sexta-feira, 30 de março de 2012

Desabafo que não deve interessar a ninguém. E é uma pena.


Agora que a polémica das manisfestações da última greve geral já assentou, acho que posso falar. Tenho a dizer que não sou uma grande defensora da força policial: sei ver os seus defeitos e sou a primeira a apontá-los, sendo este um dos principais motivos de discórdia lá em casa.

Muitos criticam o papel da polícia: ora são uns chulos e caçam multas, ora estacionam mal os seus carros, etc. Mas há uma verdade que muita gente se esquece: que só multando e reprimindo os que fogem à lei, é que os outros cidadãos conseguem viver em segurança. E é pela segurança que estes homens trabalham. É para que nenhum bêbado cause um acidente ao volante e lhe mate o seu filho, se estacionam mal o carro é porque saem em urgência porque uma mulher está naquele momento a sofrer violência doméstica, etc. Os exemplos poderiam ser muitos.

E depois eu sou formada em Comunicação e decidi não seguir jornalismo por uma questão ética. Porque as notícias são feitas para vender. Porque são descontextualizadas para vender. E sem contextualização o povo só vê o que aquele editor quis. Há que tentar perceber o que vai além de algumas imagens e textos. Por exemplo, e é só um exemplo, aquela foto da jornalista da France Press. Alguém vos disse que o polícia exigiu a um manifestante que se afastasse. Este pegou numa cadeira e acertou no polícia com ela. O polícia pegou no cassetete e o manifestante pegou na jornalista e serviu-se dela como escudo... E aí está uma bela foto que correu mundo.

Não gosto de ouvir falar da repressão policial como se tivêssemos voltado ao tempo da PIDE. Eles estão ali para nos proteger e para vivermos em segurança. Para para isso há que por vezes lutar contra criminosos. Claro que por vezes também erram, não é isso que está em causa.

E não nos podemos esquecer que são homens. Homens destacados longe de casa, com um salário base de 700 euros, com ordens rígidas às quais têm que obedecer mesmo que não concordem, homens que têm que pagar a farda e o carro e material caso aconteça alguma coisa. Homens que não têm subsídios de risco. Homens que não ganham mais nos feriados e fins-de-semana, nem quando fazem horas extras para ir a tribunal durante as suas férias para o juiz soltar o bandido. Homens que dão a cara e a da família pelo ideal que é o da segurança. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Carta que podia ter sido escrita por mim...

 
Adorei este post da maior Ursa da blogosfera. Para quem ainda não leu, gostava de partilhar. D´aqui.
 
"Há uma coisa que aprendi com esta gravidez: que, afinal, se consegue amar em abstracto e à distância.
Um filho nasce em nós mesmo antes de nascer fisicamente. Nasce, aliás, antes de habitar no nosso útero, de ser concebido sequer. 
 
Um filho nasce em nós na primeira vez que nos projectamos como mães. Que imaginamos esse cenário a médio-prazo, lá longe, na idade adulta, mesmo que passados anos nunca nos cheguemos a sentir assim. Um filho nasce em nós quando escolhemos um parceiro, vivemos uma paixão, construímos um amor, fomentamos uma relação e quando a palavra "filho" passa a ser partilhada, como um código comum, um pronome possessivo na primeira pessoa do plural. 
 
Um filho nasce em nós quando lhe imaginamos um rosto, parecenças, quando lhe atribuímos um nome ou outro, quando o concebemos com identidade própria, bebé, miúdo, adolescente ou adulto e quando nos imaginamos a percorrer todas essas etapas, crescendo também em paralelo. 
 
Um filho nasce em nós muito antes da sensação mágica de ouvirmos bater um coração dentro de nós, para além do nosso, um coração híbrido, que não é nosso e é tão nosso, ao mesmo tempo. Um filho nasce em nós muito antes de lhe atribuirmos uma imagem real, de lhe vislumbrarmos o perfil, de- mesmo que sejamos rijas- nos escapar uma lágrima (pequenina, que eu cá não sou de mariquices!) quando o vemos ali num monitor à nossa frente e o sentimos cá dentro. 
 
Um filho nasce em nós assim, como te estou a contar e talvez por essa razão, pelo facto de nascer antes mesmo de existir, é possível amá-lo em abstracto e à distância, como já te amo a ti."

quarta-feira, 28 de março de 2012

Páginas mil

 

As Serviçais de Kathryn Stockett foi um dos melhores livros que li recentemente. Conta a história de três mulheres nos anos 60 no Mississipi aquando da segregação racial. É uma leitura leve mas envolvente que conta com episódios mais fortes. Muita gente já viu o filme por isso não vale a pena alongar-me. Nota 5/5


Há livros que não me chamam muita a atenção, mas a quem dou o benefício da dúvida por causa do autor. E ainda bem! O Vale dos Cinco Leões de Ken Follett é muito bom, como os outros dele. Mas este tem uma vertente mais humana. Conta a história de Jane que se vê envolvida no meio de espiões, de traições e de um triângulo amoroso. Aconselho vivamente! Nota: 5/5


O Voo Final de Ken Follett é simplesmente genial! Adorei o livro cheio de suspense e realmente muito bem escrito. Há muita gente que só conhece os romances históricos dele, mas ele é realmente muito bom a escrever livros sobre espiões. E este é um dos melhores. Passa-se na Dinamarca sob ocupação nazi quando a Inglaterra é já a única potência a fazer frente aos alemães. Mas os aviões que partem em missão de bombardeio são automaticamente abatidos. O que terão os nazis que lhes dão tamanha vantagem? O livro é baseado num caso real. Aconselho a leitura. Nota: 5/5 (mas é daqueles que rebenta a escala)

O Hipnotista de Kepler começa a um ritmo alucinante. É uma leitura totalmente viciante e cativante. Entramos na história e ficamos em suspense: todos os músculos e nervos do nosso corpo se retesam. Mas depois a meio perde o interesse, torna-se monótono. O outro livro destes autores, O Executor, é muito mais pequeno e por isso consegue manter o mesmo ritmo ao longo de toda a história, e por isso, considero-o melhor. Mas é um bom livro para quem gosta de policial/ thriller. Nota: 3.5/5

Do amor


Dizem que não há amor como o primeiro. E eu tenho que discordar, mesmo podendo haver alguns casos em que o primeiro amor se torna o amor de uma vida...

O primeiro amor é sempre especial, pois é único. Traz sensações novas que nunca se poderão repetir: apesar de cada nova relação trazer consigo aquele frio na barriga da novidade, do receio, da paixão inicial. Mas nunca ninguém se esquece do seu primeiro amor: toda a gente recorda com carinho aquele rapaz que nos arrebateu o coração, aquele primeiro beijo apaixonado,...

Mas ser o primeiro não o torna O grande amor. Este pode demorar a ser encontrado. Alguns descobrem-no no banco do liceu, mas outros só têm a sorte de o viver mais perto da velhice, por vezes depois de alguns casamentos falhados. E o que torna aquele amor O grande amor? Não sei. Há sentimentos que não se explicam, que dificilmente se colocam por palavras, mas quando uma pessoa o vive, sabe-o, sente-o em cada célula do seu ser. E o Grande amor não vem tanto das experiências que se partilham, mas da intensidade com que se vive cada momento.

E vocês, o que pensam: haverá amor como o primeiro?

terça-feira, 27 de março de 2012

Subconsciente masculino


Eu sou uma ingrata. As mulheres no geral são umas ingratas. Queixam-se constantemente que os homens não prestam atenção, não se envolvem, não se entusiasmam como elas. Isso acontece muitas vezes: quanto se planeia uma viagem, um casamento, a chegada de um fiilho...

Mas o meu homem preocupa-se muito... Sim, sim. Tenho tido noites difíceis graças a ele, entre roncos e mais roncos, ranger dos dentes, falar alto, rir-se alto, mexer-se (já chegou a fazer-me cócegas a dormir e esta noite até me beliscou o rabo duas vezes)... E isso irrita-me profundamente.

Mas esta noite acordei, sentei-me na cama e apreciei o cenário. O macho latino lá de casa estava naquele momento a treinar a respiração do parto. A dormir profundamente e a simular e a ensinar-me como devia respirar. O quanto me ri com ele. Não é um amor? Pensamos que eles não se preocupam, mas até a dormir revelam os seus receios e as suas preocupações para conosco...

*Estou a ser irónica, porque ele tem-se envolvido imenso. Aquele brilho no olhar quando fala do filho e dos planos que tem para ele deixam-me derretida (que agora se resumem a poder fazer castelos de areia com ele e poder comprar-lhe um tractor). Aqueles beijinhos na barriga, enfim...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Salganhada de início de semana...


Que início de semana mais complicado! Entre a mudança da hora, os mosquitos a atacar durante a noite (em Março, como é possível!!), o homem grande a roncar e o pequeno aos pontapés... Espera-se um dia longoooo. Ainda por cima sem café, é dose!

Mas nada como começar o dia com cor desde a ponta dos dedos (Andreia 82)... Queria comprar um verniz laranja daqueles nem muito escuros, nem muito flash: alguém tem assim uma óptima sugestão?

Para começar a semana em beleza, posso sugerir-vos o rímel False Lashes Concentrate da Kiko. Na lógica, é aplicado sobre um rímel de base, mas pode ser usado sozinho. Eu estou a usar só este e o resultado é muito bom! Aconselho a quem gosta de pestanas compridas e com volume. E por 3.90€ acho que vale mesmo a pena...

Aconselho ainda para quem sofre como eu com o seu cabelo fino, o shampoo da Pantene para cabelos finos: dá saúde e corpo ao cabelo, ao mesmo tempo que lhe dá volume. Também sofro de queda de cabelo e este shampoo também tem ajudado. Associado à espuma Pantene para dar volume, o resultado é muito bom e até bastante económico!

Uma semana em beleza para todas!

* As unhas não são minhas: sou demasiado preguiçosa para andar a tirar fotos deste género...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ser genuíno é ter leveza


"O nosso destino é sermos leveza ao invés de peso. Como os balões chineses. Insuflamos, expandimo-nos, subimos ao céu e depois desaparecemos para sempre. Não há dois balões iguais. Cada um só sobe uma vez, só faz uma viagem e sendo assim, cada balão é único. O nosso propósito sempre foi esse: sermos leveza, sermos únicos. Invadirmos gloriosamente os céus com a nossa chama."

Esta frase resume tão bem as coisas, de uma forma poética, mas tão acertada. Acho que nem vale a pena acrescentar mais nada. Só temos uma vida, que tem que ser aproveitada ao máximo. E somos ser únicos e isso é também um bem precioso, o que muita gente se esquece, numa altura em que toda a gente quer ser a fotocópia do vizinho: ter a mesma roupa, o mesmo carro, o mesmo estilo de vida, etc. Ser genuíno e viver à nossa maneira pode ser desgastante mas é tão benéfico e recompensador. É a única maneira de se ser feliz. Esquecer o que os outros possam pensar, por sermos diferentes. Porque a diferença é que nos dá beleza. 

Cada pessoa tem uma chama. Temos que aprender a lhe dar valor. A nós, pode parecer-nos menos viva, menos bonita que a dos outros. Mas é nossa. Por isso há que ganhar confiança e invardirmos o mundo com a nossa chama. E conquistar tudo a que temos direito...

* O Bom Inverno | João Tordo

terça-feira, 20 de março de 2012

Viagem sem destino


Aprendi a viver menos obcecada com o destino e a dar mais valor com a viagem que tenho que percorrer até lá. Preocupamo-nos demasiado com o fim final e inconscientemente deixamos de aproveitar grandes momentos que poderiam dar-nos tanto prazer ou mais do que o destino final.

Queremos atingir a felicidade máxima (que cada um idealiza à sua maneira) para depois não aproveitar os pequenos momentos fantásticos que a vida nos proporciona. Vivemos frustrados a pensar naquele emprego de sonho e deixamos de aprender e de estar abertos a novas oportunidades que poderiam fazer-nos crescer tanto e ajudar a alcançar os nossos sonhos. Vivemos obcecados em casar e em conseguir engravidar que depois deixamos de aproveitar naturalmente momentos de prazer a dois...

Claro que temos que lutar para alcançar os nossos sonhos, mas não nos podemos fechar à vida, o que muitas vezes acontece. Temos que estar atentos e abertos ao que nos rodeia, porque, por vezes, nem sempre o que idealizamos é o melhor para nós nem o que nos faz mais feliz, só que nós não o sabemos. A vida é curta e infelizmente nem sempre alcançamos as nossas metas (aquela casa de campo com piscina, aquele emprego de topo, etc.), por isso há que aprender a ser feliz com o que se tem diariamente. Esta atitude não é pessimismo ou conformismo. É saber viver e aproveitar o momento.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Há dias assim


Há dias em que me concentro em não pensar, em ficar em piloto automático, concentrando-me no trabalho e nos afazeres diários. Há dias complicados, e por mais que me digam que não devia chorar nem ficar triste, eu faço ouvidos moucos. Quando é que percebem que chorar não é sinal de fraqueza mas que pode aliviar a alma como mais nada? Que há dias, momentos, em que uma pessoa sobrevive porque deixa escapar esta tristeza que nos invade através das lágrimas? Sim, eu sei que ele me quereria feliz, mas também sei que ele quereria estar aqui, porque foi uma das pessoas que conheci que mais amava a vida. E este neto que está aqui dentro de mim torna as saudades ainda maior...

Mas também é por este ser que sei que tenho de levantar-me. E hoje, existe outro Pai lá em casa. Porque apesar do S. ainda não ter nascido, ele tem sido um pai verdadeiro que faz sacrifícios para nós, para que tudo corra bem. Porque o amor já está patente no seu olhar e nos planos que já tem para fazermos a três. Por isso hoje haverá uma surpresinha lá em casa, para marcar pela primeira vez o Dia.Sei que se fosse o Dia da Mãe ele nem se lembraria disso, mas não faz mal, ele merece e de qualquer forma amar é sentir tanto prazer, ou mais, em dar ou que em receber...

quinta-feira, 15 de março de 2012

O poder da etiqueta


Existe meio mundo que vive obcecado pelas marcas. A griffe é uma maneira de se afirmar perante o mundo. Nunca pensei é que o mundo dos bebés e das futuras mamãs fosse assombrado de forma tão acentuada pelas marcas.

Adoro a cara de enjoada de algumas (tenho algumas grávidas e mães recentes no grupo), quando me perguntam de onde é a primeira roupinha do bebé? E eu respondo um pijama do C&A. Quando percebem que o S. não vai ter roupas de marcas para os primeiros dias é como se eu estivesse a dizer que odeio o meu filho. A sério. E dá-me tanta vontade de rir.
 
Eu sou bastante desapegada destas coisas das marcas, e sempre preferi apostar na qualidade independentemente da assinatura. E francamente não acho que se justifiquem gastar imenso dinheiro em roupa para as primeiras semanas. Ainda por cima estes comentários vêem de pessoas com ainda menos meios económicos do que eu. 

Cada um faz as suas escolhas e define as suas prioridades. O cúmulo é que depois pergunta-se a este espécimen se fez tal exame ou a despitagem do Síndrome de Down e me responde «estás maluca? não tenho 120€ para gastar num exames». Muito bom, quanto se tem 60€ para gastar num pijama que vai servir uma semana... Há outras que depois não têm dinheiro para certas vacinas fora do Plano Nacional de Vacinação, mas que gastam exactamente o mesmo valor em acessórios para os miúdos.

O problema de muita gente é a aparência. E há coisas, tão importantes como a saúde, que os outros na rua não vêem, por isso são descartáveis. Vive-se pelos outros, pelo o que dirão. Agora aquelas etiquetazinhas são muito importantes porque todos os amigos e familiares podem verificar o (falso) estatuto dos pais. É incrível como ainda há gente que decide viver a sua vida desta maneira... O que mais me choca é que cada um decide como vive a sua vida: agora retirar coisas essenciais ao bebé para o poder vestir com marcas...

Há muita gente que deveria aprender a viver com aquilo que tem e é de verdade...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma vida de amor


Hoje celebramos 13 anos juntos. Parece que ainda ontem éramos dois adolescentes que se apaixonaram nos bancos de liceu. E hoje olho para ele e sinto que nos conhecemos desde sempre e que ainda tenho uma vida pela frente para vivermos juntos as vicissitudes da vida. Estes anos foram marcados por muitos momentos felizes, muita paixão, mas também momentos duros, problemas, lutas, mas que foram sempre ultrapassados. Porque sei que um amor muito forte nos une. Sinto que ele faz parte integrante de mim. 

E este ano, vamos viver a Grande concretização do nosso Amor, com a chegada do nosso filho. Nem todos os dias são dias fáceis e apaixonados, mas não trocaria aquele homem por nada. Com o tempo aprendi a amá-lo para além dos seus defeitos. Vivemos cada vez mais pacificamente. Tenho pena que hoje nem o irei ver, mas o amor celebra-se para além de datas marcadas!

Será possível?


... amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Acho que todas já passamos por esta dúvida. Mas hoje, não acredito que se possa amar duas pessoas ao mesmo tempo. Porque o amor leva tempo a construir-se, a fortalecer-se. O amor nasce e amadurece com a vivência de experiências comuns. Podemos sim, sentir paixão por duas pessoas. Ou amor por uma e paixão por outra. Porque quando a rotina corrói uma relação de amor estável, por vezes, sentimo-nos atraída por outro homem que representa aquilo que já não sentimos naquela relação estável, aquilo que aquele homem já não nos proporciona, representa menos dificuldades, mais espontaneidade, mais borboletas no estômago. Sentimos saudades do jogo inicial de sedução.

Agora o amor é outra coisa. E não acredito que se ame dois homens. As mulheres confundem facilmente as coisas. Ou então preferem deixarem-se guiar pelo inconsciente e não pensar no que fazem ou sentem. Por vezes, condenando uma relação que tem tudo para dar certo. Não critico certas paixonetas platónicas, aquelas atracções do momento que nunca passam de um olhar. Acho que toda a gente continua a ter olhos e a poder apreciar o que é belo. Porque nem sempre "amar" significa estar envolvido num relacionamento amoroso. Nem por isso somos forçados a sucumbir quando nos sentimos atraídos. 

O problema põe-se quando uma pessoa já não consegue encontrar tudo o que precisa numa única pessoa. Mas quando aquele homem já não nos completa inteiramente e sentimos a necessidade de nos envolver com outro, para mim, isso quer dizer que já não o amamos, por isso esta questão já não se põe... O amor é um sentimento único.

E vocês, acham que se pode amar duas pessoas ao mesmo tempo?

segunda-feira, 12 de março de 2012


O que mais gosto no fim-de-semana é poder desfrutar do meu pequeno-almoço com calma (não digo dormir até tarde, porque desde há uns meses acordo sempre cedo). Poder apreciar o meu café com leite com as minhas belas torradas, sem estar a olhar constantemente para o relógio com medo de perder o autocarro. Abrir as janelas e observar com calma o rio Tejo a seguir o seu curso, sem pressas. Deixar o sol entrar e aproveitar aquela frescura matinal, com o seu cheiro característico. 

Poder voltar para a cama, aconchegar-me aos cobertores. Ver o homem a dormir enquanto me dedico à leitura. Poder tomar banho tranquilamente e caprichar um pouco mais. Cuidar de mim. Aproveitar o dia para apanhar sol, descontrair, conversar, ver séries. Agora já me lembro porque gosto tão pouco das segundas-feira...

E este fim-de-semana teve ainda um sabor mais especial: começamos a montar o quarto do pimpolho. Agora olhar para aquela divisão torna tudo mais real, mais especial...

Uma boa semana para todas!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Como envolver um homem em 5 segundos


Os homens são tão engraçados. Tentem sentar-se com eles e falar dos preparativos para a chegada do vosso rebento. Abordem temas variados como que biberão escolher, quantas fraldas são necessárias, quantos pijaminhas comprar, etc. Falem do que quiserem e a opinião do macho será sempre semelhante: «Eu não percebo nada disso». E apresentará uma cara sem emoção nem interesse nenhum. «Mas eu não sei, nunca tive filhos nem irmãos. O que decidires deve estar bem», repetirá ele constantemente, em modo de desculpa.

Agora falem-lhe da possibilidade de circuncisar o seu filho. Aí sim vão ser ânimo e interesse no seu rosto. E indignação! Qual quê: querer mexer no órgão mais sagrado do herdeiro! Este sim é um tema que o envolve e o interessa. E apresentará argumentos para salvaguardar aquele pedaço de filho, como se a sua vida dependesse disso!

Eu nem estava a ponderar seriamente o assunto, mas gostei de o ver envolvido a sério numa questão relacionado com o rebento (não é que não se interessa, porque vai sempre comigo e tenta sempre perceber as coisas e ajudar-me a tomar decisões), mas nada comparado  com este tema. Então de vez em quando lá abordo o assunto novamente e adoro ver aquela cara atrapalhada, em defesa do moiço. Os homens são sempre assim: defendem aquele pedaço de carne com unhas e dentes, como se mais nada importasse!

quinta-feira, 8 de março de 2012

As amarras do amor


"Podia pensar-se que o amor constitui a nossa derradeira e eterna libertação, mas estamos enganados, porque ele nunca se extingue, continua a fazer de nós escravos. É um erro comum, aliás, como é que se costuma dizer por aí? Que o amor liberta? Desengana-se: o amor não é senão peso. É a coisa que com mais força nos prende a este mundo." *

É verdade que somos escravos do amor, nas suas múltiplas facetas: do amor pelos nossos, do amor pelo trabalho, pelas coisas que nos fazem felizes. No amor há sempre duas faces: a que nos liberta mas também a que nos amarra. Porque liberdade significa também amarras. Sempre. E nem sempre as amarras são negativas. O amor pressupõe cedências, mas desde que mútuas e sensatas, elas são um prazer.

E a partir do momento em que o amor nasce, este nunca se extingue. Podemos afastar-nos das pessoas amadas e até romper relações. Mas acredito, se calhar ingenuamente, que este nunca se extingue. Porque uma pessoa que amamos, marca-nos para sempre. Quando entra na nossa vida, muda-nos, mexe com a nossa essência, faz-nos crescer. E mesmo que o fim da relação seja penoso, crescemos e essa pessoa irá, mesmo que de forma inconsciente, permancer em nós. 

O amor liberta sim e se pode ser um peso, por acarretar responsabilidade, não é penoso. É sim a coisa que com mais força nos prende ao mundo e à vida. É porque amamos que é bom viver a vida. É o amor que dá sentido à vida. E se tiver que ser escrava do amor, que seja! Há domínios bem piores do que este!

*O Bom Inverno | João Tordo

quarta-feira, 7 de março de 2012

Preconceitos femininos


Depois de ter sido confrontada com a teoria de que só se é mãe de filhos paridos e não adoptivos (o que continuo a não perceber), fui confrontada com uma nova teoria: para se ser mãe a sério, as mulheres têm que parir os seus filhos por parto natural (vaginal) e com mais dores possíveis. 

O pior é que estes preconceitos vêm das próprias mulheres. Não consigo perceber porque se hão-de discriminar mulheres só porque estas têm um medo/ fobia terrível ao parto e preferem optar por uma cesariana logo à partida. Sim, porque acredito que haja experiências traumatizantes para algumas e se podem escolher porque não?! Eu não o faria à partida mas há uma coisa chamada liberdade de escolha. E cada mulher é dona do seu próprio corpo. Cada uma é livre de ponderar os prós e contras das suas decisões.

E depois há os casos como os meus em que os médicos já ponderam cesariana por motivos de saúde da mãe e complicações na gravidez. Há algumas mulheres que já me disseram que se fossem eu não ligava e arriscava na mesma um parto normal, como se fosse capricho meu tentar proteger-me de complicações reais. Se o meu médico, profissional de saúde experiente, julgar que é melhor para mim, que seja!

E depois há ainda a teoria de que para parir é preciso ter dores. Estamos no século XXI e considero estes pensamentos tão retrógrados. Claro que admiro quem toma esta decisão e respeito (mulheres de coragem), mas ninguém tem que criticar quem prefere optar por epidural. Afinal a medicina teve os seus avanços por alguma razão! Eu não tenho vergonha de dizer que quero drogas!!!

Há demasiadas mulheres que julgam ser donas da verdade absoluta, quando cada uma é livre de se assumir como quer e de ser mãe da forma mais conveniente para ela...

terça-feira, 6 de março de 2012

Ai a minha vida


Cá estamos nós a entrar novamente na rotina do trabalho. Não é fácil depois de 4 meses em casa voltar ao local de trabalho, conhecer caras novas e voltar a pegar em projectos novos. Parece que voltei a sentir-me como me senti no meu primeiro dia de trabalho enquanto estagiária. Parece que nós é que somos "a novidade". Mas tudo se faz com muita calma e serenidade, pois a última coisa que quero é prejudicar este pimpolho que está dentro de mim. O pior é regressar à rotina dos transportes, ainda mais demorada, porque não posso conduzir...

Hoje o dia começou de forma insólita. Tive que ir fazer análises clínicas num novo sítio e saiu-me cá um melro! Ok que as pessoas têm que ganhar experiência mas na área da saúde, essa experiência é ganha à custa dos pacientes e isso é chato. Primeiro tive que ser eu a explicar-lhe quais as análises que ia fazer porque senão saía de lá com metade por fazer. Depois tive que ser eu própria a fazer os exsudados vaginais... acho que ele não se sentia à vontade... Depois não encontrava às veias e sai de lá toda martirizada. Não sei, se calhar as pessoas em certas áreas profissionais deviam estagiar mais pelo menos para ganhar algum calo. As pessoas não nascem ensinadas, mas não se admite um profissional de saúde ter vergonha de fazer certos exames...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pecado ou preconceito?


Há quem confunda orgulho com auto-estima. Nem sempre ter orgulho é um sentimento negativo e está relacionado com arrogância. Claro que a linha de separação pode ser ténue, mas ela existe. E digo: as pessoas deviam ter mais orgulho em si: saber-se dar valor e assumi-lo perante os outros. O problema é que é mal-visto as pessoas assumirem publicamente que se sentem bonitas, que se sentem bem com o seu corpo ou que são felizes com a sua vida. Há alguns exemplos de bloggers que são criticadas regularmente por isso. 

Temos que aprender a ser auto-críticos mas também a ver o que é bom em nós, a amarmo-nos mais. E não ter vergonha disso. E para tal, deixemos de chamar vaidosas de forma tão pejorativa a estas pessoas. Porque a vaidade, em dose certa, é óptima e necessária! A nossa sociedade não gosta de coitadinhos, mas também não gosto de pessoas que se assumem. Há pessoas que se assustem e se sentem ameaçadas tão facilmente pela força e segurança dos outros...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Desiludida

Quem mais amamos e nos faz mais feliz, também tem a estranha capacidade de nos magoar de uma forma tão fácil e tão mais cruel. Há palavras que parecem verdadeiros punhos de ferro. Há estalos e pontapés que deixam menos marcas do que certas palavras proferidas. E nada, nem ninguém as pode apagar. E quando estamos mais sensibilizadas, essas palavras conseguem destroçar-nos.

Sei que pode ter dito o que disse sem pensar. Só porque naquele momento estava nervoso e chateado. Mas quem ouviu aquilo fui eu. Já me custa sentir-me diminuída, inútil e dependente. Sinto-me vazia, abandonada e só. Vai passar claro que vai. Mas, por enquanto, só me apetece estar quietinha no meu canto a pensar no quanto as pessoas podem ser injustas...