segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tudo ou nada


Nunca me ouvirão dizer «o meu filho terá sempre tudo».

O Tudo não é sinónimo de felicidade. Farei tudo para que ele tenha a melhor saúde, educação e que tenha sempre comida na mesa. Agora o resto é acessório. Dizem-me que só digo isso porque ainda não sou mãe, mas não me pareça que vá mudar de opinião.

Uma criança tem que aprender a dar valor às coisas, desde as mais simples. Dar valor ao trabalho. Saber que ser pobre não é vergonha. Saber fazer escolhas e sacrifícios, porque simplesmente não se pode ter tudo na vida. Respeitar os outros independentemente daquilo que têm ou vestem.

Os meus pais não eram pobres nem ricos, tal como nós. Mas educaram-me assim. Nunca me negaram nada de essencial, mas não tinha brinquedos todas as semanas, nem roupa de marca. Fui menos feliz por isso? Claro que não! Antes pelo contrário. Chateia-me ver crianças de 7/8 anos já obcecadas por marcas e coisas caras. E a culpa é dos pais. E não pensam que são estes os adultos que estão a criar... Sou apologistas que as crianças têm que aprender desde muito cedo a gerir e a assumir responsabilidades. Para se tornarem adolescentes e adultos conscientes e independentes.

Há umas semanas quando uma amiga me diz frente ao filho toda escandalizada se não tinha vergonha de estar a comer a minha sandes de fiambre que trouxe de casa para o centro comercial fiquei parva. Há coisas que me ultrapassam...

15 comentários:

Sophie Eu disse...

Concordo plenamente, até porque as crianças precisam aprender a gerir as frustrações desde cedo.
Se isso não acontecer, elas passam a ter uma grande dificuldade a viver com as frustrações que todos vamos tendo na vida e, à primeira que tenham, não a suportam.
Dizer "não" é saudável, ao contrário do que muitos pais acham.
Bjs

Alice disse...

Há coisas que vamos dizemos que nunca vamos fazer aos nossos filhos e depois, por força das circunstâncias fazemos. Mas há coisas que nos são intrinsecas que temos a certeza que os nossos filhos terão esses valores, porque são tão nossos e os valorizamos muito para prescindir deles na educação.

Beijinho e boa semana

Fashionista disse...

adoro os teus posts! Sempre tão sensata e concordo a 100%!

Cláudia disse...

subscrevo cada palavra. A troca de prioridades a que assisto todos os dias deixa-me transtornada e muito apreensiva relativamente ao futuro.

Nokas disse...

As pessoas tendem a substituir amor por bens materiais...um erro crasso!!!

Ana disse...

Não acho que a questão passe por dar tudo ou não, dependendo das possibilidades de cada um, mas sim pela educação em si mesma.
A minha família sempre teve muito boas condições de vida, eu sempre tive tudo do bom e do melhor, desde miúda sempre me habituei a coisas e lugares caros, porque o meu pai podia proporcionar-me isso. A partir do momento em que me comecei a sustentar sozinha e saí de casa, as coisas tiveram de mudar, obviamente. Já não podia gastar rios de dinheiro todas as semanas em compras, nem ir de férias para os mesmos sítios, nem ter sempre o telemóvel topo de gama, nem passar a vida em cabeleireiros e ginásios da moda e por aí fora. Mas não morri por isso, nem sofri nenhum trauma, porque apesar de ter tido sempre TUDO do bom e do melhor, sempre fui educada de forma a dar valor às coisas e a saber adaptar-me a outras realidades, se necessário. É uma questão de valores, de educação.

Passado Futuro e Presente disse...

Adoro os teus textos.

Tsuri disse...

Concordo plenamente contigo e eu todos os pontos. Aliás acho que a postura na vida depende muito desse "tudo" e desse "nada" que se dão aos nossos filhos. Faz toda a diferença.
Oxalá eu consiga sempre discernir e dar uma educação adequada aos meus.
beijinho

Opinante disse...

Mais uma vez, estou de acordo contigo!

Hoje em dia à muito a mania que o trazer de casa e o poupar é sinónimo de pobreza! Por favor!

As crianças e os adultos hoje em dia não enaltecem os valores de cada um, mas assim ao que é material! E isso aflije-me muito! Porque não fui educada assim! E hoje em dia a falta de tempo dos pais e compensada com os bens materiais, o que faz com que os filhos cresçam de forma a não terem de lutar pelos seus objectivos!

E depois há aquele tipo de pessoas obcecadas com o que pode parecer a X e Y!

É de facto algo que me transcende!

Anónimo disse...

Fico feliz por ainda existirem pessoas que pensam como eu!! :):):)

Poderia ter sido eu a escrever este post, do início ao fim!! Como concordo plenamente!

E essa tua amiga...dá-lhe um desconto, há pessoas que parece que vivem noutro mundo: o cor-de-rosa! Por um lado fixe para elas mas, por outro, esperemos que um dia não se assustem qdo derem de caras com uma realidade dura e crua!

Um beijinho grande!:)

м disse...

eu também vou fazer questão de lhes ensinar o valor das responsabilidades e a poupar. nunca tive tudo o que quis e não fui menos feliz por causa disso. temos que aprender desde cedo que a vida não é fácil e muitas vezes é preciso muito sacrifício pra ter aquilo que outros conseguem num piscar de olhos.

StressAda disse...

Concordo com a Ana. Eu não tive tudo... lembro-me de ser pequena, 3 ou 4 anos, e ouvir a minha mãe comentar com o meu pai que ia ao médico no "mês que vem" porque este mês eu precisava de sapatos. Um dia quero ter possibilidade de dar aos meus filhos muito do que não me puderam dar a mim. Mas tenciono sim incutir-lhes os valores e a noção de que nada cai do céu e que temos de merecer e conseguir as coisas que queremos ter...

Leni disse...

estou completamente de acordo contigo!!

Conto de Fadas disse...

Essa tua amiga vive no mundo da lua, só pode... a realidade é outra, há que poupar. Eu não tenho vergonha nenhuma de trazer almoço para a minha loja, só não o faço mais porque nem sempre faço a mais...

Guinhas disse...

Concordo absolutamente e acho que as crianças terem tudo, não é saudável!DE todo!Faz com que não sintam o valor real das coisas e, em consequência, sintam que tudo é fácil. A longo prazo acredito que não é benéfico