quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quero o meu futuro de volta

As medidas de austeridade anunciadas custam tanto porque nos roubam o nosso futuro. Esta entidade omnipotente que manda em nós como simples figurinos. Se eu estivesse com problemas financeiros por causa de uma má gestão minha, era merecido. Mas sofremos o custo do mal e das extravagâncias dos outros.
 
Sempre fui responsável. Sempre trabalhei, sempre poupei. Nunca contratei créditos à toa. Só gasto o que tenho e quando tenho. Sempre tive uma vida modesta à medida do nosso orçamento. Nunca fiz férias todos os anos porque não podia. Mas sempre fui feliz com o que tive.
 
Hoje vejo o nosso orçamento diminuído e o trabalho aumentado. Estou a aprender a fazer contas para chegar ao fim do mês. E isso assusta-me. Principalmente pelo meu filho. Porque é a ele que lhe estão a roubar o futuro. O futuro pelo quais lutaram os meus pais e avós. Porque tenho medo que lhe falte o essencial. Porque sei que vamos ter que cortar em muito para não viver das poupanças. Vivemos com medo do amanhã.
 
Não sei o que esperamos para lutar. Este estado de coisas não vai lá com posições fraternas. Somos um povo de revolucionários. De lutadores. Onde está esta veia de lutadores? De homens de armas? Onde?

15 comentários:

teardrop disse...

A grande maioria das pessoas da nossa geração devem estar a sentir este amargo de boca. De estar há trabalhar há uns anos e consequentemente a ver perder benefícios e o ordenado cortado. Não sei o que esperar do ano que aí vem. O fantasma do desemprego paira sobre todas as cabeças... :(
Pensamento positivo é o que nos resta!

Anabela Conceição disse...

Eu também tenho medo. Sinceramente, ou isto dá uma grande volta, ou então não vejo futuro.
Temos mesmo que sair à rua. No sábado deveria ser uma prioridade para a toda a gente manifestar-se.

Joa disse...

retiraste-me as palavras da boca...

Leni disse...

O que me assusta mais nisto tudo é o comodismo dos portugueses, estão a ser roubados à força toda e ninguém se "passa"!!

Opinante disse...

Já foram, ficaram os passivos :(

Unknown disse...

As tuas palavras são fortes e muito sinceras e como tu eu vivo o drama do viver com o orcamento reduzido desde Janeiro de 2011, este ano sem 2 Ordenados, e para o ano será 3 ordenados a menos em casa, e preocupa me o futuro, não só por mim, mas pelos filhos, é triste pagar uma divida que nem foi contraida pelas pessoas honestas e trabalhadoras.

Há tanta gente a viver a pala do RSI, e tanto a viver com reformas absurdas
Se é a altura ideal para lutar ue digo que É... Sabado dia 15 Lisboa as 17 Horas nas Picoas

Bjstos

Alminhas disse...

Achas mesmo que a nossa geração é de lutar, ou até mesmo de revoluções?! Os nossos avós e pais foram-no, mas infelizmente nem todos os filhos dessa boa gente aprenderam-no a ser. Podemos até ir para rua, contestar, mas creio que nada mudará, pois muita da gente que vai para rua, não vai porque tem falta, mas sim para brincar um pouco às manifestações. Levam comida, cerveja, vinho e grita-se... e é o convívio!
Vamos ver o que resulta desta manifestação.

Dos 40 em diante!!! disse...

Nem digas nada...esta dificil!

Na Província disse...

Revejo-me em cada palavra, sempre trabalhei, sempre descontei, adiei a maternidade e agora? Vou ter uma criança com esta conjuntura, quando o marido que sempre foi excelente técnico ficou desempregado?? Temos poupanças porque nunca demos um passo maior que a perna...Não posso pagar pelos erros dos outros, porque eu sempre calculei os meus.
um beijinho
http://na-província.blogspot.pt/

Purple disse...

Eu já hoje desabafei sobre o mesmo. Estou farta disto é urgente que esta gente perceba que estão a roubar uma nação para pagar os roubos deles.

Petra disse...

Dina, já fiz essa questão tantas vezes...

David disse...

Eu diria como aparece nos cartazes, quero ser feliz porra!

Chicca Maria disse...

Concordo contigo a 100%. É o que eu sinto.
Em relação aos meus pais, que estão reformados, acho a maior injustiça cortarem os dois subsídios e ainda reduzir o valor da pensão.
Eu sei o quanto merecem ter um reforma descansada, sem pensarem em dinheiro e a contar o tostão! Trabalharam a vida inteira, fora e dentro de casa. Sempre deram o seu máximo para nos dar uma boa educação. E chega agora a hora de finalmente fazerem o que gostam e lhes dão prazer, colher os frutos dos 40 anos de trabalho e é isto que lhes espera...é tão triste!

Maria Pitufa disse...

Eu também quero!!!

V. disse...

Eu acho que o maior problema é mesmo a falta de alternativas. Falta-nos o ideal pelo que lutar e vivemos resignados como se esta fosse a única (má) solução.