quinta-feira, 28 de abril de 2011

Amarra ou incentivo para voar?


Sinto que muita gente tem medo de amar, medo do compromisso a longo prazo, medo das concessões mútuas. Se antigamente o laço do matrimónio superava todas as crises (até aquelas que não deveria superar como casos de violência doméstica, etc.), hoje o casamento é um laço tão ténue, que muitos casais, à primeira discórdia, quebrem sem piedade. Será que não sabemos amar como os nossos antepassados? Será que é a nossa emancipação feminina a causa disso?

Francamente não sei. Custa-me ver casamentos destruídos só por discussões rotineiras facilmente ultrapassáveis, ou divórcios que surgem à primeira grande dificuldade. A máxima «na doença e na saúde» só é bonita no dia da grande festa, porque depois surge uma doença grave e é ver alguns a renegar o cônjuge. Surge o desemprego e uma crise financeira que põe em causa o estilo de vida do casal e cada um segue separadamente a sua vida. Há casos e casos. Sou a primeira a dizer que não devemos manter um casamento de aparências quando tudo vai mal e este já não nos faz feliz. Mas perante adversidades da vida ver casamentos desfazerem-se quando este deveria ser o mastro forte da família, é estranho. Será que já não se fazem casais como antigamente que superavam tudo juntos, faziam esforços juntos (e faziam concessões pelo bem do outro) e remavam sempre no mesmo sentido, mesmo e sobretudo nos momentos mais difíceis da vida? Ou hoje a maioria deixa-se vencer pelo facilitismo, já não luta, dialoga, negoceia... porque amar e conviver a dois também é uma arte.

Eu quero acreditar que sim. Que ainda existe grandes histórias de amor que ultrapassam juntos todas as adversidades. Quero acreditar que envelhecerei ao lado do meu amado. Isso pressupõe trabalho quotidiano, para manter uma estabilidade entre os dois. Desconfio que será este trabalho árduo que as pessoas já não têm vontade ou força de travar, num mundo em que tudo é efémero e passageiro... As pessoas já não admitem fazer concessões pelo outro, são mais egoístas e egocêntricas...

Não acho que com o casamento/ união de facto se perca liberdade. Antes pelo contrário ganham-se coisas de que, de outra forma, nunca se teria. Partilhar a vida é do melhor que há, por isso acredito que valha a pena o esforço...

14 comentários:

Paula Silva disse...

CONCORDO (PRA NÃO VARIAR)
Estou casada ha 14 anos e apesar de ter um casamento muito feliz também temos os nossos altos e baixos ... mas como dizes ..na saude e na doença ..na alegria e na tristeza..

bymiminhos disse...

n podias ter escrito este post em melhor altura..concordo plenamente com a tua posicao...hj desiste se da felicidade demasiado facilmente, e "ama.se" tudo e todos ao fim de 2 meses, confundindo amor com outro tipo de sentimentos como paixão ou luxúria..amor tb é amizade, companheirismo, carinho, preocupação....obrigado pela tua opiniao...tou verdadeiramente ctg..podia ter sido eu a escrever isto..lol

Tsuri disse...

Não podias ter dito melhor. De facto também acho que as pessoas não estão para se dar ao "trabalho", não se esforçam, e centram-se apenas nos seus umbigos, nos seus interesses e afins. Há dias ouvi a história de uma mulher que soube que tinha um cancro na mama e no dia seguinte o marido abandonou-a. Doeu só de imaginar. Como é óbvio não podemos de modo algum generalizar, mas tal como tu, não percebo o porquê desta nova onda...
Eu cá adoro o que dou e recebo no meu casamento,e já passei por inúmeras dificuldades, mas juntos ultrapassamos e assim crescemos como casal.

beijinho e bom tema

*Lili* disse...

Sem dúvida! Estou totalmente de acordo contigo! A 100%.

E sim, há casais assim felizmente que os há! É preciso é como tu disses-te muito trabalhinho para manter a relação. É complicado sim claro que é tal como é manter uma familia feliz...Mas se amamos verdadeiramente o outro, torna-se uma tarefa mais fácil de se concretizar! Eu falo por mim, existe ainda muito de paixões e luxuria, mas também existe amor :)

Nokas disse...

Altos e baixos todos temos, quer sejamos casados ou não. A diferença está nas escolhas que se fazem...passou-se de um extremo ao outro, se antigamente as pessoas viviam presas num casamento, hoje é exactamente o contrário! Mas ainda há relações que resultam, gosto de pensar que sim :)

pensativa disse...

Mais um post mt interessante!
O meu pai usa uma expressão que concordo plenamente: as pessoas hoje em dia casam por tudo e por nada, e divorciam-se por tudo e por nada ... Não poderia concordar mais. E claro que felizmente não é uma generalização, mas que acontece bastante não tenho qualquer dúvida!) Sei de raparigas que acalentam o sonho de casar pelo dia do casamento, o vestido a festa etc, depois o dia passa e o casamento pouco dura porque afinal ele assim, ele assado .. Também temos tendência a referirmo-nos ao passado e aos casamentos do passado ... e lanço uma pergunta: não poem as pesssoas hoje em dia a fasquia da felicidade muito alta? .. Antigamente tudo era diferente e as pessoas contentavam-se com muito menos ... não sei se me fiz entender..

Dina disse...

Pensativa: É verdade, concordo plenamente com o que dizes. E sim, antigamente o conceito de felicidade era totalmente diferente. E não sei se mais certo ;)

Nayanne Lacerda disse...

nossa
concordo plenamente com o que dize,
quando casam as pessoas fazem juras de amor eterno que nao se eternizam, o pior é que eles casam pensando que se nao der certo, separa. isso ja se perdeu
eu gostava mais da época que as familias eram mais sólidas
hoje é tudo uma questão de bom senso...


adorei vir aqui

vou voltar mais vezes

bjo
até mais
http://www.viafeminina.com

Clara disse...

Concordo com o teu pensamento/constatação. Hoje em dia, o facilitismo e o individualismo da nossa sociedade leva a que o casal não forme uma equipa, cada qual tem a sua opinião e não cede, cada qual tem a sua personalidade e não admite moldar-se ao seu par. Claro que não quero generalizar, no entanto, os meus pais sempre me deram um conselho muito sábio para quando casasse: terás de ter muita paciência e compreensão. Tenho pena tb daquelas pessoas que se casam sem ter a verdadeira noção do futuro, casam por impulso e não por amor. Infelizmente temos um jet-set que é perito no casa-descasa. só tenho pena, mesmo, é da criançada que se vê distante de um modelo familiar onde se deveria defender e abrigar, mas com tantos meios-irmãos e filhos de padrastos/madrastas que entram e saem da família é complicado!!!

Nokas* disse...

Excelente post. O problema é que muitas pessoa não sabem o que significa partilhar.E casam, continuam com certas posturas egocêntricas e uma vida a dois torna-se complicada quando cada um olha para o seu próprio umbigo.
Dificuldades aparecem sempre, é preciso é saber contorná-las a dois.

Girl in the Clouds disse...

Os teus posts são muito interessantes!! Nem sempre comento, mas leio via google reader!!
Eu também quero acreditar que existem grandes histórias de amor!!

madeMOIselle disse...

Gosto de saber que afinal não sou a única a pensar assim e que ainda há pessoas que pensam o mesmo, que contrariariam esta tendência doentia do "desistir" de tudo. Pessoas que opinam tão bem. E que o dizem, assim, com as palavrinhas todas, como tu. Gosto mesmo. Adoro sempre vir cá e ler o que escreves, mesmo.

Dina disse...

Ai madeMOIselle, quase que me fizestes corar... obrigada :)

Anónimo disse...

Concordo! De facto hoje em dia a palavra casamento tem um significado muito diferente. Parece que a palavra ficou esvaziada de conteúdo. Ainda bem que não sou a única a achar que o casamento é uma coisa séria.

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