quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Somos o centro do [nosso] mundo


«O problema com os casos complexos é que na ausência de verdadeiros traumas, o seu descontentamente advém da monotonia da vida» | João Tordo - As 3 Vidas

Conheço algumas pessoas assim. A vida delas é tão monótona, sem objectivos que criam problemas em coisas irrisórias. E depois para apimentar a sua existência, infernizam a vida dos outros. Uma delas não admite que a sua filha seguisse a sua vida, casasse e saísse de casa. Cria traumas tremendos por causa de uma ruga nova, como se esta marcasse o fim do mundo. E depois estas pessoas exigem a atenção dos outros porque os seus pseudo-problemas são realmente importantes e dramáticos. Não se preocupam em como estará o seu interlocutor. 

Com o tempo deixei de ter paciência para esta gente que só se queixa com a barriga cheia. Ainda há tempos uma amiga contava à beira das lágrimas o facto do namorado ter preferido ir jogar à bola em vez de lanchar com ela e coisas semelhantes, quando a outra se debatia com graves problemas de saúde da mãe, mas a qual nunca ouvi queixar-se. Eu não tenho paciência para aguentar certos queixumes. Eu sei que os nossos problemas parecem sempre piores, mas não consigo consolar pessoas dramáticas por causa de uma coisa que se resolve em minutos.

Há pessoas que precisam de investir nelas e ocupar mais o tempo. Perceberem que são umas privilegiadas. Que na porta ao lado se debatem contra a fome, credores, a doença e a morte. E que os seus problezinhos chegam a ser mesquinhos. Eu sei que a distância sentimental e temporal torna mais fácil julgarmos os outros. Mas nunca fui de levar ao colo pessoas que gostam de atenção, e então agora, ainda menos.

8 comentários:

Nokas* disse...

Minha querida cada vez gosto mais dos teus posts porque revejo-me em cada palavra tua. Sem duvida que todos nós conhecemos pessoas assim. Eu diria que são pessoas que "inventam" problemas, quase irrisórios, para terem algo para ocupar a sua mente. O problema é quando esses problemas depois afectam a nossa esfera pessoal e alastram a outras pessoas. Eu dispenso dramas. A vida real por vezes já nos trás algumas preocupações, não é preciso criar mais ainda.

Vera disse...

Escrevi este post sobre o facto de me lamentar sobre algo e depois ver que há quem tenha problemas e conflitos interiores bem mais graves...
http://eudaminhajanela.blogspot.com/2011/07/das-coisas-que-nos-fazem-sentir.html

Temos todos de aprender a encarar os problemas de frente, levantar a cabeça e a vida continua, sá assim seremos felizes com o nosso destino. Quem realmente tem problemas resguada-os da melhor forma possivel e quem não os tem tem de os inventar para ter uma vida preenchida. Parece que gostam de sofrer, mas no segundo seguinte, pronto já passou...

Beijinho e abraço apertado

Lux disse...

Como te compreendo... Também não tenho paciência nenhuma para esse tipo de gente, que debitam problemas que não existem aos outros, quando, na verdade, não consigo considerar por problemas os dramas dessas pessoas... Tenho mais que fazer com o meu tempo e mais pessoas e amigos, com problemas sérios, para ajudar.

xoxo
Lux

Anónimo disse...

estão mesmo a pedi-las, a por-se a jeito... um dia acontece algo e ficam "porrrrrrrrrque é a que a vida é tão injuuuuuuuuuuuuuusta?" "porque euuuuuu" "sofro taaaaaaaaaaaaaanto" e nem saber relativizar...

Bomboca do Amor disse...

Eu não consigo lidar com pessoas assim. Fico demasiado irritada por ver que pessoas com a vida facilitada não dão valor nenhum àquilo que têm!
Beijinhos,
Bomboca do Amor.

Anónimo disse...

Uma vez uma (ex)amiga fez-me uma cena de ciúmes porque não a apoiei quando o namorado (de um mês, que nunca tinha assumido de facto a relação e com quem nunca tinha saído nem para tomar um café) e "preferi" consolar outra amiga, que acabara de descobrir que não pode ter filhos.

As pessoas não regulam bem e não se tocam, e eu estou como tu, não há paciência.

Verinha disse...

Ainda hoje andava na minha vida, e ia a pensar cá para mim, "mas é preciso estares tão em baixo, tão triste? Já não estiveste em situações tão mais delicadas? Então para que é isso tudo? Relativiza!" Mas ás vezes é tão dificil...
O mal das pessoas é que não sabem relativizar e depois andam por aí a chetear os outros com problemas da tanga.

respondi ao teu comentario lá no meu para não andarmos com comentários meio trocados lol
Obrigado por ter passado lá ;)

Bjks***

Tany disse...

Conheço casos assim também... um muito mau por sinal, pois ela não trabalha, está num país estranhgeiro e recusa-se a falar a língua de lá, então está sempre "trancada" dentro de casa e nem as filhas leva à escola. E depois criar mil e um problemas e dramas onde não existem, tendo a mania da perseguição! E muito sinceramente também não tenho muito paciência para este tipo de pessoas...