terça-feira, 30 de novembro de 2010

O silêncio ensurdecedor


Chega a noite e com ela os seus tormentos. Sinto a solidão das paredes e o vazio do meu coração. Mas a pior solidão é aquela que sinto quando estou rodeada de pessoas. É estranho como se pode estar embrenhada numa conversa, a sorrir e sentir-se ao mesmo tempo tão distante e sozinha. Por vezes, sinto-me um invólcuro, uma casca vazia a quem foi retirado o seu melhor. 

Por vezes, sinto que sou apenas uma marioneta guiada por mãos invisíveis, um autómato que executa as suas tarefas já programadas, sem pensar muito nelas. Sinto-me literalmente vazia. Um vazio que deixou de doer mas que incomoda. Sinto o eco do meu coração a apelar à vida e à paixão. Mas o vazio continua. Por vezes, parecemos dois estranhos lá por casa: dois seres vazios. Mas sei que sou eu que não o deixo que preencher-me. Há momentos em que não sei se o quer, se algum dia o poderá preencher. É como viver em piloto automático: sou um carro descontrolado mas que avança devagar e que não quer ser manobrado. Essa letargia é horrível. Quero acordar para a vida, para o amor, para o quotidiano. Mas é difícil. Às vezes penso que vou enlouquecer. Estou farta que me digam o que devo sentir, como, quando. Que me digam que devo sorrir. Que me acusam de não chorar em certas circunstâncias. 

Olho para mim ao espelho e vejo duas faces: metade de mim morreu e a outra metade chora a que partiu.  Mas ambas continuam a sorrir e a manter a aparência... Sinto  o meu corpo amputado, este silêncio dentro de mim, a ausência, o peso dos dias que passam...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ferme ta bouche...


Considerações de fim-de-semana:

Dina, quando levares na mala um verniz de cor escura para caso a tua manicure lascar, verifica se o verniz está bem fechado, porque senão assujeitas-te a ter a mala a emanar um cheiro característico a verniz e com uma bolsa rosa e pastosa!

Nunca acreditar nos amigos/ colegas/ críticas/ trailers no momento de escolher um filme. O Americano com o Clooney tem uma nota de 0/10. Parado e sem acção. Cheguei a ficar entusiasmada a espera de acção quando uma prostituta se despe! Francamente! Adormeci antes do final... Por outro lado o Gru, o Maldisposto é fantástico!

Repetir: Dina, fecha a boca. Dina, fecha a boca. Ultimamente tenho um apetite avassalador. Tenho sempre fome, e não me apetecem coisas saudáveis. Até tenho controlado mas não impede a balança marcar mais 500 gramas todos os dias. Parece-me impossível, será? Ou tenho mesmo que fechar a boca? Porra, a época de Natal nem começou oficialmente, com as filhós, e todas aqueles petiscos hiper calóricos. Nesta altura é normal o corpo ingerir mais calorias para enfrentar o frio, mas parece-me que o meu corpo prefere acumulá-las em vez de me aquecer. E com este frio, exercício físico é mentira (este fim-de-semana até andei bastante): só apetece ficar enroscada no sofá. Ou então é nervoso. Ou então é mesmo das caixas de Ferrerro Rocher. Que treta!

Palavra de Ordem para os próximos dias: Ferma ta grande Bouche, Dina!

sábado, 27 de novembro de 2010

A mais bela demonstração de Amor...

 
Qual a mais bela Demonstração de Amor que tiveram?

Conte-nos a sua história e vá ao site da Yves Rocher - Site das Mulheres e responda à pergunta «Quais os três produtos que conjugados com a Laranja deram origem às Edições Especiais de Natal?»

Envie a sua participação, juntamente com nome e morada, para yr.sitedasmulheres@gmail.com e oamoreperfeito@gmail.com até ao dia 30 de Novembro e poderá ganhar este perfume, para si ou para oferecer no Natal... Já só tem 4 dias! 





sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Faz parte da maior troca de postais de Natal


Adorei esta iniciativa! Ide ao blog da Pólo Norte e increvam-se na maior troca de postais de natal da blogosfera. Com as novas tecnologias, deixamos pouco a pouco de receber postais de aniversário, cartas longas escritas a mão, postais de locais exóticos do outro lado do planeta, e os postais de natal também não resistiram à tendência dos postais eléctrónicos.

Eu adoro receber cartas/ postais, escolhidos pessoalmente para mim, onde posso decifrar a caligrafia da pessoa, enfim...

Tenho saudades disso (ultimamente só recebo facturas) por isso toca a participar. Que acham da ideia?

Em/ In - dependência


Eu não percebo o novo conceito de independência. Pessoas que bramam alto que são independentes porque: optaram por ir morar sozinhos ou porque finalmente se juntaram à pessoa amada... mas que depois as contas continuam a ser pagas pelos pais. Assim é fácil ser independente, se à primeira dificuldade ou má gestão do salário, se pega no telemóvel e se pede um cheque aos pais.

Os meus pais sempre me apoiaram e ajudaram mas nunca organizei a minha vida a contar com isso. Sempre controlei gastos a pensar única e exclusivamente a contar com o meu salário. É incrível como há adultos (sim porque pessoas com cerca de 25 anos ou mais já são adultos) que estão orgulhosos com uma vida assim, em que o papá e a mamá continuam a sustentá-lo. Para isso, que fiquem em casa dos pais! Ah, desculpem pois mas assim não seriam independentes... Ou então aqueles casais que casam e continuam a viver por debaixo dos tectos dos pais/ sogros porque senão não conseguiriam alimentar-se (mas que conseguem comprar carros de alta cilindrada, fazer viagens, manicure semanal, etc.)...

Às vezes assusta-me olhar para os adultos que a sociedade está a criar, sem responsabilidades, com conceitos de vida tão estranhos, pelo menos para mim que desde criança me foi ensinada o verdadeiro valor de independência, de gestão, de livre escolha e consequentemente responsabilização pelos meus actos...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

As amarras do amor


Quando estamos apaixonadas, passamos a viver exclusivamente para ele. Pouco a pouco, e sem querer, passamos a re-ordenar o nosso quotidiano segundo o ritmo da paixão, de modo a passar mais tempo possível com o homem da nossa vida. Os dias e os meses vão passando e focamo-nos exclusimente no Amor: nos serões a dois, nos fins-de-semana românticos, etc. Simultaneamente vamos-nos afastando das outras pessoas tão importantes para nós, mas que agora passaram para segundo plano: a nossa melhor amiga, o grupo de mulheres das saídas de sexta-feira à noite, etc. Podemos dizer que não, mas todas as mulheres, em menor ou maior grau, o fazem...

O problema de viver exclusivament para Ele, é quando a paixão esmorece e tudo acaba. Já não sabemos viver sozinha, todo o nosso mundo desmorona. Vivíamos pelo outro e agora já não sabemos jantar sozinha, passar um serão a sós, ir às compras sem ele, ir ao cinema ou jantar fora, não partilhar a cama, etc. O pior é que enquanto se vivia a paixão, o mundo continuou a sua cadência e as nossas amigas continuaram ao seu ritmo. Se não partilhámos em tempos a nossa vida com elas, porque é que elas agora deveriam deixar as suas coisas para nos aparar as mágoas e secar as lágrimas?

Nunca nenhuma mulher deveria isolar-se quando vive uma paixão porque tudo pode ser passageiro e nada impede que continuemos a viver com outras pessoas. Não é por amar que não podemos deixar o homem em casa e divertirmo-nos com as amigas. Não concordo com a dependência exclusiva a uma só pessoa. Não acho saudável e acho prejudical e sufocante.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Infelizmente acabou


Encerrei o livro A Queda dos Gigantes de Ken Follett. Só quem partilha deste amor pelos livros e as histórias que escondem é que poderá perceber este sentimento de perda que me invade ao finalizar este romance histórico. O livro é fantástico e aconselho-o a todos os que gostarem de História e de uma escrita simples mas soberba e cativante. Tentei adiar ao máximo o fim do livro, mas o fim chegou. Com um livro assim, sinto a necessidade de fazer um tempo de luto, em que a minha mente não se dedica a mais nenhuma história, em que mantenho viva a memória e as sensações que este me proporcionou.

Chamem-me louca mas é isso que sinto. Estou ansiosa por saber o que vai acontecer às personagens. Afinal durante estas semanas fizeram parte da minha vida, vivi a sua angústia, felicidade, raiva, etc. Tudo se torna familiar. Mas verdade que manuseá-lo com as suas mais de 900 páginas não foi fácil, mas valeu a pena, ai se valeu!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A star is born


Hoje nasceu uma estrela. Nasceu do acaso: só nasceu porque veio substituir outra  pequena estrela que nunca chegou a brilhar. Esta estrela nascida hoje gosta de pensar que é uma guerreira e lutadora. Afinal dizem que nasceu sozinha, abandonada numa sala de partos fria e branca, juntamente com a sua mãe. Veio ao mundo sozinha.

É uma estrela que passou uma infância maravilhosa e feliz junto de uma família fantástica. Muitas aventuras teve já esta estrelinha: França, uma aldeia ultra conservadora transmontana, Guarda e finalmente Lisboa. É uma estrela que já chorou e sofreu. E sofre porque a mãe-estrela não quis vir ter com ela e o pai-estrela transformou-se na estrela maior da galáxia, que a guia ao longe. 

Mas a estrela não pode deixar de sorrir porque faz hoje 27 anos. É o hino da vida que celebra. Adora envelhecer! Tem cada vez mais confiança em si e sente-se melhor cosigo mesma. Os anos passam e adora vivê-los na plenitude. Adora assumir a sua idade, o que é, o que a vida lhe ensinou. 

E por gostar tanto da vida, apesar de por vezes ser matreira, quero trincá-la avidamente, quero fazer deste ano ainda um ano mais especial. E quem sabe se não será este o ano de nascer mais uma estrela...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um lugar mágico

Haveria de existir algum local mágico onde pudesse-nos comprar ingredientes para a nossa felicidade: uma saca de saúde, um pote de esperança, etc. Agora compraria um carrinho cheio de motivação. Este trabalho, apesar de me satisfazer no geral, cansa-me. Já não me faz acordar de manhã cheia de expectativas e vontade de superar desafios.

Ultimamente só vivo para o fim-de-semana. Passo o dia a esperar que chegue a noite com os seus mistérios para me aconchegar no meu lar, junto de quem mais amo. Este fim-de-semana foi muito caseiro e a sós. É pena, porque estamos a precisar de passar mais tempos juntos mas já aprendi que não importa a quantidade de tempo que se passa juntos, mas sim a intensidade com que se vivem os momentos!

Boa semana!

sábado, 20 de novembro de 2010

O Natal está a porta...



E esta pode ser o presente perfeito para uma das mulheres e adolescentes da sua vida! Uma ideia boa e barata. E por isso basta contar-nos a mais bela demonstração de amor de que foi alvo ou que vocês preparam a alguém especial. Ide ver as condições todas aqui e toca a participar. Só têm mais uma semana!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Morrer com dignidade


Portugal passou, supostamente, de país conservador e católico a um país liberal: foi a liberalização do aborto, foi a liberalização do casamento homosexual, e agora pergunto, mas afinal do que estamos a espera para legalizar a Eutanásia.

Claro que vai precisar de ser bem regulamentada, mas se antes era a favor da Eutanásia, agora penso que é um Direito de todo e qualquer ser humano. Não me venham com  a ideia de que só Deus é que sabe, que há milagres, etc. porque quem ama e quem sofre sabe perfeitamente quando a morte está prestes a bater à porta. Se todos temos direito a cuidados de saúde, todos deveríamos ter direito a morrer com dignidade. Foi este o meu último pedido aos médicos do meu pai... Só quem vê alguém próximo a morrer de dia para dia (é impressionante como o ser humano perde capacidades  de dia para dia) é que sabe a real importância de ter direito à um alívio final.

Em tempos, li este post no blog da Cat e fez-me reviver tantas dores, mas que demonstra bem o que queria que toda a gente percebesse....

Mais angustiante, aflitivo e extenuante do que a morte de um doente é ver que um doente moribundo, que está a agonizar, ainda não morreu. É dos que se tem a certeza de que, impreterivelmente, morrerá dentro de dias. Hoje, amanhã, ate ao fim da semana, ninguém sabe exactamente quando mas sabe-se que sim. 

É um doente que está só a fazer cuidados paliativos e de suporte, com ordem de não-reanimação. Acerca de quem já desisti de tirar dúvidas sobre todas as coisas  novas que vou encontrando a cada dia porque já sei que Sim, Cat, nós sabemos que ele tem uma anemia grave mas não o vamos transfundir. Não, não vamos recomeçar antibiótico. Não, não interessa se ele está a entrar em falência renal  porque não vamos tratar. Não, não vale a pena pedires análises para amanhã porque amanhã, provavelmente, já não está vivo. Já aprendi - apesar de não ter aprendido rápido por não conseguir frear facilmente o meu impulso do TEMOS DE FAZER ALGUMA COISA! - que não vale a pena perguntar nada porque não se vai intervir mais nem é suposto. Agora é só esperar.

Todos os dias, quando chego ao hospital, vou a interrogar-me se terá sobrevivido à noite. Sobreviveu. Mas era uma benção para ele, que não. E passo o dia naquela eminência. Quando o vou observar, estou sempre a medo que se dê à minha frente. Depois, passo o resto do dia a ir espreitá-lo ao quarto, só para ver se ainda está naquela aflição a tentar respirar ou se há, finalmente para ele, silêncio. Devia ter direito a morrer. Juro que devia.

Só pode ser contra a eutanásia quem nunca viu alguém sofrer assim.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Há dias de azar


Estou adoentada há algumas semanas. O que pensava ser uma mera constipaçãozinha afinal revelou-se, segundo a minha farmacêutica, numa crise alérgica. Até consultar o meu médico de família deveria tentar perceber a origem da alergia para minimizar os estragos, certo? Ora vejamos: o local onde estou pior é no sofá e ainda pior na cama. Isso é um complot dos santinhos para lutar contra a minha perguiça nata?

No quarto, tenho flores: em stickers e não naturais, por isso não deve ser pólen. Animais não há, só se for mesmo a ninhada de ácaros que devem passear por lá. O pó? Claro que existe e  já faz parte da família porque está sempre lá, nunca nos abandona (não pôr em causa as minhas aptidões de dona-de-casa, mas moro junto à Nacional10). A única coisa que nos resta é... o meu marido! Será que estou a desenvolver -lhe alguma alergia? Eu sei que ele por vezes é insuportável mas também!

Mas por um lado até não é mau de todo, tendo em conta que esta noite me esqueci de tomar a pílula. Hoje é que olhei para ela e vi que estava um maldito comprimido na plaqueta onde não devia estar. E o raio do comprimido tinha vida própria. Decidiu que não iria participar no atentado contra o não nascimento de uma cria e foi vê-lo saltar pelo ralo da pia. Raios! Vou ter que comprar uma embalagem de 10€ só por causa de um comprimido Kamikaze?

Vou ficar aqui quietinha no meu canto a limpar o ranho, não me vá acontecer algo pior...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Somos o nosso próprio espelho


Todas as mulheres têm complexos, se não é com uma parte do corpo, é com outra. A diferença é que há mulheres que aprenderam a assumir os seus defeitos e olham e convivem com eles com mais mestria. Podemos tentar amelhorar certas coisas que não gostamos mas para ser franca eu acho que não podemos canalizar todos os nossos esforços para uma mudança radical (há estrias que nunca desaparecem, há quilos que nunca vão ser perdidos, etc.). Acho que temos que nos assumir como somos e aprender a ser feliz assim. Porquê viver obcecada com a perda de peso, deixar passar momentos únicos de convívio com os amigos, porque não podemos partilhar esta ou aquela refeição, porque vivemos obcecadas com as calorias ingeridas?

O pior é quando estes complexos toldam as relações com os homens. Porque não queremos mostrar as nossas curvas, quando se calhar eles até adoram o nosso corpo. Queixamo-nos que os homens não se sentem atraídos por nós por causa do nosso corpo, mas será que já pensaram que eles não se aproximam pura e simplesmente porque somos nós que os afastamos com a nossa postura, o nosso rancor. Fechamo-nos tanto na nossa concha de complexos que nós é que não deixamos ninguém gostar de nós, ou pelo menos demonstrá-lo.

A vida é curta para não nos assumir como somos. Cuidar de nós sim, mas não deixar que um ou outro pormenor não nos deixe gozar em plenitude a nossa felicidade.Uma mulher sexy é simplesmente uma mulher com atitude!


terça-feira, 16 de novembro de 2010

C´est pas beau!


Diria até nojento e deslocado...

Quando estamos no trabalho, quando falamos com amigas ou quando vamos às compras, damos uma atenção especial às mãos do nosso interlocutor. Há mulheres que ainda não perceberam o impacto que têm as nossas mãos nos outros. E há uma coisa que me horripila:

Mulheres que usam unhas compridas com vernizes muito escuros ou unhas de gel e que não têm o cuidado de olhar para debaixo das unhas. Pois é. Quando as unhas estão pintadas podemos não ver a sujidade que se acumula naturalmente por baixo das unhas, mas vê-se quando mexe com as mãos, ou quando fala, por exemplo, com alguém. E tem um efeito péssimo na imagem feminina. Por isso, unhas de gel não significa que tenhámos que esquecer as unhas até à próxima manutenção. Há que limpar de vez em quando as unhas, porque estes resíduos estragam qualquer maravilhosa manicure...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O tempo não pára


3 meses sem ti. E o que me magoa mais é que a normalidade da vida. Tudo segue o seu rumo, como se nada tivesse acontecido. O tempo passa sem abalo. A única coisa que me lembra que tu partiste é a dor que sinto em mim, e que me invade o corpo e a alma. Sinto a tua falta, cada vez mais. E é nas pequenas coisas da vida quotidiana que a tua ausência mais se faz sentir. Olhar para a meu lar cujas obras estão finalmente a acabar, e pensar que tu nunca vais poder sentar-te naquele sofá a partilhar a serenidade daquelas paredes. Logo tu, que querias vir passar uns meses comigo, até contra a minha mãe. Eu tinha-te prometido ir buscar-te em Setembro, mas alguém chegou antes de mim.

São estas nossas conversas só nossas, que me doem, que me revoltam, que me fazem pensar se não poderia ter feito mais. Não consigo dizer tudo o que sinto porque seria revelar tanto de nós, tanto da nossa cumplicidade aos outros, que não posso partilhar, porque só quem ama assim é que pode perceber. Daqui a uma semana vou fazer 27 anos e não estarás. Um dia hei-de ser mãe e o meu filho não há-de conhecer o maravilhoso avó. Tu não estás com as tuas palavras sábias para nos encaminhar na compra de carro. Estas pequenas coisas são cutelos afiados no meu coração...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A inveja faz parte de nós


E não estou a falar da inveja mesquinha e maldosa. Mas sim daquele sentimento que nos faz simplesmente querer o mesmo que os outros têm...

E temos o hábito de olhar para as outras pessoas, desconhecidas ou próximas, e desejar as suas vidas. Elas é que são bonitas, elas é que têm um trabalho motivante e interessante, elas é que têm um casamento feliz, elas é que fazem férias nos locais verdadeiramente espectaculares, elas é que têm a nossa casa de sonho, etc.

É engraçado como o ser humano não tem a capacidade de ser feliz com o que tem. E vive depressivo a pensar que seria feliz com isto ou aquilo, sem aproveitar as coisas maravilhosas que tem na sua vida. O mais irónico é que quando se começa a perceber a verdadeira vidas dos outros, para além das camadas superficiais, começamos a perceber que não têm uma vida assim tão perfeita. Estão a beira dum divórcio, estão afogados em dívidas, odeiam o seu corpo, enfim...

Eu aprendi a ser feliz com momentos tão simples e insignificantes. E são esses momentos que me dão mais alegria e prazer. Claro que continua a ter expectativas: também quero viajar, um dia ter uma moradia, etc. Mas vivo tão bem com o facto de ser pobre, porque sei dar valor às riquezas que tenho junto de mim: o amor, a saúde e a minha família...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em nome da Liberdade


Hoje celebra-se o armistício da I Guerra Mundial. Esta data, assim como o 8 de Maio, tem um valor sentimental muito forte para mim. Não posso deixar de me lembrar dos milhares de homens que morrerram na frente em nome da Liberdade. Penso em todos os meus compatriotas que deram a vida para que eu a conhecesse da forma como hoje a vivo. São heróis anónimos, aos quais devemos muito. Sou muito ligada  (com um fervor muito especial) à história da minha pátria, enfim à minha história pessoal e colectiva.

Hoje vem-me à mente uma múscia da minha adolescência:

«Près de sa tranchée, placés à 20 ou 30 mètres, la guerre des bouchers, nous sommes en 1917. Tant de journées qu'il est là, A voir tomber des âmes. Tant de journées déjà passées sur le chemin des dames. Marcel sent que la fin a sonné. Au fond de sa tranchée, ses mains se sont mises à trembler. L'odeur de la mort se fait sentir, il n'y aura pas de corps à corps, il sent qu'il va bientôt mourir. Comment un homme peut-il accepter d'aller au combat? Et quand il sent au fond de lui qu'il ne reviendra pas. L'homme est-il un animal? [...] La suite, l'avenir est un long passé.»


E acho que é esta continua a ser uma pergunta muito pertinente: O futuro será um longo passado? Será que não estamos em vias de voltar a cometer os mesmos erros do passado? 

Lidar com o cancro


Deixei de saber confortar as pessoas com cancro. Olham para mim e esperam que possa dar esperança, porque já passei por isso. Mas eu sou demasiado transparente e não me peçam para não ser franca, dizer a verdade dura e crua porque afinal esta é uma doença que não pede licença ou que tem boas maneiras.

Vejo pessoas desesperadas com esta doença (nelas ou familiares) e remeto-me ao silêncio. Não quero mentir. Seria uma afronta a quem já passou por todas as dores físicas e psicológicas dessa doença. Seria minimizar a morte de milhares de pessoas. Não sou pessimista. Sou realista. Vivi com a doença pouco tempo mas estava logo ali no quarto ao lado. Foram familiares, foi o meu pai, são ainda pessoas muito queridas. Para falar teria que dizer que vão sofrer, que se vão revoltar, querer deitar tudo a perder, maldizer tudo e todos. Que vão decidir lutar porque é o que faz todo o ser humano, mas a doença vai-os transformar num verme que se contorce de dores. E que não se pode ficar demasiado feliz com melhorias, porque o pior vem sempre a seguir. Depois de cada vitória, vem uma queda ainda maior. Querem-me ouvir dizer que tudo vai correr bem? Não, não vai. Até pode acabar bem, mas correr não vai: vão ser tratamentos, horas de angústia e de espera, etc. O mais injusto e irónico? É que esta puta de doença até não mata, se virmos bem. Destrói-nos por dentro e morremos de insuficiência cardíaca, AVC, falência deste ou outro órgão vital. 

Este post deveria ser banido porque é demasiado derrotista para quem lida com a doença? Até pode ser, mas já aprendi que só com um murro bem forte e sabendo a verdade é que as pessoas conseguem seguir em frente... e também sei como reagi às palavras de «tudo vai correr bem» quando já estamos na merda até ao pescoço.

Por isso, ontem quando me pediram em nome da empresa nossa cliente de fazer uma carta para animar um colaborador em fase terminal que está nos cuidados paliativos, dizê-lo que estão à sua espera, que tudo está bem quando já foi anunciada uma sentença de morte, recusei-me e pus a minha cabeça a prémio. A minha ética acima de tudo. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A verdadeira essência


Falando do Natal, este ano apanhei uma alergia tremenda a esta data. Já está tudo louco a passear pelos centros comerciais a gastar dinheiro que se tem e não tem, para mostrar aos familiares e amigos que somos uns queridos, apesar de durante o ano mal nos falarmos.

Gostaria de olhar para as decorações de Natal e me sentir em paz e feliz mas o meu coração não consegue viver este ar de magia. Em criança, ansiava por este data em que érmaos mais de 15 pessoas à volta da mesa, na conversa, alegres a partilhar simplesmente a felicidade de estarmos todos juntos. As mulheres passavam o dia na cozinha para presentear os homens com mil e umas delícias. As crianças brincavam e aguardavam a chegada do Pai Natal.

A vida separou-nos pouco a pouco e a corda que mantinha a minha família unida desfez-se lentamente. A família nunca mais se reuniu para o Natal. Há longos anos que era só eu e os meus pais, pelo que o Natal nunca teve o mesmo sabor. E este ano vai ser ainda mais difícil. Perdi o meu companheiro de eleição para este festa. Eu e o meu pai éramos os dois gulosos da família: era comer e beber miminhos que adoramos, sob o olhor reprovador da minha mãe e marido...

Há tanta gente por aqui que nunca viveu um verdadeiro natal. Natal é família. Natal é felicidade pura. Não é vaidade e demonstrações de riqueza com mil e umas prendas. É simplicidade. É o festejo do renascimento, da esperança. É mostrar amor por estar junto, através de sorrisos e palavras amigas. Chego a sentir pena de certas pessoas que só se preocupam com presentes e aparências quando o verdadeira magia do natal está dentro de nós...

Um presente especial para seguidores únicos


Chegou a altura de mimar as mulheres que me têm acompanhado ao longo dos meses. E está a chegar a altura mais bonita do ano… O NATAL! Se quer ser a feliz contemplada e ganhar um Perfume com um aroma que combina Laranja&Chocolate, participe do passatempo que estou a promover em parceria com a Yves Rocher - Site das Mulheres.

Basta fazer duas coisinhas muito simples:

1. Conte-nos a Demonstração de Amor mais Perfeita que já viveram  (que tiveram para com alguém ou de que foram alvo). Eu sei que há por aqui muitas românticas, por isso toca a surpreender-me!

2. Responder acertadamente à pergunta: «Quais os três produtos que conjugados com a Laranja deram origem às Edições Especiais de Natal?», cuja resposta encontrará aqui:

Será premiada a participação mais autêntica e original, e que responder acertadamente à pergunta colocada.

Envie a sua participação, juntamente com nome e morada, para yr.sitedasmulheres@gmail.com e oamoreperfeito@gmail.com até ao dia 30 de Novembro

Se este ano quiser oferecer prendas originais e a preços fantásticos folheie o Catálogo de Natal da Yves Rocher: vai adorar o que a Yves Rocher preparou para todas as suas Conselheiras e Clientes!

Toca a participar!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Beleza no feminino


Comprei há cerca de uma semana o creme de contorno de olhos Q10+ Anti-Rugas da Nivea. E estou francamente satisfeita. Com os meus quase 27 anos e a minha pele extra-seca, já tinha umas pequenas rídulas nos cantos dos olhos. E no que toca aos cuidados da pele prefiro sempre apostar na prevenção do que na correcção.

Apesar de o usar há pouco tempo ainda, estou bastante satisfeita! Deixa a pele mais suave, e proporciona uma sensação de fresco no contorno dos olhos. Essa sensação não é imediata, mas é sentida ao longo do dia. Eu que tenho as olheiras bastante acentuadas, minimizou um pouco a sua cor escura. Pressuponho que para pessoas com olheiras pouco acentuadas, o resultado seja maior. E tem protecção UVA e UVB. O preço é razoável: cerca de 9.80€. Acho que é um óptima opção para quem ainda tem uma pele jovem mas que se quer prevenir das marcas do tempo, com um orçamento mais baixo...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

La flamme du désir


Os almoços de amigos de Domingo são sempre frutíferos em conversas. O tema central foi a diferença entre uma amante e uma esposa... Os homens queixam-se que as suas mulheres chegam a casa à noite cansadas, de mau humor, com a única vontade de descansar. Mas que ainda fazem o jantar, tratam dos miúdos e que tiram a roupa de trabalho para vestir um pijama ou roupa confortável. E que o último desejo delas é fazer amor. Enquanto que para as amantes, ou namoradas, o topo das prioridades é fazer amor, estarem sexy para o homem, etc.

Eu acho que a mulher, casada e com filhos (não tenho mas imagino) que diga que está sempre disponível para o sexo é mentira. Há dias infernais, em que chegamos a casa e não queremos ouvir ninguém e esquecer que o mundo existe. E eu, não gosto de fazer fretes a ninguém. Ou estou dedicada a 100% ou prefiro esquecer. Eu acho que aí é que reside a grande diferença entre a paixão inicial de quando se é namorados (sem grandes outros compromissos) e quando se é casada com um homem, com uma casa, um trabalho e filhos. Não é o sentimento que muda, mas toda a envolvente de compromissos extras.

Mas é pena que a paixão por vezes passe para o fim da lista. Ninguém é obrigado a fazer o que não quer. Mas é preciso investir ao máximo na paixão e no amor. Organizar a rotina para ter tempo de qualidade com quem mais amamos. Para reavivar a chama da paixão...

Por isso uma semana cheia de amor a todas ;)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uns verdadeiros amores...


Estou mortinha para comprar umas meias para usar assim até aos joelhos. Acho tão feminino, romântico e amoroso. Pensava que não teria coragem para sair assim de casa, mas estou ansiosa para as combinar com algumas saias e vestidos...

Sol de pouca dura


As insónias voltaram em peso. Esta noite acordei à meia noite e meia e depois foi acordar quase de meia em meia hora. Mais pareço um zombie que fugiu de um filme rasca de Hallowen. 

Felizmente o fim-de-semana está à porta, mas tenho uma lista infindável de coisas a fazer! E há uma coisa que me tem vindo a preocupar. Com o anúncio quase certo da bancarrota pelo FMI e com a relutância do Governo em recorrer a fontes externas, será que é seguro ter economias no banco? Ainda mais na CGD? Não é que sejam muitas mas é o dinheiro que temos com esforço posto de lado para planos futuros (carro, filhos, etc.) e se temos, por vezes, abdicado de certas coisas para poder poupar algum, não queria nada que o Estado ficasse com ele. Qual é a vossa opinião sobre este assunto? Vale mais ter o dinheiro em casa? Num banco privado?


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Decisões


Há chapadas na vida que doem (oh se doem) mas que têm o poder de nos fazer olhar para outra direcção. Têm a força de nos fazer repensar a vida e questionar tudo. Redefinimos prioridades e temos mais força para continuar a viver e a lutar.

Nunca na minha vida fiz uma lista de resoluções para o Ano Novo. Mas cheguei a uma fase da minha vida em que não quero deixar mais fugir minutos, dias, e meses preciosos entre os dedos. 2011 será para mim um ano especial. Fiz planos e irei fazer tudo para os cumprir. Concretizações que me farão feliz, simplesmente. Esperam-se mudanças a nível familiar, pessoal e profissional. Não revelo as minhas intenções concretas, não vá alguém lá cima pensar em tramar-me mais uma vez a vida...

A vida é tão preciosa que não podemos deixar de ser feliz. A vida tem, por vezes, um sabor amargo a fel (e eu sei o que é isso), mas é justamente por provarmos esse sabor amargo, que damos valor e adoramos o gosto a doce. Temos que aprender a ser feliz com o pouco que temos, em vez de ser infeliz pelo muito que não temos. Temos que lutar pelo que nos dá mais prazer, para não corrermos o risco de um dia acordarmos e a vida nos saber a pouco.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A hipocrisia das tradições


Sempre gostei de pessoas genuínas e que assumem o que são. Que não fazem as coisas porque é o que a sociedade espera delas. Eu digo que é hipocrisia das pessoas, mas há quem diga que é a sociedade que nos coibe a agir de tal forma. Eu ainda acredito que somos livres por enredar por determinado caminho...

Há muita gente que opta por seguir fielmente as tradições, independentemente das suas crenças ou vontades. Por exemplo, o Dia de Todos os Santos. O meu pai está enterrado no cemitério da aldeia, e vamos lá diariamente (eu quando lá estou). Fazemo-lo porque nos sentimos lá bem. E desde o funeral do meu pai, há campas ao abandono, que ninguém visita. Chegou o dia de Todos os Santos para ser uma ramboiada. Cemitério cheio, com milhares de flores e velas. Não há maneira de se recolher, porque esta gente está a dar show para nesse único dia ter a campa mais bonita da aldeia. Não é com sentimento que vão visitar os seus entes queridos, mas por vaidosismo.

Conheço muita gente que não é católica, que tem aversão à religião e depois faz questão de se casar pela Igreja. Pela festa, por poder entrar numa igreja de vestido branco. Ou então porque é o que toda a gente espera. Serei só eu que tenho aversão a este tipo de pessoas? É pura hipocrisia, porque podem fazer-se festas lindas pelo civil. Gosto de pessoas que levem os seus ideais avante.

E essa hipocrisia aplica-se em mais umas quantas tradições. O ser madrinha de uma criança sem  se ser católico, o vestir negro só porque assim manda a norma, enfim.

As almas sensíveis que me perdoem, mas isso só demonstra falta de personalidade. Eu luto pelos meus princípios contra tudo e todos se for necessário. Há que aprender a ser genuíno, porque ter atitude não é seguir as massas, é destacar-se delas!

Prazer a dois ou a sós


Adorei acompanhar os resultados do último inquérito aqui do estaminé. 53% confessa ter mais prazer com uma sessão de sexo a dois, enquanto que 21% tem mais prazer com uma ida às compras.

Ou das duas uma: 21% das pessoas que votaram são  solteiras, as mais sinceras ou têm péssimos amantes! Confesso que fiquei surpreendida com os resultados! Homens deste país vocês têm que aprender a satisfazer as mulheres, porque senão serão facilmente descartados por uma ida ao Shopping mais próximo ou um quadrado saboroso de chocolate. Por um lado até compreendo: as compras/ chocolate não nos pedem explicações, não nos melgam a cabeça por tudo e por nada e não são exigentes. Quero acreditar que o problema foi eu ter formulado mal a questão, quando falei de «prazer a dois». Deveria falar somente em sexo, que não incluísse homens... Numa época em que já não precisameos deles para trocar uma lâmpada, pagar as contas, e sermos felizes, se eles não se aplicarem na arte da sedução, a espécie masculina está destinada à extinção...

Sejam felizes e tirem o máximo de prazer onde bem entenderem. O importante é ser feliz!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Em paz


Cheguei revigorada e com uma paz enorme na alma. Esses dias foram dedicados exclusivamente à minha mãe. Duas amigas de longa data que se reencontram e que falam muito, mimam-se muito, fazem compras, vão lanchar fora, etc. É escusado dizer que esses dias passaram a correr. Tinha bastante receio de voltar a casa. Mas lá gozei a pura paz. Reencontrei-me a mim. E lá, sinto o meu pai mais próximo de mim, o que me faz sentir o meu coração novamente preenchido.

Até tenho vergonha de o admitir, mas parece que o mundo está a mostrar-me que (apesar de nunca nada voltar a ser igual) posso voltar a ser feliz. Parece que tudo conspira a meu favor. Nos últimos dias, tenho tido uma sorte estranha. Penso em algo e as coisas concretizam-se como por magia. Parece que os ceús estão a querer mostrar-me que entre tempestades vêm sempre uns raios de sol que tenho que aproveitar ao máximo...