Córdoba

A cidade de Córdoba situa-se a cerca de 120 km de Sevilha.  A estrada é boa e gratuita. Apaixonei-me por esta cidade mágica. O património está tão bem preservado: por exemplo, o parque de estacionamento em altura em que deixámos o carro estava "camuflado" dentro de muralhas. Tive muita pena de não usufruir dos Banhos mas não vínhamos com roupa adequada.

Começámos o dia com a visita ao Alcázer de los Reyes Romanos, que conjuga vários estilos de arquitectura, desde vestígios romanos, visigodos e mouros. Podemos subir às torres, mas a magia do lugar prende-se com os jardins. São magníficos e muito bem tratados. Têm imensos recantos, cada jardim com o seu estilo, muitas fontes e lagos. O espaço é esplândido. E os jardins ainda são todos regados com os sistemas de rega mouros.

A seguir fomos à Catedral Mesquita de Córdoba. Fiquei fascinada pelo lugar. Tive que me sentar e ficar a absorver toda  a magia daquele lugar. Há poucos sítios que têm o poder de nos fazer sentir assim, de nos envolver, de nos preencher. Há um sentimento de paz e de misticismo que não se consegue traduzir por palavras. Esta igreja foi inicialmente católica, depois moura (considerada a mais importante em determinada altura) e depois voltou a ser católica. Mas o mais impressionante (e raro, infelizmente) é que não houve uma destruição maciça dos traços da outra religião. Conseguiram construir em volta das marcas uns dos outros de forma sublime. Adorei mesmo e era porque já tinha o pequeno a berrar com fome, senão teria ficado lá bem mais tempo.

As ruas de Córdoba são muito giras e vale a pena deambular com calma pela cidade. A Famosa "Rua das Flores" é gira, mas é apenas uma rua com flores, nada de impressionante. O nosso passeio pela cidade levou-nos ao Templo Romano, mas é apenas o que está na foto.

Enquanto passeávamos e íamos vendo lojas de recordações, encontrámos o Museu da Inquisição. Ouvimos falar muitas vezes das mortes nas fogueiras, mas nunca ouvi falar de tantos instrumentos de tortura. O ambiente que se vive no Museu é extremamente pesado. O Museu é pequeno, escuro, e tem seis salas, com máquinas de tortura verdadeiras (só de pensar nas pessoas que perderam ali a vida, arrepio-me) e réplicas. Junto a cada máquina está uma descrição muito pormenorizada da tortura infligida (algumas não consegui ler na integral porque fiquei realmente enjoada) e imagens. Francamente recomendo a visita. Marca-nos mas acho que todos precisamos de ser confrontados com a realidade, até para aprender a não julgar tanto. Sim, falámos tanto da violência do Estado islâmico mas isto é mesmo repugnante,

Acabámos o dia a visitar a zona da Ponte Romana. Encontramos um parque infantil com uma retro-escavadora e os dois homens ficaram rendidos! Mas a cidade ainda tem muitos pontos de interesse para quem puder ficar mais tempo na cidade.