o homem com o qual envelhecemos ao longo dos anos. E por isso é que a viuvez é tão dolorosa. Porque perdemos o verdadeiro único companheiro (no sentido lato da palavra) de todo uma vida.

Só espero não ser mal interpretada com estas palavras...

23 comentários:

rosa_chiclet disse...

É como tu dizes não se ama mais um ou outro... São amores diferentes não se podem comparar..

kisses***

Mamã Apuros disse...

Concordo contigo, não se podem quantificar e comparar amores diferentes.
bjs

LURBA disse...

Percebo-te muito bem... e esse AMOR que nos acompanha uma VIDA e até ao fim da VIDA é o tal... o GRANDE AMOR, que em alguns casos dá frutos e noutros não!!!

Ana FVP disse...

Que engraçado, e eu acho que ele não é o único a sentir as coisas dessa forma... Tens razão, são amores diferentes.

Fashionista disse...

Mais uma vez concordo! São tipos de amores diferentes!

Cláudia disse...

Compreendo perfeitamente o que queres dizer e concordo em absoluto.
Nas declarações do RP apenas me chocou esse "mais". Essa equiparação que para mim não faz sentido. Mas já diz o ditado "criamos os filhos para o mundo" e quando eles saem do ninho é o nosso companheiro que fica.

Depois, tocaste noutro ponto que acho fundamenteal: das mães que se esquecem que são mulheres. E acho que é por isso acontecer tão frequentemente que há tantos relacionamentos que se desgantam logo a seguir ao nascimento de um filho, porque deixa de haver equilibrio.

Não sendo mãe é-me díficil opinar, mas em teoria espero que essa necessidade de me manter mulher nunca me abandone.

Opinante disse...

Concordo contigo, mais uma vez!

madeMOIselle disse...

Eu compreendo-te perfeitamente e quando ouvi as declarações do Ricardo Pereira tive um pensamento semelhante ao teu. Afinal, é tão diferente que não me parece que possa haver sequer comparações. Mas, de facto ouve-se recorrentemente historias de mulheres que se esqueceram que o eram quando se tornaram mães e eu acho isso extremamente triste, mesmo. Por muito dificil que por vezes parece é importantes sermos - ao mesmo tempo e com uma constante intensidade - boas filhas, boas esposas e boas mães.

Alminhas disse...

Tal como disseste são amores diferentes em todos os aspectos. Mas o amor por um filho é incondicional, tu amas-o independentemente "de". Quando o teu bebé nascer vais compreender do que falo. Também não critico o que o Ricardo Pereira diz, porque há muitos pais (tanto mãe, como pai) que logo que bebé nasce, não conseguem sentir aquela ligação incondicional com o bebé. É tudo uma questão de adaptação a uma nova fase, a uma nova vida que de repente depende de nós para tudo.
No meu caso, eu e o M. sentimos que conhecíamos o F. desde logo, sentíamos um amor imensurável por ele, ainda na barriga. Como eu costumo dizer, o amor sente-se, não se compara:)Beijocas

Gelatina de morango disse...

Um dia o meu pai estava comigo e com a minha mãe, olhou para mim e disse-me "Depois da tua mãe, és a mulher que eu mais amo no mundo". A minha mãe mandou-o calar-se. Eu adorei a sinceridade e sorri.

Sairaf disse...

Clap clap clap, tenho de aplaudir de pé este belo texto, passo a explicar porque, a minha avó materna teve um único filho, sempre o deixou voar do ninho quando ele acho que tinha chegado a altura, amo-o, dedicou-lhe tudo, mas quando o meu avô faleceu ela disse-me uma frase que nunca vou esquecer, "o meu grande amigo de todos os momentos partiu, deixou-me só!!". Os meus avós foram casados 63 anos, foi o único amor da vida dela, viviam a vida como nunca vi, ela tem um espólio de fotografias de uma vida em comum que muito dificilmente terei, mas é bonito ver que apesar de ter tido um único filho, percebi que amava-o muito, mas era o meu avô que aconchegava quando estava doente, era ele que entrelaçava os dedos nas mãos dela quando passeavam no campo.
É verdade que existem várias formas de amar, mas a nossa sociedade não está preparada para ouvir isso, não somos educados para isso.
Abraço doce e muito obrigado por tão belas palavras.

Anónimo disse...

Concordo totalmente contigo ***

Geri disse...

Exactamente! Quando li as declaração dele pensei as mesmas coisas que escreveste aqui.

Jude disse...

A explicação pareceu-me muito lógica até! Nunca tinha pensado nisso dessa maneira mas é verdade!

Anónimo disse...

Gostei de ler este post, e não penso que podes ser mal interpretada. Realmente todos são amores diferentes, mas por ser AMOR, são todos fortes e importantes e é este sentimento tão nobre que nos faz viver com objectivos e felizes! Nenhum é maior ou menos, é simplesmente AMOR!

Pelo mundo...sobre rodas disse...

Concordo plenamente e pensava que era só eu que pensava dessa maneira..quando oiço as minhas colegas e amigas dizerem que amam muito mais os filhos do que o marido...eu não consigo pensar nas coisas assim. Não tenho filhos mas o meu marido e a par dos meus pais das pessoas mais importantes na minha vida...

beijitos

Guinhas disse...

Olha achei uma forma fantástica de abordar o tema, e nada chocante.Acho, como tu, que há formas diferentes de amar e gostei, especialmente, da forma como descreveste o teu pensamento no ultimo paragrafo.

Marabunta & Framboesa disse...

Concordo totalmente. Amo os meus pais de uma maneira, o meu marido de outra, os meus irmãos de outra e sei que vou amar os meus filhos de outra... Não é quantitativamente mensurável nem comparável... Não me choca nada aquilo que dizes... Para mim faz todo o sentido!

Liliana Pereira disse...

Não há como te interpretar mal, a verdade é que há amores diferentes que não se podem comparar.

Big kisses

ML

C*inderela disse...

Concordo contigo, são amores distintos. E mesmo que ele estivesse a falar em "quantidade" não me choca ele amar mais a sua mulher! Tendo em conta que o laço pai-filho ainda é recente e nem todos sentem logo uma ligação forte. Há quem nunca chegue a sentir essa ligação!

V. disse...

Concordo, são amores diferentes. O que pode acontecer é dar prioridade à relação com o meu marido, mas isso acaba por ser benéfico para os filhos porque têm um ambiente familiar estável e feliz. Acho que ele não se expressou bem, é como aquela velha questão do "gostas mais do papá ou da mamã?".

Anónimo disse...

O meu marido também já me disse que me ama mais a mim do que a nossa filha porque fui eu que lhe dei uma filha. Acho que são amores distintos. Eu amo os dois incondicionalmente mas cada um à sua maneira.

Dina disse...

Vee: é exactamente isso. Essa pergunta é do mais parvo que há!