segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Devaneios


Este mês os acontecimentos fizeram-me pensar muito. O meu período apareceu de uma determinada forma: e isso só tinha acontecido uma única vez: quando estava grávida. Associado ao facto de ter sido mês de mudança de contracepção, fiquei a pensar, será?

Perante o facto, fiquei aflita. Eu que dizia sempre ao L. que queria ter outro filho (e ele sempre a recusar pois ficou demasiado traumatizado com o primeiro) soube que não desejava outro filho. Por mil motivos: primeiro, sinto-me neste momento física e psicologicamente incapaz de passar por outra gravidez e outros primeiros meses de recém-nascido (sim, a experiência foi mesmo traumática mas as mães esquecem mais rápido). Depois descobri que não quero irmãos para o Simão. Eu que sempre pensei que ter irmãos é ter felicidade, partilha de experiências, sei agora que também são guerras e complicações. E não quero isso para o meu filho. Estou cega por uma má experiência, há irmãos que se dão lindamente: eu sei. Mas acho que ele terá que conseguir essa ligação especial com primos, amigos, etc.

E depois penso que não seria capaz de amar outro filho como amo o Simão. Sei que o amor não se divide mas que se multiplica, mas parece-me uma pequena traição. Este amor é tão grande que me parece que não conseguiria amar tanto outro filho e a última coisa que gostaria era de não ser justa com dois filhos, e fazer diferenciações. Mas tenho a certeza que ao nascer, eu iria amá-lo. Mas da mesma forma?

Mas também sei que depois de sentir crescer dentro de mim um pequeno ser, depois de o ver nascer (eu não vi, adiante) e de o ver crescer e tornar-se numa criança linda, sei que nunca iria abortar. Sei que seria incapaz.

Mas pronto, estas reflexões foram só devido a um atraso que não teve mais consequências do que este post longo e chato.

10 comentários:

Leni disse...

Conheci uma rapariga que era filha única. O pai já tinha falecido. O pai e a mãe eram filhos únicos e ela não tinha namorado. Dizia ela: "Já viste quando a minha mãe morrer? Vou ficar completamente sozinha neste mundo: sem pais, sem irmãos, sem tios, sem primos. Não perdoo os meus pais por não me terem dado um irmão."
Isto ficou-me na cabeça...
ainda não sei se irei dar um irmão à Moazinha, se a vida correr bem é provável que dê. Ainda não recuperei do trauma do parto, nem dos últimos meses da gravidez (q são horríveis), nem das noites mal dormidas mas, mesmo assim...talvez dê.

Jo disse...

Acho que só quando nos deparamos verdadeiramente com as situações percebemos aquilo que queremos.

Carol disse...

Certamente não sou nínguem para formar um juízo de valor e não é minha intenção fazê-lo, pelo menos de uma forma negativa. MAs esta frase "Depois descobri que não quero irmãos para o Simão. Eu que sempre pensei que ter irmãos é ter felicidade, partilha de experiências, sei agora que também são guerras e complicações. E não quero isso para o meu filho." Deixou me uma pouco perplexa. Guerras e complicações há em qualquer lado, não se pode evitar, ter um irmao é algo único, é uma experiência de crescimento que não se consegue ter noutro lugar, claro que há quem não tenha irmaos e é igualmente feliz, mas não dar um irmão a um filho também por isso? Não será tentar protegê.lo demasiado? Não será mais negativo que positivo? Claro que há maus exemplos, mas os pais servem para ajudar, para equilibrar, para educar correctamente, porquê ficarmos com os maus exemplos? Tenho a certeza que a balança no fim pesa mais para o bom do que para o mau. Em relação à disponibilidade fisica e mental, obviamente que são razões fortes e cada um terá as suas. Acredito que o Simão iria gostar de um irmão, com quem brincar, com quem partilhar experiencias, hoje e daqui a muitos anos igualmente. Mas se não houve consequências do atraso que não desejavam, isso é que interessa :)
(E desculpa a opinião! Sei que estes assuntos são sempre delicados)

Maria João disse...

Quanto ao amar um filho, posso garantir-te que por muitos que tenhas, vais amar a todos de forma incondicional e jamais deixarás de algum.
Em relação ao "não quero irmãos para o Simão. Eu que sempre pensei que ter irmãos é ter felicidade, partilha de experiências, sei agora que também são guerras e complicações. E não quero isso para o meu filho".
Da experiencia e conhecimentos que tenho, são mais os que são amigos e cúmplices para a vida, do que aqueles que não se dão.
Consegues imaginar o que é a infelicidade de crescer sem um cúmplice, um amigo, alguém com quem partilhas histórias amores e desamores?
Eu, não me imaginava sem o meu irmão e em relação aos meus filhos, é o que mais me delicia diariamente, a partilha, o carinho e até as turras, mas velos crescer sempre a contar um com o outro, enche-me o coração.
Mas claro, que tu terás as tuas razões.

Dina disse...

Eu sempre imaginei isso: a cumplicidade única de uma relação entre irmãos. Sempre. E queria isso para o meu filho, claro que sim. mas nem sempre é isso que acontece. E provavelmente esta não será a razão maior: não tenho estabilidade económica nem psicológica para isso de momento. E a ter outro filho, teriam que ter pouca diferença de idade.

Mas sim a experiência má supera as boas. Para mim ter irmãos não é bom. E apesar de termos sido 4, quando a minha mãe falecer, é provável que me reste uma sobrinha. Ou seja, estarei basicamente sozinha no mundo. Por isso penso que tudo é relativo mas percebo bem as vossas opiniões.

Unknown disse...

Eu e o meu namorado/marido (vivemos juntos, mas não casados) também pensamos em ter apenas 1 filho... Porque achamos que um é suficiente, sou filha única e nunca senti a falta de ter um irmão, o meu namorado/marido tem uma irmã, mas também prefere apenas uma criança... O plano bebé apontamos para um futuro ainda distante, no entanto tal como tu, tenho meses (este por exemplo) que ando com o coração nas mãos. Sei que a minha pilula não me traí, mas existe sempre um receio patético, pois qualquer sintoma semelhante ao das grávidas, a minha cabeça faz clique e pensa que poderei estar...

Beijinhos :)

Petra disse...

Também quero só um Dina...

Sara disse...

Todas essas questões andam por aqui com a mesa intensidade que as tuas... É engraçado como colocas exatamente as mesmas questões! Precisamente este mês, acontece-me o mesmo que a ti (os tais sintomas que só tive daquela vez) e ao contrário do expectável acho que neste momento preferia não estar grávida apesar de ter a certeza que quero irmãos para a bailarina!
Beijinhos

Anónimo disse...

Sou filha única e sofri muito por isso!!! Quem me dera ter tido irmãos! Deve ser tão bom!! Conheço casos tão lindos de manos q se dão bem!!

Guinhas disse...

Cada um sabe de si mas...o Simão ter um irmão/irmã como companheiro de vida também pode ser um argumento a favor do mano :)