quinta-feira, 3 de maio de 2012

Laço invisível

Há quem diga que sou demasiado crua a avaliar certos aspectos da vida. Mas as coisas são como são. Podemos floreá-las e romantizá-las mas elas são mais simples do que pensamos.

Olho à minha volta e vejo que muita gente não pondera da forma mais correcta a questão de ter um filho. Não digo que é um capricho (mas há casos em que infelizmente é assim), mas não pensam em tudo o que acarreta. E há uma questão que muitos não vêem.
Podemos estar casados há anos, mas é no momento de conceber um filho que ficamos unidos para sempre àquele homem. Sim, podemos dizer que quando fizemos juras de amor já sabíamos que era para sempre. Tretas. Tudo é bonito enquanto corre bem, mas nem sempre os casamentos são eternos. E aí, as pessoas podem facilmente separar-se e nunca mais terem nada em comum (apesar da outra pessoa nos marcar de forma definitiva). Mas a partir do momento em que concebemos um filho, nunca mais nos poderemos separar daquele parceiro. Nunca. Para o bem e para o mal. E é triste que haja pessoas que não equacionem isto.

Claro que ninguém é obrigado a manter uma relação por causa de um filho. Sou a primeira a dizê-lo. Mas mesmo que haja separação, divórcio, reconstituição de uma família noutro lugar, não podemos fazer com que aquela pessoa nunca mais faça parte da nossa vida. Porque ele será sempre o pai do nosso filho. E é por este que deveremos sempre contactar de forma civilizada com o nosso ex, encontrá-lo, etc.

É por isso que acho que um filho consolida o amor de um casal. É a maior prova de amor que se pode dar. Porque é como dizer « até agora só nos unia um fio invisível chamado amor, mas daqui para a frente quero unir-me a ti de forma carnal. Para sempre». Só depois a vida dirá as circunstâncias do «para sempre».

9 comentários:

Faz de Conta disse...

Concordo com tudo :) o problema é muitas pessoas nem sequer pensarem no depois ou pensarem objectivamente.

Opinante disse...

É verdade sim, mas acredito que nem sempre seja pacífico lidar com o pai do filho depois de uma separação...

Cláudia disse...

mais uma vez, concordo contigo. E infelizmente hoje vê-se ainda muita gente a fazer filhos para salvar relacionamentos, porque é giro, porque o casal amigo também tem. Numa leviandade que não se compreende...

Anabela Conceição disse...

Não podia concordar mais.
Beijinho

Guinhas disse...

Vivo bem de perto com uma situação dessas. Ele pediu o divórcio e ela levou as crianças para um outro pais, de onde a familia dela é, e lá pediu uma pensão carissima, meteus os filhos na melhor escola e diz q o pai está longe dos filhos porque pediu o divórcio, foi ele que quis cortar com tudo. É de um egoismo tremendo e conseguiu afastar os filhos de um pai absolutamente PAIZÃO.

C*inderela disse...

concordo contigo, o problema é quando fazem das crianças um meio para atingir o outro! nem todos se separam pacificamente e têm essa visão.

Bjokas

Devaneios.de.mestra disse...

E é tão triste ver pessoas que já foram felizes juntas, que tiveram filhos juntas que é o amor maior, e que não se dão, pelo menos, civilizadamente... Pelos filhos, deviam deitar os problemas para trás da costas e, mesmo que separados, "amarem-se" porque serão sempre pais do mesmo ser.

B. disse...

A questão é mesmo essa - um filho une aquelas pessoas para sempre. E para mim, quando há um divórcio, o mais importante é que as pessoas aprendam a dar-se bem, senão o principal prejudicado é o elo, ou seja o filho.

Tsuri disse...

Concordo. Gostei imenso do texto, imenso, talvez por me tocar particularmente.
beijinho