quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Erros do passado


Gosto de ouvir casais que dizem «quando for pai/mãe, não cometerei os mesmos erros que os meus pais». Gosto muito de ouvir essas filosofias, porque na maioria dos casos nunca se chegam a concretizar. Critica-se muito, mas na hora da verdade os erros são semelhantes ou por vezes mais graves. É engraçado como casais novos se esquecem rapidamente que há meia dúzia de meses ainda eram jovens. Que passaram por um rol de problemas na adolescência, que tiveram alguns problemas de relacionamento com os pais, etc. É o que digo: o início da maternidade/ paternidade deve levar consigo uma parte das nossas memórias.

Vejo pais com crianças ou jovens pré-adolescentes a cometer os mesmos erros do passado, sem conseguirem entender o que aquele jovem sente ou pensa. Quando eles próprios tiveram os mesmos receios, as mesmas preocupações, etc. Estas férias pude falar com a minha afilhada de 11 anos que se tornou a típica pré-adolescente que frente dos pais é uma flor intocada, mas que por detrás parte a loiça toda. Entendo isto, depois de falar com ela e a minha irmã. Tudo o que a minha sobrinha dizia, a mãe rematava com argumentos de pais, completamente estúpidos para a filha, que se sente imcompreendida, etc. Eu compreendi-a na perfeição e tentei explicar tudo a minha irmã, mas não. Era umas das tais que não iria cometer os mesmos erros dos pais, quando consegue ainda ser mais conservadora. 
Há que manter o espírito jovem. Não nos esquecer do que já passamos. Tudo seria mais fácil. Ah mais tu não és mãe, e as mãe preocupam-se, etc. Sim, mas há pormenores que não põem em causa a segurança e educação das crianças, mas que as deixa voar, crescer e assumir-se. Há que alargar as amarras. Há que manter num recanto da memória o que já fomos. E como em tudo na vida, há que tentar colocar-nos na pele das crianças e tentar percebê-las em vez de se julgar o único detentor da verdade absoluta.

10 comentários:

Sexy na Cidade disse...

é isso e os desgostos de amor, desilusões, lutas constantes, etc etc....o mundo é uma bola de neve que roda e roda sempre no mesmo sentido de geração para geração. Trata se dos genes. enfim =)

Maria

estrela disse...

Olá,
Acho que tens toda a razão...eu por vezes recordo-me de situações na infancia e tento não cometer os mesmos erros que os meus pais cometeram comigo...
falo abertamente das coisas e tento que eles vejam em mim mais uma pessoa amiga em quem podem confiar do que uma pessoa a quem não se pode dizer nada....
bjs
Gostei deste texto (post)!

Sofia disse...

Gostei bastante do texto:)
beijinhos

Anónimo disse...

Espero não ser assim qdo for mãe :S

Nokas disse...

Será que a maternidade nos muda assim tanto?

Dina disse...

Nokas: Não te sei responder, mas parece que sim. Vejo o caso desta minha irmã. O meu cunhado é filho de militar e deve uma educação rude. Sempre disse que nunca iria fazer isso aos seus filhos. Mas fez. Querem até pôr a minha sobrinha num colégio militar, por isso...

Patricia disse...

CREDO!Num colégio militar?Não percebo tanta rigidez.Passei a minha vida em colegios internos,porque os meus pais não tinham tempo para mim,nem para a minha irmã,não tinham nem se esforçavam para ter.Se há coisa que eu nunca hei-de fazer com os meus filhos,e já tenho uma,é colocá-la numa situação destas.Afastei-me 3 vezes dos amigos que ia fazendo,e agora que voltei as origens,os melhores amigos estão longe,e os que na infancia eram meus amigos pouco ou nada falamos.É uma situação muito complicada que eles nunca compreenderam,mas que eu quero compreender.Acho que os filhos,principalmente na adolescencia,precisam do nosso apoio.

Dina disse...

Patrícia, concordo totalmente contigo. É justamente por isso que a miúda não quer: pelos amigos: o que os pais não percebem. Respondem-lhe «quando mudo de trabalho também perco amigos mas faço outros». E eu tentei explicar que as crianças são diferentes, que precisam das suas raízes e laços para crescer e se tornarem adultos de forma saudável, etc. Mas nada a fazer, riram-se na minha cara...

Isa disse...

Eu neste caso não tenho uma opinião verdadeiramente formada porque realmente não sou mãe. E já disse muitas coisas às quais a minha mãe respondia: um dia vais ver que tenho razão, e mais tarde vi mesmo que ela tinha toda a razão.
Agora essa de: "não vou fazer aos meus filhos aquilo que os meus pais me fizeram", às vezes pode correr mal. Eu conheço uma que só quis ter uma filha e deu-lhe tudo porque dizia que ela teve muitos irmaos e os pais não lhe podiam dar muita coisa. Agora, a filha, é uma mimada de primeira e não quer saber da mãe.

Anónimo disse...

Olá ... Os erros servem para melhorarmos mas ...na teoria é uma coisa e na prática é completamente diferente , conforme se vai desenrolando a vida é que se vai encaminhando as coisas ....
Um beijo com carinho e amor .
luisaeadriano