quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Da eutanásia



Não percebo muito de teologia. Nem de filosofia. Nem de outras teorias que têm abundado por aí. A morte não pode ser tabu: afinal é o acto mais natural que temos em vida. Um segundo apenas. Por vezes antecipado por longos minutos e longas horas de sofrimento. E não há dignidade nesses últimos instantes. Claro que precisamos de apostar forte nos cuidados paliativos. Mas a verdade é que não são suficientes. E em certos casos já nem isso é solução. Eu acredito que devemos poder escolher. Se é verdade que existem milagres, não é menos verdade de que quando "chega o momento" se sabe. 

Não percebo muito de teologia, nem de filosofia, mas vi morrer com um sofrimento atroz o homem da minha vida. Por isso sei exactamente qual a minha opinião sobre este assunto. 

3 comentários:

cozinha100segredos disse...

Plenamente de acordo. Tenho pensado muito neste tema.

Sílvia disse...

Juro, juro que não consigo perceber as reações de escândalo quando digo que sou totalmente a favor da eutanásia, quando digo que se tivesse um problema qualquer que me deixasse em estava vegetativo por exemplo preferia morrer a ficar assim.
Qual é o problema? Acho que da mesma forma que todos devemos nascer de forma digna, também deveríamos poder escolher morrer de forma digna quando assim fosse o caso.
Porquê prolongar o sofrimento de pessoas por tempo indeterminado? Sim, porque ninguém merece passar meses, anos até num sofrimento sem fim quando sabe o final da história. Porque não dar um fim de vida digno a essa pessoa?
Sou totalmente a favor de podermos escolher morrer com dignidade (mas sim, que também se aposte na melhoria dos cuidados paliativos -que ajudam, mas não diminuem o sofrimento)

N. disse...

Concordo. Há uma palavra chave que usas: dignidade!