quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Livros de Novembro


Apesar de ter gostado mais do seu outro livro O Labirinto Perdido, este romance Sepulcro de Kate Mosse é uma leitura interessante. Viajamos por duas histórias paralelas separadas por mais de um século: a de Léonie Vernier, em 1891, que deixa Paris com o seu irmão, procurando refúgio na isolada casa de campo de família, no Domaine de la Cade. Este lugar é marcado pela história de um sepulcro, de espíritos e de um baralho de tarot muito especial. O destino de Meredith Martin também se vai cruzar com o Domaine de la Cade em 2007 quando procura desvendar o seu passado. Nota: 4/5.

O Livro dos Homens sem Luz é o segundo livro de João Tordo que eu li. Francamente é uma obra-mestre. João Tordo é um mestre da escrita: nem encontro palavras. É daqueles autores que nos encantam e que nos envolvem com uma história de forma excepcional. João Tordo é sem dúvida um dos meus autores portugueses preferidos. Quem ainda não leu nada dele, que não pense duas vezes. Nota: 5/5


Digam lá se não se aplica a muita gente?


"O que te estou a tentar mostrar é isto: a tua vida dependeu apenas da tua vontade, e tu fugiste-lhe em todos os momentos. Preferiste a tua reclusão e escolheste o desespero em vez de recontruíres o mundo em teu redor. [...] Vives como um condenado, fechado num quarto de cortinas cerradas, aguardando o fatídico dia em que irás desaparecer, anónimo e ausente, da memória de outros. Para tr´á deixarás nada, ou menos do que nada. [...] Creio que é justo quando te digo que não passas de um fantasma."

Há tanta gente, tantos fantasmas,que tem medo de viver, que deixa a vida acontecer e depois que culpa o destino...

João Tordo | O Livro dos Homens sem Luz

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Feriados


Discute-se o fim de alguns feriados em Portugal como se essa fosse a salvação nacional. Custa-se imenso pensar no fim do feriado a 15 de Agosto, devido à romaria de Nossa Senhora de Assunção. Mas agora pensando nos outros:

O dia 1 de Janeiro celebra o quê? O início de um novo ano? e depois? Afinal é um dia de descanso depois dos excessos da noite anterior. Já que há cada vez menos dinheiro nos bolsos para festejar, porque não trabalhar dia 1? Pode ser que a maioria dos portugueses se deite mais cedo e não se dedicque a programas televisivos deprimentes.

Depois o Carnaval é um feriado não obrigatório, por isso espero que este ano simplesmente não se goze. Os funcionários públicos que façam as palhaçadas habituais nos locais do costume. [ironia] E será que continuar a festejar o 25 de Abril e o Dia do Trabalhador continua a fazer sentido? Depois da perda da soberania e dos nossos direitos? Não! Assim como o dia de Portugal! E depois nunca o nosso Ministério da Cultura lutou verdadeiramente pelo nome de Camões, pela sua importância na Cultura internacional. Os Lusíadas são a ÚNICA epopéia moderna do mundo e alguém sabe? Não, é melhor mudar a nossa escrita para abrasileirado.

Finalmente a Restauração da República e da Independência são dias um pouco irónicos, por isso, abolem-se já. Ficamos assim sem feriados civis e aumentamos finalmente a produtividade do país. Podemos instaurar uns novos como o exílio do Sócrates para França, A chegada da Troika a Portugal, etc. Mas agora toca a trabalhar!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Compras de natal


Custa-me ainda ver pessoas que fazem compras frenéticas de natal, mesmo quando não têm possibilidades económicas para tal. Porque há-que manter as aparências, oferecendo presentes a todos os conhecidos, para mostrar um status social que não é nosso. Às vezes pergunto-me se estas pessoas têm noção do futuro que se avizinha. E custa-me que a comunicação social continue a culpar os bancos quando estas pessoas são umas irresponsáveis (claro que há excepções!).

As pessoas deviam começar a fazer compras conscientes! De que vale comprar mil bugigangas que não servem de nada, a não ser gastar dinheiro? Fulana precisa de uma máquina de café, ok; fulano quer um par de calças, ok, etc., nem que seja necessário juntar-se para comprar o que se precisa.

E aqueles pais que se endividam nesta altura para comprar uma Playstation ao miúdo, quando já têm dificuldades de pagar a renda há diversos meses. Porque não querem que os miúdos tenham noção das dificuldades. Eu sempre tive noção das dificuldades, do dinheiro que estava em casa, do que os meus pais podiam ou não comprar, e isso fez de mim uma criança perturbada? Claro que não! Fez de mim uma adulta que sabe gerir o seu orçamento familiar!! E porque encher uma criança de presentes dia 25 de dezembro e nunca mais comprar mais nada durante o ano. Enfim...

Natal é paz, amor e família. E esses não tem juros altíssimos!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

23.11.1983


Há 28 anos nascia uma pequena menina numa Maternidade da região parisiense. No dia em que a sua própria mãe celebrava os seus 39 anos. Hoje é portanto um dia de festa, de celebração da Vida. Estes anos nem sempre têm sido fáceis, mas estou aqui, por isso, só por isso é motivo para festejar! Ela está cá e hoje vamos aproveitar para cumprir o nosso ritual: ver qual a primeira a dar os parabéns à outra. Quando era pequena, mal acordava, saltava da cama, para a poder abraçar e desejar-lhe um feliz aniversário. Bebam um copito por mim!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A obsessão das dietas


Sou apologista que toda a gente deveria optar por uma dieta alimentar saudável. Mas penso que há por aí demasiada gente obcecada pelo que ingere. Devemos ter cuidado, apostar em legumes/ fruta fresca, carnes brancas, limitar gorduras, beber água, mas não nos devemos privar de um bom petisco quando nos apetece. Será que faz assim tanto mal comer batatas fritas de vez em quando, um chocolate, uma sobremesa doce? Se cuidarmos de nós e não fizermos destes "mimos" algo diário, as pessoas não têm que se privar! E viver frustradas com isso!

Há um exemplo de duas amigas, ambas com filhos pequenos, bem exemplicativo. A primeira aposta numa alimentação saudável em casa, com sopas diárias, fruta, etc. Raramente comem fritos e doces. Mas quando leva a filha ao Mc Donalds, deixa a miúda comer o seu happy meal sossegada, porque é uma excepção, um mimo. Enquanto que a outra é capaz de fazer batatas fritas três vezes por semana, dar bolycaus ao pequeno-almoço, etc; mas quando vão ao Mac obriga o miúdo a comer as cenouras, sumo de laranja, etc., porque o Mac faz mal! Isto não dá vontade de rir?

Este exemplo é referente a crianças mas conheço muitas mulheres assim que diariamente, em casa, comem o que querem, mas depois em momentos sociais, junto de outras pessoas privem-se de certos alimentos porque não é saudável. Será que a situação mais certa não seria a contrária?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O meu romantismo mata-me...

Este fim-de-semana acordei e tinha um par de olhos fixos em mim. Mal comecei a ganhar consciência do que me rodeiava, a criatura esboçou um sorriso. Os raios de sol já penetravam através dos estores, dando uma tonalidade calorosa ao cenário. Estava ele sorridente a olhar para mim. Perguntei-lhe ainda meia inconsciente que horas eram e o que ele estava a fazer.

"A olhar para ti, simplesmente
E há quanto tempo estás aqui a olhar para mim?
Não sei. Há 10, 15 minutos
Tanto tempo, respondo-lhe amorosa, poderias antes ter feito já o pequeno-almoço que tinha sido mais útil!"

O meu romantismo atinge níveis impossíveis. O que vale é que a cumplicidade é tanto é que olhamos um para o outro, num silêncio absoluto, e de repente, desatamos a rir que nem perdidos. O amor é lindo!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

:(

Este Natal vai ter um sabor amargo e bastante deprimente. Não quero ficar muito triste mas não posso deixar de ficar. Não consigo controlar. Para mim Natal sempre foi poder jantar em família petiscos que todos adoram, conversando, rindo, mimando-nos. E há ausências que são insuperáveis.

Este ano vou ter que passar o Natal em Lisboa. Os meus sogros não vão poder vir. O meu marido soube que afinal vai trabalhar às 19h00 no dia de consoada. E a minha mãe... bem ela decidiu que este ano prefere passá-lo com outra filha. Eu sei e compreendo que não pode vir sempre passar à casa da mesma. Sei isso perfeitamente, não sou egoísta nem mimada. Mas custa-me porque este ano preciso bastante e porque afinal posso passar o Natal totalmente sozinha. Perante isso ela simplesmente me responde que jante mais cedo. É bom vê-la ir para uma filha que sempre a rejeitou, já a pôs fora de casa, etc.

É uma facada. Dói muito. O que sei é que o meu marido prefere por baixa a deixar-me sozinha neste dia. Se não, olhem, fazia aqui um passatempo: Quem quer ter a Dina a jantar lá em casa no dia de consoada ou até a fazer de árvore de natal? Não sou esquesita....

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Síndrome d´ A melhor


Cuidado, não se deixem contagiar pelo Síndrome D´A Melhor. Há por aí tanta gente com A melhor vida, O melhor companheiro, A melhor casa, O melhor guarda-roupa, etc. e fazem questão de o dizer a plenos plumões a quem as quiser ouvir. Eu sinto logo muita pena desta gente. Desconfio de quem sente a necessidade de gritar o quão boa é a sua vida, sempre comparando-se com a mediocricidade da dos outros. 

Têm a melhor casa. Pois podem ter um palácio arquitectónico digno da melhor revista de decoração, mas será que aquela casa é um lar com personalidade, marcado por momentos alegres em família e amigos? O meu pai sempre me disse «casa de pobre é casa onde reina a felicidade»....

Mas o pior é quando oiço mulheres dizerem que são A melhor mãe. Não sei, parece-me pouca modéstia. Pode-se ser uma excelente mãe, mas porquê insistir em ser a melhor? Porquê a necessidade de rebaixar as outras mães para serem as melhores? São melhores mães porque os filhos fazem 3 cocós diários, porque já têm um dente aos 3 meses, porque são os primeiros a fazer gracinhas, ou porque este natal lhes vai poder comprar o último jogo para a Playstation 3. É tão deprimente esta atitude. E o pior é que sinto que isto afecta certas mulheres e que as fazem sentir mesmo umas péssimas mães...

Não sei, parece-me que um dia que seja mãe, vá fugir bastante deste tipo de mulher. Porque não são de todo A melhor companhia...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Momentos de ternura


Uma relação, e a sua felicidade, é feita de pequenos momentos: a partilha de uma refeição, um abraço aconchegante no sofá, etc. São esses pequenos gestos que nos enchem o coração. Mas ninguém me tira da ideia que o gesto mais ternurente e mais amoroso entre um homem e uma mulher, é ele aconchegar-nos os cobertores. Mesmo quando estou já na cama e ele chega de madrugada, não consigo deixar de sorrir no sono. Sinto-me tão feliz e reconfortada. Protegida e em segurança. Sinto-me a mulher mais amada do mundo. Um simples gesto que me preenche mais do que mil palavras doces. Porque estes gestos não se controlam, são instintivos, saem directamente do coração...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje


Basta ligar-nos à blogosfera e ver toda a gente a falar da data de hoje. Não critico, mas francamente não percebo a panca. Poderiam falar antes das lembranças de momentos felizes à volta da lareira a comer castanhas assadas ou cozidas, celebrando em família o São Martinho. Lembrar feliz a ida à cave provar pela primeira vez o vinho da pipa de madeira e fazer caretas sentidas. Isso sim, marca este dia.

Mas há mais. Desde criança que este dia é especial para mim. Afinal hoje celebra-se o final da Primeira Guerra Mundial, durante a qual morreram milhões de seres humanos nas trincheiras. Uma guerra sangrenta que destrui famílias através do mundo apenas por causa de alguns quilómetros quadrados de terra. Isso sim, faz com que hoje se celebra o 11.11: porque simplesmente se celebra a vida!!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Serei eu doente?


Ontem abri a alma a uma pessoa muito próxima e respondeu-me que devia ter uma doença psicológica qualquer. Não fiquei chateada, pois sei que quase ninguém entende a minha posição. Com o tempo penso e vejo que perante certos acontecimentos estou a assumir a postura que o meu pai tomava e que eu nem sempre compreendia.

Não consigo falar dos meus problemas com as pessoas. Exceptuando 2 ou 3. Senão respondo que está sempre tudo bem, mesmo quando o mundo desmorona à minha volta. Posso falar de coisas banais, de problemazinhos simples, agora quando são coisas que me afectam de verdade, eu fecho-me na minha concha. Nunca nenhuma pessoa me ouviu falar de problemas graves com a minha família, ninguém me ouviu falar da luta do cancro, nunca ninguém me viu chorar a morte do meu pai, nunca me ouviram falar e lamentar a minha doença.

Dizem-me que me faria bem falar, claro. Mas não consigo. É um bloqueio que se dá em mim e que me impossibilita de falar. Não é falta de confiança, mas não gosto de ser uma coitadinha aos olhos dos outros, imaginá-los a lamentarem-se por mim, ou a tecer comentários sobre a minha vida. Não quero que tenham pena de mim. Não consigo verbalizar certas dores, como se as tornasse mais reais se as partilhar com outros. Quando penso é estranho: quem lê este blogue sabe mais de mim do que muita gente que convive comigo. É a minha veia de libertação. É por isso que me faz tão bem.

Se qualquer é mesmo patológico, não sei. Mas sou assim, se algo me afecta eu fecho-me em mim. Para ganhar força talvez para seguir em frente. Afinal cada um luta com as armas que tem...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Birthday List


Saúde e Sorte

Nem mais nem menos. Sem esses dois elementos, a nossa vida não vai a lado nenhum. O resto tudo se alcança, aos poucos, com mais ou menos sacrifício. Vejo tanta gente preocupada com malas caríssimas, sapatos de marcas de luxo, ... mas eu só quero apenas isto... O que é verdadeiramente importante e mais difícil de alcançar, porque nem sempre depende de nós.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mulheres inteligentes...

A Activa deste mês diz-nos que somos mulheres inteligentes  se formos "Egoístas. É uma virtude muito mal vista porque é suposto dedicarmos a nossa vida aos outros, mas essa teoria já era. Trate de si em primeiro lugar: depois vá lá tratar dos outros. Ou não. A vida é sua. Use-a como quiser."

Esta frase fez-me pensar. A verdade é que nós mulheres nos auto-anulamos demasiadas vezes pelos outros. Mas nem nos damos conta disso, porque fazêmo-lo com amor e devoção. Sem rancor, sem segundas intenções. É a via óbvia, pelo que nem questionamos se temos razão ou não. Dedicamos-nos aos outros. Ponto. Aos nossos filhos, aos nossos companheiros, aos nossos amigos, familiares, etc. Mesmo se por vezes, não nos retribuem um quinto do que damos. Para eles também já estão tão habituados à nossa dedicação que já nem a questionam, já não se perguntam se a merece. Tente falhar um dia e verá todas as espadas viradas contra si.

Acho que temos que arranjar um ponto de equilíbrio. Pensar em nós em primeiro. Sermos um pouco egoísta. Mas sem chegar a um extremo de virar as costas aos outros. Nós não somos assim, é a nossa essência de mulher que nos dita estar disponível aos outros. Mas temos que nos lembrar mais de nós: do quanto somos importantes, de quanto merecemos um mimo, um dia de descanso, etc.

sábado, 5 de novembro de 2011

Segredos de um casamento

Francamente acho que me andaram a enganar até agora: o segredo de um casamento não é o amor, blablabla, mas antes uma grande dose de paciência. Se houve dias em que me apeteceu mandar tudo ao ar, foi hoje. Dizem que o papel não muda nada, mas muda. Se não fosse isso, hoje o meu querido teria as malas às portas. Há coisas imperdoáveis. Pelo menos para mim. E hoje foi dose. Falta de apoio, compreensão, respeito e definição errada de prioridades.

Preciso de respirar fundo. Muito fundo. Nunca me hei-de esquecer deste dia. Estou tão desiludida e magoada. Há dias em que os mais belos príncipes conseguem ser verdadeiras bestas...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mãe facebookiana


Se há uma espécie que me mete confusão são as mães-galinhas. Estou a falar daquelas mesmo muito super-protectoras (em doses normais, ser mãe-galinha é totalmente saudável). E agora têm uma ferramenta que lhes facilita muito a vida: o facebook.

Há muitas mães que são amigas dos filhos adolescentes no facebook. Até aí tudo bem. O pior é a atitude que tomam: fazem questão de se ligar de propósito à rede só para ver o que está a acontecer com os seus filhos, é colocar likes em tudo o quanto é fotos e entradas deles, é colocar comentários nas fotos do tipo «que lindo que é o meu ursinho lindo», é fazer comentários poucos simpáticos e públicos quando os filhos dizem que vão participar num certo evento ou fazem like numa página mais polémica. E depois à noite discutem com eles aquilo que acontece na sua página.

Mas alguém suporta isto? Os filhos são seres em pleno crescimento, que estão a criar uma personalidade própria, com vontades e opiniões próprias, inseridos num grupo próprio, e que, queiramos quer não, se quer afastar um pouco das asas das mães. Aconteceu a todos nós em certa altura, num grau mais ou menos intenso. Até eu me revolto com certos comentários de mães em páginas de adolescentes quanto mais eles.

Só acho que em vez de ser um modo de se aproximar, torna-se um meio de se afastar e de conflito entre gerações. Quem não for capaz de ler/ ver e calar, penso que vale mais nem ser amigo do filho no facebook. Claro que há casos e casos. Quando se trata de conteúdos deveras preocupantes para a segurança da criança, acho normal falar-se EM CASA disso com ele. Chamar-lhe a atenção para certos riscos. Mas deixá-los ser livres e eles próprios, sem vergonha...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O poder dos sonhos


Adorava saber mais sobre o mundo dos sonhos. Sobre o que eles significam, até que ponto são reais. Sempre quis saber o que significavam ao certo os sonhos. Serão simplesmente fruto da nossa realidade misturada com uma dose de fantasia? Serão uma ligação com o além? Quererão transmitir uma mensagem subliminar? haverá mesmo premonições?

Tenho sonhos que me deixam muito pensativa. principalmente quando sonho com pessoas já falecidas (agora é que me mandam internar). E depois há outros que me fazem pensar como este que tive ainda andava eu na  Guarda...

Essa semana sonhei que tinha um acidente de carro numa curva específica na estrada nacional (aquela que se usava quando o IP5 estava em obras). Perdia o controlo do carro, despistava-me e caía da ribanceira. Acordei ofegante e preocupada mas nunca mais pensei nisso.

No sábado de manhã peguei no carro direcção a Vila Flor. Ao fazer uma curva travo um pouco, mas a curva era muito apertada e tinha gelo. O carro descontrolou-se. Dei mil e umas voltas com o carro. Chegei pertinho da ribanceira. Via passar os segundos em modo lento. Eu conseguia acompanhar o meu pensamento. É uma sensação etsranhíssima. «Não traves», «Usa a caixa de velocidade», pois mas ao pôr o pé na embraiagem só piorou. O carro imobilizou-se por magia (ainda hoje não sei explicar como), numa berma a poucos centrímetros de uma parede de bloco, sem ir abaixo. Mal o carro parou, passou outro carro em sentido contrário. O carro não teve nada nem eu. Tremia como uma varra. Chorei compulsivamente e lembrei que esta curva era a curva do meu sonho.

Vocês acreditam no poder dos sonhos? O que são os sonhos para vocês?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Folhas de Outono


No mês de Outubro não abundaram leituras para este lado, por mil e uns motivos. Para além do Principizinho e d´Os Pilares da Terra II (melhor que o primeiro sem qualquer dúvida!!), ainda conheci o Niccolò Ammaniti, com o livro Como Deus Manda. A escrita e o desencadear de factos são soberbos. Gostei bastante e aconselho a quem gostar de Thriller. É uma linguagem muito terra-a-terra, crua e verdadeira. Nota: 4/5




«Quando  o seu pai e dois amigos engendram um plano para assaltarem um banco, Cristiano vê nisso a possibilidade de uma vida melhor. Mas as coisas não correm bem. Numa apocalíptica noite de tempestade, o papel desempenhado por cada uma das personagens irá desencadear consequências terríveis»...

Paciência


Se há coisa que Deus não me deu foi paciência. Paciência para esperar. Paciência para aturar pessoas com atitudes "estranhas". E estas últimas semanas têm sido ricas.

A minha amiga M. que no facebook faz várias entradas apocalípticas, dizendo que pensa no suicídio, que a morte é a única saída, etc. Afinal era só uma problemito no trabalho. Odeio pessoas que se fazem de mártires, que se vitimizam. E que o fazem publicamente no facebook para toda a gente lhe ir perguntar o que se passa. A mim não me dá vontade de mais nada: viro costas e mantenho o silêncio para não dizer coisas demasiado frontais. Não alinho em paninhos quentes.

E depois é a minha amiga J. que tem problemas de amores desde o início da relação. Tudo corre mal, mas tem que se manter com ele porque com 30 anos ainda fica para tia. Pois. Como é uma amiga mesmo especial e me custa vê-la a destruir a sua vida, ainda faço um esforço para falar com ela. E depois diz-me coisas como «nem toda a gente tem sorte de ter uma vida tão fácil como a tua». Foi a melhor anedota do ano. Eu bem lhe perguntei se realmente julgava que eu tinha uma vida fácil, eu? A 500 km de casa, com as doenças sucessivas que passei junto do meu pai, a perda do meu pai, a do meu irmão, a minha doença, o meu trabalho precário, ...? A única diferença é que não ando a remoer as coisas, levanto a cabeça, sorrio para as pessoas, não vivo na amargura, mesmo estando triste às vezes.

Na minha terra diz-se que «A sardinha na mão dos outros é sempre maior». Toda a gente tem os seus problemas. A diferença entre uma vida que parece mais fácil e outra não, está na maneira de encarar os problemas e de seguir em frente. Mais nada.