terça-feira, 31 de julho de 2012

A riqueza não traz bom senso

A minha irmã voltou a chatear-se com os sogros. Ela tem uma longa história de desentendimentos com eles, nomeadamente ameaças de tribunal, etc. Mas a minha irmã sempre considerou que não deveria privar os filhos dos avós e por isso continua a deixá-los ir passar uns dias de férias com eles. E bem, desta vez, a minha irmã e cunhado levaram uma descompostura por causa da falta de educação dos netos. Coisas inadmissíveis.

Os sogros dela são pessoas de muito dinheiro mesmo. Daqueles velhotes todos janotas sempre bem vestidos. Ele, militar de alta patente na reforma. Pessoas formadas. E então não admitem faltas de educação aos netos... que são... mudarem de roupa interior e meias todos os dias (porra que a água e detergente estão caros) e comerem bem (pois crianças em crescimento não deveriam comer tanto, numa casa onde cada pessoa tem a partida as batatas contadas por exemplo).

Eu ri-me tanto, apesar da mágoa dela. É por estas e por outras que desconfio da riqueza alheia. Cresci numa família com menos recursos e em que nos deram tudo. Em que fomos felizes na simplicidade das coisas ao nosso alcance. Em que nunca faltou comida e higiene.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mais uma sugestão...

Mais uma sugestão blogosférica, A vida num sopro de José Rodrigues dos Santos não desilude. É um bom livro, interessante que conta uma história de amor entre dois jovens em plenos anos 30. O livro conta-nos através deste casal um pouco da história do Estado Novo, da PVDE e da Guerra Civil de Espanha. Se calhar peca um pouco pelo tamanho (mais de 600 páginas), mas para quem gsota de ficção com História à mistura, é uma boa aposta. Nota: 4/5


 
Eu gostei desta descrição dos portugueses que é tão actual...
"este povo afável, esperto, hospitaleiro, trabalhador, com um grande espírito de sacrifício. Estou a falar de tudo aquilo que nos está na massa do sangue. O problema é que sofremos de excesso de sentimentalismo e temos horror absoluto à disciplina. Há demasiado individualismo e défice de tenacidade nas nossas gentes. Daí que precisemos de ordem, de respeito e de bons usos e costumes."
Sem querer entrar em questões políticas, acredito que o nosso povo é pouco reivindicativo e muito pouco unido entre classes profissionais. Não somos um povo de garra colectiva. Basta olhar pelos nossos vizinhos espanhóis para ver a diferença...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pessoas parvas

Há algumas pessoas que não têm noção do que dizem e principalmente da forma como o dizem. Chegam-se ao pé de mim (a cada vez que me vêem e mais que uma vez na mesma conversa) e dizem «Ele é mesmo a cara do pai, não tem nada teu». E dizem isso como se fosse a pior coisa do mundo, e como se tal não fosse normal. Como se devesse chorar e lamentar o facto para o resto da vida. Ainda bem que não podem pôr em causa a minha maternidade. Mas juro que da próxima vez eu respondo «Jura? Sempre é melhor do que se parecer ao carteiro ou ao padeiro». As pessoas não têm noção. Não me chateia nada que seja parecido com ele afinal eu acho o meu homem lindo e foi com ele que decidi ter um filho. E se tem a cara do pai (apesar de não conseguir ver a quem ele é mesmo parecido) sei que ele tem o meu feitio. Tal e qual: as mesmas expressões faciais, a mesma maneira de dormir, etc. E é bom: é uma mistura de nós, tal como deveria ser...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fenómeno feminino

As mulheres sofrem de um mal comum. Por um lado adoram ter o lar impecável: tudo arrumado no seu devido lugar, uma decoração irrepreensível, uma limpeza perfeita. Se o macho lá de casa deixar meias espalhadas no chão, se não colocar os objectos no seu devido lugar, etc., isso pode fazer deflagrar uma tempestade.

Mas mal entram no carro o cenário muda de figura. O automóvel de uma mulher deve servir de escape à tensão das tarefas domésticas. Sim, porque os carros de mulheres são, na sua maioria, bastante sujos. As mulheres passam meses sem lavar o carro, têm os cinzeiros repletos de papéis e pastilhas elásticas, têm objectos impensáveis espalhados pelo chão do carro. E não gostam que os companheiros façam comentários ao estado lastimável do carro. É engraçado como nos homens acontece exactamente o contrário: desleixam a casa mas depois os carros estão sempre impecáveis, tratando-os como se fossem a jóia da coroa...

Sim, o meu carro está nojento, pelo que tenho que convencer o marido a ir lavá-lo... Porque francamente não me lembro da última vez que tratasse de tão vil tarefa...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Óptimo para levar até à praia...

... para quem tem a sorte de poder ir até lá. Pois para mim este ano já não deverei lá pôr os pés, a não ser para passeios à beira-mar bem no final do dia.

Gosto bastante desta autora, apesar de alguns livros mais recentes me terem desiludido um pouco. Este é o primeiro livro dela cujo protagonista é um homem. Ficamos a conhecer a vida de Gregorio com os seus sucessos, fracassos, medos e paixões. É uma leitura leve e envolvente bem ao estilo de Sveva Casati Modignani. Aconselho. Nota: 4/5

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O que somos também o somos pelos outros

Dizem que uma pessoa muda com a maternidade. Ainda não sei se é verdade. A única diferença que senti até agora é que prezamos ainda mais a nossa própria vida e saúde. Porque temos um ser frágil que depende de nós e que precisa de nós para crescer e viver. E porque queremos viver tempo suficiente para os ver tornarem-se adultos.
Desde o parto que uma infecção de apoderou de mim. Primeiro do líquido amiótico (que levou à cesariana antecipada) e finalmente uma infecção urinária persistente. Mas até se descobrir, tememos outros diagnósticos mais gravdes. E apenas das dores horríveis, só temia por ele. Porque a nossa vida passa a ser ainda mais importante. Pode parecer estranho, mas acredito que já mais mulheres sentiram isso. E apesar de sempre ter cuidado bem de mim, acredito que passe a ter ainda mais cuidado comigo.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Donas de casa desesperadas

Tenho passado estes últimos dias em casa. De manhã tento descansar ao máximo depois da loucura das noites, à tarde está muito calor para o pequeno sair e então só dou uma volta no final da tarde. E aprendi depois de tantos meses enclausurada (gravidez quase toda de baixa) que há gestos simples para manter a nossa sanidade mental.

Isso aplica-se a muita gente: desempregadas, donas de casa, pessoas de baixa, etc. Há quem possa considerar fútil mas para mim é muito importante. Para me sentir bem comigo tenho que "vestir-me". Não posso passar o dia todo de pijama ou fato de treino. Caí na tentação depois do parto (também porque andar de camisa de dormir era muito mais fácil por causa dos pontos), mas já estava a ficar louca. Sentia-me feia, péssima, desleixada e já estava a dar em louca sempre que me olhava ao espelho.

Por isso aconselho toda a gente que passa muito tempo em casa a tomar banho (sim porque conheço quem por estar em casa não toma banho diariamente e ande com os cabelos cheios de óleo) e vestir uma roupinha confortável mas bonita e feminina. Não, não uso grandes outfits (também pelo facto de não caber na maioria da roupa), mas uso uns vestidos confortáveis, uns calções giros e a moral sobe logo uns pontos. Porque temos que nos sentir bem connosco para nos dedicarmos aos outros.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Prioridades

O marido costuma-me dizer que a principal diferença entre homens e mulheres reside no nosso elevado poder de observação. Segundo ele, nós mulheres conseguimos avaliar os outros de alto a baixo de uma forma cruel por vezes...

E claro que há coisas que saltam à vista e que me fazem sorrir. Gosto de ver as prioridades das pessoas no que toca à beleza/ moda. Agora que faz calor, o nosso olhar é atraído pelos pés alheios. E há aqueles casos insólitos de mulheres com a unha super bem pintada com a cor da moda, a belíssima sandália e depois... os pés terem códeas negras nojentas todas secas. Estas pessoas perdem logo toda a credibilidade. É como usar o melhor perfume mas não usar gel de banho...

E há muita gente assim que dá preferência à aparência e que descure Grandes pormenores. Mulheres que coleccionam batons Chanel e YSL, para depois têm os dentes a precisar de uma limpeza urgente! Mulheres com grandes maquilhagens mas com a pele a exigir um simples creme. E o mais giro é quando estas mulheres se auto-intitulam grandes amantes da moda. Devem só ter perdido a lição dos básicos e da higiene...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sem palavras


Esta manhã enquanto dava de mamar ao S., estava a ver o Você na TV em que falavam de pais que delegam as suas obrigações às educadoras de infância. Ouviram-se testemunhos inacreditáveis como pais que dão ao pequeno-almoço à uma criança de quatro anos gomas e coca-cola para compensar o pouco tempo que passa com ela, pais que não dão banhos diários, que não mudam de roupa à criança de um dia para o outro, pais que quando avisados que o filho tem febre desligam o telemóvel durante todo o dia para não serem oportunados, etc.

Dizem que hoje muitos pais decidem ter filhos porque é isso que a sociedade espera deles e porque é "giro", mas já não existe o espírito de entrega e sacrifício para com os filhos. Porque estas carências não acontecem em famílias pobres mas sim em famílias de escalões altos e que se vestem muito bem, etc.

E levantou-se uma questão que me fez pensar. Quando uma mulher afirma que não quer ter filhos, é mal vista socialmente e chamam-na de egoísta. Mas quem será mais egoísta? Uma mulher que assume que não tem capacidade emocional para ter um filho ou alguém que dá vida a um ser mas que sabe à partida que não é capaz de colocar o bem-estar do filho a frente do seu?



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Paixão descontinuada...


Começei a ler O último cabalista de Lisboa de Richard Zimler mas desisiti cedo. Não se pode dizer que fosse mau, mas não gostei da maneira como o autor narra a história. Demasiadas metáforas e visões religiosas. Se fosse se calhar noutra altura até teria levar a leitura ao fim, mas não me convenceu e não me apeteceu perder tempo com este livro.


Peguei a seguir numa sugestão blogosférica: Morte no Bosque de Harlan Coben. Já li alguns livros deste autor e nunca me desiludiu. Para quem gosta de thrillers e suspense até a última página este é o autor ideal. Neste livro quatro jovens desaparecem misteriosamente no bosque de um acampamento. Dois deles são encontrados mortos mas os outros dois nunca foram encontrados. Passados vinte anos, o passado está de regresso. Nota: 5/5

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Uma questão de perspectiva

O pimpolho cala-se automaticamente quando, no meu colo, começo a cantar (e quando mais pimba for a música mais rápido se cala). Enquanto eu fico contente pelas minhas capacidades apaziguadoras o homem cá de casa diz-me confiante: «coitado, é inteligente. Mais rápido se cala ele, e mais rápido tu páras de cantar e o suplício acaba...» E eu que já estava a pensar tornar-me a nova Ruth Marlene...

* Eu não queria que isto se tornasse um baby blog, mas a minha vida agora resume-se a isto, por isso...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um mês


E hoje às 14h59 celebramos a Grande mudança da nossa vida. Tudo mudou. Muito choro, noites acordadas, preocupações, mas sobretudo muitos sorrisos e muito mimo. E a maior descoberta da minha vida: este amor tão grande que nasce naquele olhar e nos completa até ao infinito. É indescritível este sentimento que cresce de dia para dia. Em que todas as complicações não são nada perante o seu bem-estar. Porque ele é a parte mais importante de nós. Não posso dizer que não seria feliz ou que só me concretizei como mulher com a maternidade, mas sou uma mulher diferente e melhor. E claramente mais feliz. E para festejar nada melhor do que a melhor tarte de maçã, porque afinal eu mereço (e depois ainda me queixo dos quilos a mais!)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Um amor perturbado

Sou apologistas que há "pecados" que têm que ser confessados. É em parte por muitas mulheres não admitirem a verdade que outras se sentem as piores do mundo porque se sentem diferentes, anormais. Claro que nem todas passam pelo mesmo mas sei que não sou a única.

Os primeiros dias da maternidade foram muito difíceis. Apesar de muita gente avisar, nunca imaginamos o que vivemos no corpo e na mente. Além de ter tido um pós-parto complicado nos primeiros dias, é um misto de emoções que me deixaram de rasto. Só chorava pelos cantos a sentir-me a pior mãe do mundo. Nem consigo explicar o que me passava pela cabeça. A criança só chorava, não dormia, não se queria na cama, etc., e a exaustão das mamadas de 2 em 2 horas. E a amamentação que sempre correu mal, entre dores, mamilos super gretados, más pegas, enfim... Uma pessoa vai-se abaixo sem perceber porquê. E sentimos-nos ainda pior porque esta deveria ser a fase mais feliz da nossa vida.

Ainda hoje é um bebé difícil, mas estou mais serena e mais feliz. Sei gerir melhor esta fase. O marido foi sempre uma grande ajuda. O S. continua a não gostar de estar sozinho, de odiar dormir na cama dele, de abrir as goelas de forma invulgar, de detestar estar sem roupa e de dificultar o processo de amamentação, mas estou mais segura e forte para tratar dele.

E sim, estou cada vez mais apaixonada por ele!