quarta-feira, 1 de junho de 2011

Certo ou errado?


A revisão da Lei do Aborto sugerida por Passos Coelho deu muita polémica. Antes de falar, tenho a dizer a minha opinião sobre esta Lei, para deixar bem claro o que penso. Sou totalmente a favor da legalização do aborto, mas votei contra no referendo. Contradição? Eu não acho. Acho que Portugal não estava preparado para uma Lei destas. Não se contrói uma casa pelo telhado, por isso antes da legalização do Aborto (que considero uma última opção, quando tudo falhou), haveria que consciencializar a população, havia que apostar em educação sexual pura e dura nas escolas (eu fui criada lá fora por isso sei do que falo). Deixar bem claro que o aborto é um último recurso depois de uma contracepção regular, e porventura de emergência. 

A Lei do Aborto previa uma análise ponderada ao fim de 2/3 anos, o que não aconteceu. Fico contente de ver que diminuiram 80% das urgências inerentes a abortos clandestinos. Mas choca-me e revolta-me saber que houve uma percentagem jeitosa de mulheres que fizeram cerca de 8 abortos num ano. E sem falar nas questões morais e éticas, falo dos meus impostos. Sempre cumpri as minhas obrigações para com o Estado. Hoje vejo os meus impostos dirreccionados para alguns abusos na saúde, como abortos que não são regulamentados. E quando foram retirados apoios aos tratamentos de infertilidade, por exemplo.

Sou contra outro referendo ao Aborto. Sou contra a anulação da Lei. Sou sim a favor de FISCALIZAÇÃO. Promover a contracepção (aborto não é contracepção). Implicar um limite de abortos comparticipados por mulher (não aos abusos)! Acho que o verdadeiro problema de fundo do nosso país se resume a uma palavra: falta de fiscalização: na saúde, nos dinheiros dos fundos europeus à agricultura, às obras públicas, aos horários de trabalho dos médicos, etc.

A Lei do Aborto sim, mas com consciência... Só pode haver liberdade, com responsabilidade.

16 comentários:

Tsuri disse...

Ora nem mais. Concordo mesmo que há muito a falta de fiscalização e de consciência, acima de tudo isso.

beijinho

Anónimo disse...

Completa e totalmente de acordo! Penso exactamente como tu.
Bjs

A Paraíso disse...

Concordo! Liberdade de escolha, mas com responsabilidade. E sou também a favor das taxas moderadoras...
E ainda bem que a lei foi aprovada, pois alguém que faz 8 abortos num ano, que mãe seria!?

Lux disse...

Para além de mais uma vez estar contigo, desta vez nem tenho nada a acrescentar. Disseste tudo!

xoxo
Lux

Purple disse...

Este tema é tão controverso. Quando votei sim não me ocorreu que podiam existir pessoas capazes de se aproveitar desta lei para se desfazerem de filhos a torto e a direito.

Fui muito naif mas acho que o caminho é para a frente e nunca para trás portanto concordo totalmente contigo.

Beiju

Ana A. disse...

Quem faz 8 abortos num ano que mãe seria??? Está tudo dito com esta frase. Concordo absolutamente com a legalização do aborto, acho que ninguém no seu juizo perfeito vai começar a fazer abortos só porque agora é legal. Só pecou por tardio, pois quem teve que o fazer fez, só que muitas vezes teve que pagar um balúrdio e sem as minimas condições.
Quero crer que nenhuma mulher faz uma coisa dessas de animo leve!

Myself disse...

Também concordo que deve haver um limite de abortos comparticipados por mulher!

C*inderela disse...

concordo inteiramente contigo. sou a favor do aborto porque cada um faz o que quer com o seu corpo mas acho que o mais correcto era haver esse controlo para as pessoas não fazerem do aborto um metodo contraceptivo. há que haver responsabilidades.

bjokas

Sílvia disse...

Nada a ver com o assunto, mas chegaste a ver o email que te mandei?

beijinhos***

MakingMoney disse...

Creio que nunca comentei aqui, no teu sitio mas desta vez vou fazê-lo ou melhor vou apenas dizer que se eu tivesse que comentar este assunto usaria tal e qual aquilo que escreveste. Nada mais nada menos.

Anónimo disse...

Ora nem mais! ;)

Beijinhos

Alminhas disse...

Olá Dina, como sabes concordo contigo. Fiscalização é precisa, porém como todos sabemos o dinheiro por vezes faz fechar olhos e bocas. É o país em que vivemos!
Eu em certas situações sou bastante radical, se uma mulher faz 8 vezes um aborto, para mim não tem condições psico-emocionais para ser mãe.... por isso quando é assim a equipe médica devia de poder laquear trompas! Não me venham com liberdades, direitos, o corpo é da mulher.... para mim uma mulher que faz oito abortos ou uma mulher que tem filhos uns atrás do outros e que mal nascem vão para instituições não deviam de poder ser mães! Desculpem a minha sinceridade, mas é assim que sinto! Tantos casais que lutam anos e anos, gastam fortunas em tratamentos para poderem ser pais e depois ainda contribuímos para estas coisas!!! Se eu pudesse havia muita coisa que mudava.
Desculpem o desabafo, mas para mim com crianças, bebés, fetos, o que quiserem não se brinca! Afinal eles não pedem para vir ao mundo!

Filipe disse...

A banalização de assuntos mais sérios conduz quase sempre a uma visão mais radical das coisas. Obviamente que haverá quem faça um aborto com motivos mais que suficientes para tal... assim como haverá quem o faça sem esses mesmos motivos.
O problema é que se olha mais para a mulher do que propriamente para o filho!
É um assunto de difícil discussão e todos têm a sua razão, respeito-a com naturalidade. É um assunto essencialmente pessoal... e claro está que, quando comparando com mil e uma situações diferentes, tudo parece (e na realidade, tudo é) questionável!
Continuo a acreditar que ninguém faz um aborto de ânimo leve, se assim não for, é sinal que algo de muito mais grave se passará com essa pessoa.
Agora o que acho lamentável, e que denuncia desde logo uma falta de visão de futuro, é o não investimento nos incentivos à natalidade. Um país como o nosso não se pode dar ao luxo de não potenciar os nascimentos. Obviamente que ninguém tem mais um ou dois filhos por causa de dinheiro... mas também não escrevo sobre esse aspecto. Muito mais que dar subsídios às famílias... há que criar politicas educativas que promovam uma consciência social e familiar. É natural que toda a mulher sinta numa fase inicial não ser capaz de ser uma boa mãe... aliás, isso estará sempre presente, no entanto considero mais preocupante essa sensação que todos os casais têm de não terem condições para educar um filho.
A fiscalização apenas terá um efeito positivo se houver ao mesmo tempo uma educação de mentalidade… se assim não for, estamos apenas a denunciar e apontar os problemas e esquecemos de procurar as soluções.
Enfim… haveria tanto para dizer!
Apenas acrescento que muitas mulheres pensam em ter um filho como pensaram em se casar. São em ambos os casos decisões difíceis de tomar… mas se por um lado a decisão pelo casamento surge em muitos casos como consequência de um determinado caminho e tempo… a maternidade não pode ser mais um passo que tem que ser dados. No momento em que um filho nasce… esse filho dá também à luz uma mãe e um pai. Eles viverão a partir desse momento em sua função… em função dessa luz que teima em iluminar e aquecer e que nunca se apagará!

anf disse...

Posso parecer ingénua mas fiquei "chocada" com "oito abortos numa ano",
E sim sou pela fiscalização, o nosso país está cheio de Chicos espertos que me causam impressão,
bjo

Dina disse...

Alminhas: nunca tinha pensado nisso da laqueação, mas francamente parece-me justo. Ao fim de x abortos, a mulher sem confrontada com a escolha: este aborto mas tem que ser laqueada...

Patricia disse...

Nem consigo sequer pensar como é que alguem consegue fazer 8 abortos por ano.As pilulas,os preservativos?Se elas sabem ir procurar os hospitais para abortar porque nao fazem o mesmo para ir buscar contraceptivos.
Não sou contra nem a favor do aborto,não é isso que esta em causa,mas da liberalização sou a favor,acho que cada mulher deve fazer o que entender que é melhor para si(apesar de eu não entender muitas destas situações) e para isso deve haver segurança.Mas nao concordo que se façam abortos a torto e a direito com o nosso dinheiro so porque nao se sabem prevenir!Era melhor investir na fertilidade,ajudar quem realmente quer ser mãe!!
FILIPE gostei muito do que disseste,concordo em grande parte contigo.Sou mae e acho que apesar de querer muito ser mãe,quando ela nasceu achei que nao sabia nada.