sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A minha luta diária


É verdade que cuido muito da minha alimentação. Nem sempre foi assim. Esta tendência aconteceu há uns anos apenas. Aprendi a ler rótulos de produtos processados de modo a controlar ingestão de gorduras, açúcar e sal. Nunca compro nada sem analisar primeiro o rótulo. Opto por produtos saudáveis, como farelos, como muita fruta e bebo muita água. E sim, tenho um prazer autêntico em comer peixe grelhado com legumes. E sabe-me mesmo bem comer fruta! Sou gulosa e dificilmente resisto a bolos, sobremesas e chocolate, mas tento fazer destes alimentos excepção e não a regra. Mas nunca em momentos sociais/ de lazer deixei de comer o que quer que seja: adoro feijoada e comidas consistentes.

Posto isto, sou anoréctica e doente.

Mas porquê? Será que as pessoas não conseguem perceber que somos o que comemos? Que se trata de uma questão de saúde?? Vi o meu irmão falecer aos 28 anos devido a um problema cardíaco, potenciado pela alimentação pouco saudável, peso a mais e tabaco. Desde os meus 18 anos que acompanhei o meu pai nos hospitais, por tratamentos penosos, a sofrer, com medo de morrer, tudo por causa de doenças cardíacas, mais uma vez devido (também) a uma alimentação menos cuidada.

E quando um dia um médico te diz que a tua genética traz imensas probabilidades de vires a sofrer das mesmas patologias? será que és doente porque mudaste de alimentação? Será que esta foi a decisão errada? Deveria ter continuado a comer batatas fritas e bolachas todos os dias? a beber sumos e refrigerantes a refeição? Continuar a não comer fruta nem hortaliça?

Não, nada disso, sou apenas uma doente anoréctica. É assim todos os dias sempre que como alguma coisa. Se soubessem a vontade que tenho desta gente ser do mesmo nível hierárquico que eu para poder dizer o que penso.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A tratar da saúde...


Uma pessoa "normal", quando lhe dizem que tem de aumentar a ingestão de Ferro, pensa em iscas, em vitela, em espinafres, etc. Pois, eu pensei logo numa receita que tinha guardada e que ainda não tinha experimentado: Bolo de Beterraba com chocolate ! O chocolate negro e a beterraba têm muito ferro por isso estou apenas a tratar da minha saúde (e não da gula).

Fiz esta receita do Clube do Bolinho (a foto foi tirada de lá). O bolo é saboroso e húmido, mas o homem lá de casa, que não gosta de beterraba, achou que o sabor era demasiado intenso.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Livros que valem a pena



Este livro não é uma novidade, mas foi daqueles que foram ficando para trás na minha lista de desejos. E francamente é um livro maravilhoso. Retrata a realidade de uma forma tão genuína. Aborda sentimentos tão intensos como a culpa, o remorso, a vergonha, o estigma social, a esperança. É uma leitura que nos envolve, que nos emociona. E ao mesmo tempo dá-nos a conhecer através da história de dois meninos afegãos a história deste país do qual tão pouco sabemos. Recomendo a leitura. 

Alguém já leu os outros livros do autor? "E as montanhas ecoaram" e "Mil sóis resplandecentes"? Opiniões?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Fiz as pazes...



... com o Sushi!

A minha primeira vez aconteceu há alguns anos e foi das experiências gastronómicas mais traumáticas da minha vida. Mas há dias, voltei a provar e fiquei cheia de vontade de dar uma segunda oportunidade ao sushi. Fomos a um Buffet de sushi e comida asiática e adorei! Acho que comia sushi todas as semanas. 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

I´m fine


O corpo já dava sinais de desgaste, mas pensei que seria somente cansaço acumulado. Há quase duas semanas que tinha tonturas constantes, mas continuei ao meu ritmo normal. Na sexta-feira passada, quando cheguei a casa, sentei-me na cama e não consegui levantar-me mais. Fui até ao Hospital e depois de alguns sustos (temi pela minha saúde cardíaca) foi-me diagnosticada uma anemia muito forte. O meu mioma e o cansaço acumulado fizeram das deles. Esperam-me exames, a cirurgia é uma sombra cada vez mais presente, mas tudo vai correr pelo melhor. Tenho que cuidar mais de mim. Tenho que desacelerar (ainda não sei bem como), tenho que estar mais atenta ao meu corpo. 

O que mais me irrita nisso? Quando dizes que tens anemia, até a quem sabe dos teus problemas de saúde associados, e te dizem "tu não te alimentas!". Não há nada que me deixe mais irritada. Já não estava com tanto peso desde que estive grávida e se tenho cuidados alimentares é justamente por causa da minha saúde!

O Hospital de Vila Franca de Xira está uma verdadeira vergonha. Uma enfermaria de 6 pessoas albergava mais de 15 doentes, com patologias variadas (infecções respiratórias, gastro, anemia, etc.) em que os doentes são auscultados frente aos outros: sim, os doentes têm que expor o seu caso clínico e levantar a camisola frente a outras pessoas do outro sexo. Um hospital novo que não tem as mínimas condições. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Mágoa


Pior do estar chateada com alguém, é estar magoada. A mágoa tira-nos a força, a vontade de barafustar, de reclamar o que achamos que temos direito de exigir. A mágoa traz silêncio, afastamento, cicatrizes difíceis de sarar. O perdão torna-se mais difícil.

Estas últimas semanas têm sido complicadas em termos de saúde: o meu fiel companheiro uterino tem feito das dele. E na terça-feira foi um péssimo dia. 

Há dias que o homem lá de casa andava nervoso e irritadiço, mas a experiência diz-me que nestes dias mais vale fingir que não vejo e não oiço. Mas pelo menos livro-me de arrelias que sei que à partida ele vai ganhar: porque eu nunca tenho razão, ele nunca admite a culpa e nunca pede desculpa.

Terça senti-me mal em casa. Duas vezes. Tive que me sentar no chão duas vezes repentinamente para controlar ao máximo as tonturas e as dores. E ele nem uma única vez se levantou. Nunca se chegou ao meu lado. Nunca se dirigiu a mim para um mimo, uma carícia na cara, para uma palavra de apoio. Uma das vezes foi o pequeno que foi lá fazer festinhas na cabeça a dizer "que foi mamã". E ele sempre no sofá. Tive que ser eu a cuidar sempre do pequeno. Ontem estranhou a minha frieza e não percebe porque estou magoada.

Numa altura em que o nosso casamento estava finalmente melhor, esta situação foi pior do que um balde de água fria. São gestos e atitudes que ficam marcadas. Hoje finalmente admitiu que está preocupado com a saúde do pai. Nem vou tecer comentários. Remeto-me ao silêncio porque francamente acho que parte do meu coração ficou de luto por um amor que pensava renascido. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Onde é que eles vão buscar estas coisas?



Comprei daqueles amendoins com casca. Dei a provar ao mais novo e, como sempre, ele adorou. Eu disse-lhe que não podia comer mais, que não conseguia descascar mais. E como ele ainda não tem força para os descascar, fiquei descansada. Quando fui ver, ele foi tirar a tábua de madeira, o martelo de bater os bifes e foi bater nos amendoins. Depois parecia mesmo um macaco a escolher os pedacinhos de amendoins das cascas.

Fico parva com os raciocínios destes pequenos seres...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O Olho de Deus


Gosto muito de James Rollins. Há quem goste de o comparar ao Dan Brown, mas não partilho esta opinião. Os livros de James Rollins da série Força Sigma relatam histórias que ligam sempre questões de ciência moderna, dados históricos e acção (as personagens principais são da Sigma, uma organização militar especializada dos EUA). O que gosto mesmo é que no final de cada livro, o autor separa o trigo do joio, isto é, diz-nos o que é verdade e o que é ficção. E factos que parecem irreais fazem mesmo parte da nossa realidade. 

O chato é que em Portugal os livros não têm sido publicados na sua ordem correcta, pelo que é preciso ter atenção. Os livros são independentes uns dos outros, mas ao acompanhar as personagens ao longo do tempo faz-nos perceber pormenores bem interessantes. 

Quem quiser saber mais sobre este livro em concreto, pode fazê-lo aqui

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

La vie en couleurs



Quando conversamos com  um homem, conseguimos logo perceber se está ligado ao mundo da moda pela forma como apelida as cores.

Para um homem "normal", o espectro de cores não vai além das cores primárias e as 50 variedades de verdes serão sempre verdes. É simples. Só um homem ligado ao mundo da moda ou um homem gay é que sabe o que é grená, malva, verde cypress, cobalto, hemlok, cinza paloma, etc. Cores que nunca ouvi falar! (o meu colega consegue fazer-me sentir uma "plebeia")


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Uma leitura leve para um mês atribulado


Os livros de Sveva Casati Modignani retratam sempre a história de famílias italianas, com destaque para o papel das mulheres na época retratada em cada livro e também na família da história; mesmo quando aparentemente as mulheres assumem um papel secundário na sociedade. São sempre mulheres fortes, que ultrapassam as suas fraquezas; são histórias que poderiam ser reais.

São livros leves, que nos envolvem e nos distraem. Gosto da escrita da Sveva. Tem livros melhores do que outros, sendo que o Desesperadamente Guilia e Baunilha e Chocolate continuam a ser os meus preferidos. Mas tem outros muito bons. A Família Sogliano é uma família ligada há séculos ao coral. O pai de família sofre um acidente mortal, que leva a família, e sobretudo a esposa Orsola, a um luto sem iguais, até porque no dia da morte do marido descobre um segredo que Edoardo nunca lhe revelou...

É uma leitura adequada para quem gosta de levar um livro para a praia (nota-se muito que estou a ressacar pelo Verão?).

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cuidados de beleza


Há dias em que fico a trabalhar a partir de casa. Nesses dias mantenho exactamente a mesma rotina em termos de roupa e maquilhagem. Apenas fico com os meus chinelos. Há quem me chame maluquinha por isso.

Mas afinal tratamos de nós por nós próprias, ou apenas pelos outros? Quando escolho um conjunto de roupa, estico o cabelo e me maquilho é porque gosto de olhar para o espelho e ver uma imagem decente. Gosto de me sentir bem comigo mesmo. Eu sou a mesma em casa ou no trabalho.

E depois, pensando mais além. Quem anda por casa, tem de levar connosco despenteadas, de pijama, sem duche tomado? Não. Estamos na intimidade do lar, é verdade; dias não são dias, também é verdade. Mas acima de tudo um casal tem que, ao longo dos anos, conseguir manter um nível de atração um pelo outro e não é fácil se estivermos desmazeladas. Eu odeio quando o L. usa fato de treino em casa!

Em tempos, numa entrevista, uma mulher que usa burka integral dizia algo que me marcou: as ocidentais saem de casa todas produzidas para o trabalho, mas chegam a casa e a primeira coisa que fazem é tirar a roupa, vestir algo largo e sem forma, e os seus maridos apenas são brindados com esta figura, tendo em conta que mal as vêem durante o dia. Pelo menos quem veste burka, costuma ter sempre um cuidado extremo com o corpo, com a lingerie, etc., para elas próprias e para os seus maridos... Dá que pensar...