sábado, 23 de novembro de 2013

Quero todo a gente a cantar!


Quero toda a gente a sorrir para o pc porque a Dina faz hoje 30 anos! 30 carago! 30!

A menina dos totós com fitas de cetim cresceu e hoje celebra os seus 30 anos!

Este fim-de-semana as celebrações são privadas. Neste momento, espero estar a ser tratada como uma princesa, numa vida de luxo. Sim, eu mereço. E pode ser um bom agoiro para os próximos trinta anos. Fomos passar os 3 um fim-de-semana fora, com muitos mimos à mistura. Celebro com os meus dois homens que foram das melhores coisas que me aconteceram nos 29 anos que passaram. Ainda tenho uma veia cigana (não é bem cigana mas é brasileira, e para o que tem a ver com alma festiva, vai dar ao mesmo) e a festa oficial é para a semana.

Quero tudo a mandar-me bjinhos!!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O que mudou


As pessoas ficam marcadas a ferro com o cancro e independentemente do desfecho, mudam para sempre. Mudanças pequenas quase imperceptíveis mas bem presentes. Eu mudei muito com a doença do meu pai. E sei que isso afastou algumas pessoas, que por vezes deveria voltar ao que era, mas não consigo.

Sinto-me mais intolerante, mais insensível. Não me compadeço facilmente com o mal dos outros. Chateiam-me pessoas que se queixam por dorzinhas. Não consigo animá-las. Não consigo fazer conversa de preocupada.

Mas também sou assim comigo própria. Não consigo lamentar-me como o fazia antes. Mesmo agora com o mioma enorme, as pessoas por vezes começam com ladainhas porque posso ficar sem sistema reprodutor, blablabla a desgraça. Mas não posso queixar-me, não consigo lamentar-me. Tenho um tumor, sim. Mas é benigno! E tenho que sorrir porque se fosse maligno isso sim é que era uma desgraça.

E deixei de conseguir chorar. E tenho saudades de chorar copiosamente (pronto agora é que me chamam maluca). Chorar sempre serviu como um escape. A tensão acumulava e chegava a um ponto em que libertava tudo através das lágrimas e pronto ficava bem e seguia em frente. Era um processo natural. Agora não. Desde o período mais negro do luto pelo meu pai só chorei uma vez. Quando fui para o hospital ter com o meu filho que estava em observações. Sinto falta de chorar. Mas existe um bloqueio em mim que me impede de o fazer.


Há quem diga que sou mais fria. Mas não consigo mudar esta maneira nova de ser. Preocupo-me realmente com as pessoas mas quando os problemas das pessoas me tocam mesmo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Livro de Família


Estava eu a ler o recado da creche do Simão que nos desafia a preparar um livro de família, quando parei e pensei o quão a nossa família é desestruturara. Não o foi sempre, mas basicamente o Simão tem um conceito de família muito limitada.

A minha mãe visita-nos uma a duas vezes ao ano. Os meus sogros ainda menos. São avós distantes. O Simão não tem tios nem primos do lado do pai. Do meu lado, tem duas tias. Em 17 meses, viu a mais velha uma vez e a outra não a conhece, nem nunca ouviu a sua voz. Dos 6 primos, só conhece uma.

Olho para aquele papel a propor-me fazer um Livro da Família e fico perplexa. Porque não vou colocar lá fotografias de pessoas que ele nem reconhece a cara, só porque são tias, primos e afins.

Se fico triste? Muito. Quando era criança, reuníamo-nos todos os fins-de-semana em casa dos meus pais, para almoços de família. Era uma felicidade tanta gente à volta da mesa, a brincar, conversar.


No Livro de família do Simão vão constar poucas pessoas. Os avós, os pais e os tios amigos, que estes sim fazem parte da sua vida.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O fim de um capítulo...


Estou a poucos dias de fazer trinta anos. Sinto um pequeno aperto por deixar para trás dos vintes. Sim, aquele três ali marca o fim da infância. Há uns anos atrás via às pessoas com trinta anos como os crescidos. E eu vou passar para o lado dos crescidos. Apesar de continuar com a minha alma de criança.


Mas também dizem que esta é a idade de ouro de uma mulher. Mesmo assim vamos lá aproveitar os últimos dias dos vintes ao máximo, que o que vai não volta.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A vida é feito de ciclos


As últimas semanas foram bastante complicadas e fui-me bastante abaixo. Cheguei bastante ao fundo e ponderei até procurar ajuda médica.


E depois o trabalho levou-me a acompanhar entrevistas com doentes de cancro da mama. Foi uma bofetada violenta. Primeiro porque me fez lembrar de muita coisa. Depois porque aquelas mulheres passaram por tanto e sabiam que a morte estava próxima. Que não veriam os seus filhos crescer. Que o “amanhã” pode não existir. E toda aquela força, aqueles sorrisos, abalaram-me mesmo. Levantei a cabeça. Fui à luta e lembrei-me que temos que ser felizes sempre, em todas as circunstâncias. Pode parecer difícil, mas é possível. Porque há situações que podem abalar toda a nossa vida, porque amanhã podemos não estar cá. Por isso, devemos sempre encarar a vida com um sorriso.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Do amor


O meu filho começou a chamar-me “mamã”. Não poderia imaginar que uma palavra poderia encerrar tanto poder, força e felicidade. Como um simples chamamento pode fazer de nós a pessoa mais feliz à face da terra.