Existem cancros em todas as famílias: pessoas que se dedicam a sugar as forças aos outros, que os prejudica,m que os esgotam fisica e psicologicamente, que só se lembra deles quando precisa, e que os abandonam, enfim... Não há tratamento para estes cancros, a não ser o esquecimento, mas esquecer um familiar vivo nem sempre é fácil, e torna-nos a nós, as vítimas, pessoas frias e sem sentimentos, pelo menos aos olhos dos outros.
A minha família vai diminuindo, não em vida, mas no meu coração. Se em tempos éramos um bando de cerca de 20 pessoas, hoje a minha família na verdadeira ascensão da palavra resume-se a 3 pessoas: o meu marido, a minha mãe e uma sobrinha. Tinha uma irmã que já tinha esquecida, outra que me abandonou na pior fase da minha vida. É duro vê-los apagar um a um no nosso coração. Por isso hoje, não acredito nos laços de sangue. Por isso sou capaz de morder quando oiço que só é mãe quem pare! Mãe não é parir: é amor, respeito, apoio, compreensão. Vejo mães (parideiras) à minha volta que são umas verdadeiras bestas, outras que são mãe de coração e que são exemplos para todas nós. Não acredito nos laços de irmãos. São bonitos até a saúde dos pais se degradar, a partir daí tudo muda. Irmãos para mim são aqueles que foram separados à nascença mas que se encontram e travam conhecimento passados muitos anos, a que chamamos amigos.
Desculpas como «é a tua família» não são para mim. Família é mais do que um nome: é uma ligação que não se quebra, que está lá independentemente dos abalos, que ganha força a cada perigo, que faz tudo para que o outro seja feliz, é uma ligação para a vida e não ao sabor dos interesses do momento... Por isso há dias em que me sinto sozinha, porque numa família tão grande poucos são os que amo e me amam como tal...
14 comentários:
Tudo isso é lamentável,agora nem com a família se pode contar...
Como te compreendo. Infelizmente.:(
O meu pai é filho único e a minha irmã só tem uma irmã, portanto a minha família é muito reduzida.
A irmã da minha mãe, minha tia, é uma pessoa má formada e maus valores. Após o meu casamento decidiu difamar-me num blogue, isto não é segredo para ninguém pq já contei, e consequentemente as poucas relações q existiam deixaram de existir.
É complicado nem com a família poder contar, mas como eu costumo dizer os amigos podemos escolher, a família é-nos imposta.
Beijocas
Realmente é triste mas é assim como dizes. Se tem famílias que são muito unidas em todos os momentos outras nem por isso. É pena.
A família só faz jus a esse nome enquanto não houver qualquer tipo de interesse envolvido. Somos família, temos laços de sangue que nos ajudaram a construir uma relação de amizade/familiar. A partir do momento em que as pessoas começam a pensar nos seus interesses, a ver-nos como fonte de inveja e/ou interesse, a partir desse momento tudo se quebra! No fundo, a vida não se resume aos amigos ou à família… resume-se apenas aqueles que nos significam algo e aqueles para quem nós significamos algo. Se algo ou alguém não merecer ter significado para nós. A vida não são apenas momentos… a vida são pessoas, pessoas que fazem dar valor e relembrar momentos… quem não for capaz de transmitir isso, não há laços de sangue ou de amizade que resistam.
Mas as famílias, não são todas iguais!! A minha família, é uma verdadeira família no sentido da palavra...
Bailarina: Falei no geral. Conheço muitas famílias como a minha. Fico feliz por ti, e espero que seja sempre assim, porque há alguns anos também diria o mesmo que tu...
Concordo.
Há muitas pessoas que considero família e que não têm o mesmo sangue que eu, e outras que têm e que não me dizem quase nada. Mesmo!
Concordo e assino por baixo.
Bjos e que os "reais" irmãos e irmãs" te acompanhem sempre para não te sentires sozinha.
Beijokas
Eu sei o que isso é, da forma mais trágica, aprendi que a família é bem mais do que um "nome".
Beijinhos minha querida,
Bomboca do Amor.
Supostamente a família devia de ser o lugar mais acolhedor que uma pessoa conhece ao longo da vida. Mas nem sempre isso acontece, sabemos que temos aquelas pessoas que estão SEMPRE connosco. Mas há outras que nos desiludem.
E o pior de tudo é algumas pessoas acharem que somos obrigados a socializar com pessoas que nada nos dizem apenas porque somos "família".
Olá Dina, apoio a 1000% tudo o que disseste. Também estou a passar pelo martírio de a única irmã que tenho não poder considerar como tal, o meu marido diz-me que tenho que tentar desligar, mandar para trás das costas, olhar para a minha vida, saúde e principalmente para a minha querida filha. Apesar de saber que ele tem toda a razão, não deixa de doer, tenho que ter força de vontade para que encontre um botão que me "desligue" definitivamente dela, pois só assim voltarei a ser feliz de novo com a minha verdadeira familia (filha, marido, pai e amigos que esses sim foram fazendo o favor de gostar de mim como sou e que considero a minha verdadeira familia ao logo destes anos).
Bjnhs
Como te compreendo. Este ano, foi o ano de revelações que me fizeram ver o que dizes. E como tu, a minha família, tem vindo a reduzir-se. Mas sabes que mais, o que é bom, mantém-se, intensifica-se. O que estava a mais deixa de fazer sentido... É preciso coragem, mas acima de tudo sinceridade a nós próprios.
Eu digo o mesmo! Familia é aquela que nos escolhemos, e não aquela que nos é imposta! Eu tenho duas amigas que são como irmãs para mim. NA quarta fui para o Norte, e com o bebé agora vou pela auto-estrada porque é cansativo para Ele. GAsto 40€ em portagens e 60€ de gasolina (ida e volta). Na quinta de madrugada nasceu o meu "sobrinho" Vicente. Eu logo de manhã vim embora para a conhecer. Porque a considero uma irmã, porque me ouve, porque me apoia, porque sempre que preciso está ao meu lado. Que se lixe os 100€ gastos em vão, porque foi por uma boa causa :)
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