terça-feira, 31 de agosto de 2010

Meu querido mês de agosto


Em criança o mês de agosto significava felicidade. Rumávamos para Portugal (que saudade vou ter dessas nossas viagens de 18 horas - eu e o meu pai estávamos a planear voltar a fazer esta epopeia entre os 2 mas nunca vai chegar a acontecer) e passava um mês a brincar, a sorrir, a ser feliz. Agosto era liberdade, era felicidade.

Hoje, o mês de agosto é tristeza e amargura. Agosto levou-me duas das pessoas que mais amei. Hoje faz 14 anos que Jorge o meu irmão partiu. Com 28 anos, uma veia do coração rebentou. Assim, sem pré-aviso. Ainda jovem, esta perda marcou-me para a vida: fez-me crescer e perceber o verdadeiro significado da vida. Nunca mais iria cometer certos erros. Partiste e não me lembro de te dizer que te amava. Por perguiça não saí do carro para te dar o último abraço.

Há quinze dias, por cansaço ou perguiça não fui para Vila Flor. Mas fui na mesma porque agosto também me levou o pai. É a única coisa de que me arrependo. Por mim, apagava agosto do calendário para sempre. Agosto trouxe-me sofrimento e dois anjos. Mas agosto continua a sabe r a fel e a rimar com desgosto.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

mulher deprimida é mulher falida

(poncho preto H&M, jeans zara, lenço e brincos Biosca)


Mais umas quantas peças do novo catálogo do Ikea (flores artificiais, vasos, jarros de água, castiçais e velas). Mais uma nova mesa de cozinha escolhida e cadeiras que têm tanto de belo como de caro...

Ah posso estar falida mas tenho o meu homem é o maior tesouro. Quando cheguei a casa tinha um monte de crepes caseiras a minha espera juntamente com um pote maxi de nutella. Ah e está agora a mesmo a preparar umas belas de umas moelas (que são fantásticas) enquanto estou aqui a descansar e a tratar de mim. Quem merece, merece ;)


Troco


Estômago saudável procura novo dono com mais apetite
e que lhe satisfaça todos os caprichos.

Eu até sou um bom garfo. Mas ultimamente comer tornou-se um sacrifício. Raramente tenho fome e fico cheia com duas garfadas. Como tenho noção que não é comida suficiente, forço-me a comer. Resultado: fico com uma sensação de mal-estar horrível e de estar a rebentar pelas costuras. Como se tivesse comido um bói. O pior é que já emagreci demasiado, sem dar por ela. E cheguei ao limite que não quero, nem posso ultrapassar.

Há por aí tanta gente a querer emagrecer e outras a esforçar-se desalmadamente para garantir o mesmo peso na balança no dia seguinte. É que já nem tenho desejos de coisas doces, como chocolates, gelados e afins. Alguém aceita o meu estômago de férias, e promete-lhe dar-lhe muito de comer?

A magia dos acessórios


Quando combinados com peças de vestuário mais simples, o acessório certo compõe eficazmente um outfit, tornando-o mais elaborado e feminino: seja ele colar, pulseira, lenço, cinto, etc.

Mas se há acessório que produz milagres são os óculos de sol de armação grande. Altera completamente a fisionomia de algumas pessoas. Quase dava para fazer um antes e depois. As pessoas com óculos ficam totalmente diferentes: ficam com um perfil mais harmonioso, menos rugas à vista, etc. Há uma senhora no comboio que nunca deveria tirar os óculos. Tem um corpaço e veste muito bem. Quem olha para ela com óculos parece que tem pouco mais de 35 anos. Quando tira os óculos, revela uma velha de mais de 50 anos com a pele no contorno dos olhos completamente estragada.

Ouçam o que digo: óculos de sol grandes podem ser o botox dos pobres...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vaidade


Finalmente uma colecção Outono-inverno que me enche as medidas. Há alguns anos que as colecções de inverno não me agradavam nada. Parece que finalmente os estilistas se decidiram a optar por roupas quentes e com mangas no inverno! Grande inovação!

Eu adoro e quero:
  • Poncho (sempre adorei e até tenho um preto perdido no fundo do armário. Esse da H&M tem que ser meu)
  • Calças largas de tecido fluído e calças masculinas largas (adeus skinny jeans que tanto odeio)
  • Mais vestidos
  • Casacos e camisolas de lã grossa
  • Mais calçado rasteiro (dizem que este ano, haverá mais modelos sem saltos vertiginosos)
Espero que as lojas superem as minhas expectativas para esta colecção. E como li algures que mulheres inteligentes compram no verão o que irão vestir no inverno, aí vou eu...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eu e tu


Olho para o meu reflexo no espelho e só te vejo a ti. Eu sou o teu fruto: tu me criastes, tu me destes a seiva que me fez crescer e amadurecer. Mas a nossa ligação partiu-se e sinto-me só, sem forças para aguentar a vida sem ti. Mas depois olho com mais atenção para a mulher que sou e penso: tu lutastes contra tempestades e pragas, tu aguentaste tudo por mim, não posso deixar a minha vida em suspenso, porque os teus esforços teriam sido em vão.
Por isso choro e sorrio ao mesmo tempo quando olho para as tuas fotografias: choro de saudades e de prazer por te ter conhecido e amado tanto. Vou recordar-te e viver-te para sempre, porque eu acredito na vida eterna: enquanto viveres em mim e por mim, estarás sempre vivo. Vai ser duro mas por ti vou ter que ser capaz...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mulher das cavernas


Gostaria de perceber a mente das mulheres que vêem a depilação como uma actividade sazonal! Conheço várias que só fazem a depilação no verão, e nunca ou raras vezes no inverno. E isso é uma imagem aterradora para mim e, de certeza, para os homens que partilham casa com elas. Nem quero imaginar o matagal que devem suportar e atravessar na hora H e as lixas humanas em que se roçam durante a noite.

A depilação não é algo que se faz para os outros, porque temos as pernas ou a linha do bikini à mostra. É algo que se deve fazer para nos sentirmos bem connosco. E claro há um mínimo quotidiano para estar apresentável para o companheiro. Claro que no inverno não sou tão picuinhas com a depilação, podendo deixar crescer os pêlos da perna mais uns milímetros mas nunca pareço um macaco! Imaginem que estas mulheres devem ir ao médico de urgência? Preferia sofrer torturas do que me apresentar assim a algum médico. Que visão assustadora, principalmente porque muitas só usam gilette no inverno...

É favor repetir: os cuidados básicos de higiene e beleza são para durar o ano todo!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Verão, mais não...


Faz-me bem sentir este ar fresco de encontro à minha pele. Estou a adorar tomar o pequeno-almoço com as janelas grandes abertas e sentir a brisa matinal a refrescar o meu corpo e mente. É fantástico de madrugada voltar a envolver-se no endredon. É bom o marido já permitir que me enrosque a ele, sem se queixar que estou a arder. Adoro arrepiar-me ao sair do banho. Eu sou bicho de estações de transição, sempre adorei o Outono e Primavera, que nos últimos anos tem vindo a desaparecer... Este ano já não aguento mais o Verão, por mim dava já lugar ao Outono. Se calhar é porque esta é uma estação que vai mais ao encontro do meu estado de espírito...


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

...


Ainda não caí em mim. Ainda não acredito que acabou. Sinceramente para mim ele não partiu. Ainda está lá em Mirandela, num quarto de Hospital. Sei que ele está vivo em mim, mas não me consola. Sei que foi o melhor para ele, mas não me alivia. Sei que tinha que acontecer um dia, mas foi cedo demais. Quero-o junto a mim. Quero acordar deste pesadelo. Quero-o de volta. E mais nada.

sábado, 21 de agosto de 2010

Amo-te. Para sempre.


20.01.1942 - 15.08.2010

Essa data sempre teve um grande simbolismo para nós: dia de Nossa Senhora da Assunção e o dia em que o Luís entrou em casa pela primeira vez. E este ano, é um dia em que o ceú ganhou mais um anjo e a terra perdeu mais um grande homem. Companheiro, amigo, confidente, pai. Perdi tudo o que mais amava. Apesar de estar a sofrer e de ele merecer descansar finalmente, dói sempre. Ficou tanto para viver, para dizer, para partilhar. E querias tanto viver.

É a pessoa que mais amo, e que melhor me compreende. Eu era apelidada de «Armandinho», porque partilhamos a mesma personalidade. Deixa tanta saudades. Quando penso que «nunca mais», fico maluca. Acho que ainda não admiti que foi o fim: penso que qualquer dia, irei visitar-te ao hospital e iremos gozar a nossa cumplicidade: as nossas conversas, as nossas piadas, os nossos mimos, a minha cabeça no teu ombro, de mãos dadas. Hoje, dava tudo para sonhar uma única vez contigo, falar contigo. Tenho medo de esquecer a melodia da tua voz, os trejeitos do teu olhar, o teu sorriso malandro.

Naquela hora, todos sentiram um sinal. Eu tenho que admitir acordei a essa hora e senti um alívio tremendo no peito. Há muito que não dormia assim e acordava tão descansada. Não consigo acreditar. Não consigo perdoar-me de não ter lá estado.

Não sei como irei viver sem ti. Sei que terei que ultrapassar porque tu lutastes sempre tanto pelo nosso futuro, que te devo isso. Mas nunca mais serei a mesma pessoa...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Elevar o ânimo...

... sentei-me na cadeira da minha cabeleireira e só lhe disse: «quero cortar este cabelo num corte totalmente diferente ao habitual. Mais curto. Supreenda-me». Não sei como tive coragem. Mas não me arrependi, adorei o resultado apesar de ter perdido muitos centímetros (de quase meias costas passou a rente ao pescoço!)! Queria revigorar a alma, ver outro reflexo no espelho, como se a cada tesourada, era um pesadelo que se afastava de mim! Os problemas não passam mas sentir-me um texugo não ia ajudar nada, pois não?

Foi dia de me mimar mas também de sacrifício. Já tentaram deixar um homem sozinha cinco dias (em que ele trabalha). A casa assemelha-se a um campo de batalha: roupa suja aos montes, monte de roupa por passar que parece o Evereste (ai fardas), camadas de pós que mais parece o Saara, o frigorífico e despensa vazia... e ainda me olha a dizer «não percebo porque dizes que a casa está um nojo». Avizinha-se um fim-de-semana de espanador na mão! Porque é que um homem diz que limpa se só aldraba...

O pior é que o primeiro livro da trilogia Milenium só chama por mim. Nunca pensei que fosse tão viciante! Até parece mentira estar a gostar de um livro que a maioria adora...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Rumos da vida...


Ser mãe nunca foi o grande sonho da minha vida. Há quem olha para mim com olhos esbugalhados, mas nunca foi de todo o meu sonho, a minha meta de vida que me deixaria completa. Penso que o medo do parto e o facto de acreditar convictamente que se consegue ser feliz a dois ajudou nesta maneira de pensar.

Mas tenho que admitir que nas últimas semanas a ideia de ser mãe tem-se cimentado em mim. Porquê? Porque adoro os meus pais, e esta cumplicidade extrema que vivemos é a melhor coisa que tenho na minha vida. Nos dias em que estive lá em cima (principalmente quando o meu pai ainda interagia), pensava o quanto era bom termo-nos um ou outro, as nossas brincadeiras, confidências, os nossos silêncios. É um amor tão puro: então porque é que eu não quereria sentir isso enquanto mãe?

Esta altura não é a melhor para isso, mas ser mãe começa a entrar nos meus planos de vida. Apesar de continuar a dizer que não é o meu objectivo final, e ODEIO quando oiço que não se é totalmente mulher enquanto não se é mãe. O meu maior sofrimento: saber que um dia o meu filho não terá a honra de conhecer o maravilhoso homem que é o meu pai...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mala minha, mala minha, haverá alguém com menos tralha do que eu?


Apesar do meu mais-que-tudo achar que só transporto tralha na mala, acho que não sou das piores. A Miss Pink Star estava curiosa de saber o que anda na minha mala, por isso quero saciar-lhe a vontade:
  • Uma carteira dos documentos
  • Um porta-moeda rosa pequeno para moedas, feito a mão pelo marido (eu bem lhe digo que a costura num homem soa a gay, mas nada feito!)
  • Chaves (casa e trabalho)
  • Uma mini-agenda/ bloco de notas (só para anotar pensamentos quando estou fora de casa, porque tenho outra maior que fica no escritório)
  • Óculos de sol
  • Telemóvel e respectiva bolsa de cabedal rosa (não se vê bem, está por cima da agenda, feita pelo maridão)
  • Pastilhas elásticas
  • Uma pen
  • Lenços de papel
  • Creme das mãos
  • Uma bolsinha azul que contém: pensos rápidos, pensos higiénicos, lima unhas, verniz que estou a usar na altura, comprimidos para a diareia, Labello, algum gloss/ batom, lápis preto, escova, elástico do cabelo, etc.
  • Um livro
  • Uma Garrafa de água (em falta, a esta hora do dia)
Não sou das piores pois não? Correndo o risco de me repetir, passo o desafio a:


Digam me lá...


Haverá algo mais indeciso e com maior sorriso de parvo
do que uma mulher que acabou de se apaixonar?

Quando uma mulher acaba de se apaixonar, está constantemente com um sorrisinho parvo estampado na cara. O olhar meloso e os risinhos estridentes acabam de compor o quadro. Mas uma mulher apaixonada pode ser uma dor de cabeça para as amigas: «o que vou vestir? não posso ir demasiado arrojada, nem demasiado formal...», «E a lingerie para a possível primeira vez? Sexy demais não para não parecer uma depravada. Lisa demais não porque tenho medo de parecer uma adolescente...» «E até onde se pode ir no acto em si sem correr o risco de parecer ninfomaníaca nem pudica demais?». Isto horas a fio...

Uma mulher que se apaixonada é uma tola. Mas uma tola linda, porque aquele sorriso e olhar de felicidade é o nosso melhor aliado. Tenho a certeza que os homens não pensam em metade destas coisas quando se preparam para um primeiro encontro...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Gugu dada


Toda a gente sabe que tenho um carinho especial pela espécie Homo Sapiens Acabadus de ser Paius. Quando se pare ou se vê parir a prole, deve ocorrer um mecanismo cerebral qualquer que produz retrocessos nas capacidades linguísticas dos seres humanos.

Se alguns pais tivessem noção da figurinha que fazem quando falam com os filhos (principalmente quando já são grandinhos). Qual é a necessidade de falar agarrotado com eles? Se queremos estimulá-los em termos de fala, porque não falar correctamente com eles, com um português correcto. «O que é isso, hein, hein, um ão-ão? [cão]», «como se chama a ti-tia, é tina, tiiiinaaaa?[catarina]»...E então se for emigrante ainda melhor! Gosto de ver pais a falar assim, e os filhos a responderem num português mais fluente. Fico sem saber qual é o cérebro menos desenvolvido por ali...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fio suspenso


Continuo com o coração nas mãos. Quarta-feira deixei tudo e fui-me embora. Tinha que estar com os meus pais. Graças a Deus na quarta ainda consegui trocar uns mimos e algumas palavras com o meu pai. Mas foi um choque vê-lo tão degradado. Nunca pensei que numa semana o veria assim. Doeu mas o importante era ele sentir carinho. Dia após dia, ele vai-se apagando um bocadinho mais. E sei que ele está a sofrer. Ontem despedi-me dele sabendo que seria a última vez que o veria. Nunca pensei dizer isso mas já só peço a Deus que lhe dê descanso. Mas eu já tenho tantas saudades dele...

domingo, 1 de agosto de 2010

Sem ponto de retorno


Estou à beira da loucura. O sofrimento está a sufocar-me. Nunca pensei que doesse tanto. Estou num ponto sem retorno em que a única coisa que me pudesse aliviar seria estar presente. O que é impossível: a empresa tem um evento fora de Lisboa e sou responsável do projecto. Se fosse só eu, despediria-me na hora para rumar junto dos meus. Só quero dormir e acordar quando tudo tiver passado. Com certeza que me vou afastar deste cantinho, pois só consigo estar no meu casulo. Não quero estar aqui a debitar palavras sem sentido, a fingir que tudo está bem. Mas já nem sou capaz de falar do que me atormenta. Mais uma vez agradeço a todas as que me têm enviado palavras de carinho e apoio.

Em nome da nossa amizade, façam-me um favor: pensem um minuto, olhem à vossa volta e amam de verdade as pessoas que vos são caras. A vida é um caminho que parece sempre demasiado curto. Não deixem de fazer o que têm a fazer, e de dizer «amo-te» a quem de direito o deve ouvir....