segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Do Natal que se aproxima


Perdi o meu pai há 7 anos. Passaram 7 anos. Dizem que o tempo cura tudo. Mas nunca me custou tanto planear o Natal sabendo que ele não estará como este ano. Tenho sentido a falta dele como nunca. Dói, sinto-me literalmente em baixo.

Custa-me pensar na estupidez de quem está vivo e de saúde. Custa-me que não aproveitem a vida e os momentos em família quando nunca sabemos se este será o último Natal. Custa-me ver como certas pessoas não aproveitam cada momento, e o que é mesmo importante. Custa-me que a minha mãe viva no passado e não tente aproveitar os últimos anos com os filhos e os netos. Que prefira conspirar contra nós. Custa-me que o meu sogro seja um parvalhão porque o filho decidiu seguir outro rumo do que o que ele gostaria. Custa-me ver o quão trata mal o filho e este mantenha uma postura de cachorrinho à procura de carinho de quem o maltrata. Custa-me ser renegada por vivos quando há gostaria de estar connosco e esteja confinado a um lugar no cemitério. 

Este ano tem sido difícil encarar o Natal. Não sei o que fazer. Não tem lógica passá-lo sozinhos. Mas também acho parvoíce sujeitar-me mais uma vez a humores malvados. Mas tenho pena da minha sogra. E sei que o meu pai quereria que passássemos juntos. 

Estes dias têm sido muito nostálgicos. Mas quando se tem filhos, ergue-se a cabeça e segue-se em frente. 


6 comentários:

Agridoce disse...

O teu pai quereria que passasses um Natal feliz. Ponto.

Esta é uma altura que dá sempre que pensar. É inevitável. Não imagino a tua dor. A única coisa que te posso dizer é que, às vezes, temos mesmo de pensar no que é melhor para nós e no que nos faz felizes.

Sabendo que a vida é assim tão efémera, queres passá-la a fazer fretes?

Um beijinho!

Unknown disse...

Não é fácil, quando se perde alguém tão importante, na união de uma família. O meu Natal, deixou de o ser, de á 10 anos para cá. No meu caso,o meu avô materno, era o que nos unia. Apesar de o meu pai, estar vivo, não mantemos qualquer contacto. Pessoas tóxicas,devem de se manter afastadas. Este ano, não porque a minha princesa,ainda não percebe o Natal, mas para o ano, pretendo fazer árvore,e tentar transmitir-lhe boas memórias. Espero que essa tristeza, dê lugar a uma alegria, por si,e pelo Simão,e pelo seu marido. Desejo-lhe, que se torne,aos poucos uma quadra feliz.
Um beijinho

Messy Jessy disse...

Provavelmente a dor não irá passar, mas tal como disseste da tua mãe, não vivas no passado e daquilo que não tens. Relembra os bons momentos passados com o teu pai, se quiseres até podes arranjar maneira de o homenagear, com algum simbolismo, de forma a que o sintas mais presente.
Espero que consigas passar a quadra natalícia com as pessoas importantes para ti e principalmente em paz.
Beijinhos

sandra disse...

Como já aqui foi dito, a vida é muito curta e preciosa para fazermos mais fretes do que aqueles a que não conseguimos mesmo fugir. Chega uma altura da vida em que temos mesmo que agir e fazer o melhor para nós. Nestas questões familiares, se não temos cuidado, somos arrastados para uma espécie de "buraco negro" e para quê? Sei do que falo e, por isso digo-lhe, também cabe a nós colocar limites (sem stress, sem conflitos). Gostei muito da sugestão da Messy Jessy, de arranjar algum simbolismo para homenagear o seu pai (visitar um local de que ambos gostassem, colocar um enfeite na árvore, com significado para ambos... por exemplo, quando estou "em baixo" gosto de comer papas de farinha de milho porque era algo que a minha avó me fazia e, de alguma forma, sinto-me reconfortada.
Tudo de bom!
Sandra

Blog da Maggie disse...

Percebo tudo, sinto o mesmo, a minha mãe partiu há 2 anos e eu não voltei a ser a mesma. Nunca vou voltar a ser a mesma. Custa-me todos os dias e nestas alturas custa-me mais. Pelos miúdos há Natal cá em casa, mas só pelos meus filhos por mim não fazia nada. Aliás, tenho o meu pai doente, sei que não andará cá muito tempo e já tenho decidido que quando o perder não ficarei cá a fazer natais e a receber em minha casa quem não me merece, nem merece o meu esforço. Vou passar a ir passear nos natais. Nada faria os meus pais mais felizes, a minha mãe adorava viajar e o maus pai também.
Força Querida.
Beijinho

Dina disse...

Obrigada pelas vossas palavras amigas. Eu percebo perfeitamente o que dizem e concordo: a vida é demasiada curta para fretes. Mas por outro lado, também há uma outra voz em mim que me diz que a vida é demasiada curta para não perdoar. E por vezes é difícil escolher a que voz devo dar mais ouvidos...

Maggie: Lamento saber que o teu pai está doente. Aproveita cada momento.

Em relação a homenageá-lo também o faço, brindando com um belo copo de vinho.

Um abraço para todas e obrigada